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POR JORGE MATIAS

Porque morreu o supersónico “Concorde”?

AVIAÇÃO / Parece impressionante, mas já passaram 40 anos desde o primeiro voo comercial do mítico avião. E também já passaram mais de 10, desde que foi erradicado da aviação civil de transporte de passageiros. Saiba porquê?

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O Concorde era capaz de “galgar” os 5.500 km de todo o Oceano Atlântico à velocidade de Mach 2.0: 2.146 km/h: a terra move-se sobre o seu eixo a 1.674 km/h. Voava entre Nova Iorque e Londres, em apenas 3 horas e meia (um derradeiro recorde de 3 horas ficou estabelecido em 1985 e, atualmente, a mesma viagem demora o mínimo de sete horas).

Isto explica também o valor de um bilhete entre Nova Iorque e Londres: 12 mil dólares. Sim. Leu muito bem… era o preço a pagar por embarcar em Londres às 20h e aterrar em Nova Iorque às 19h do mesmo dia!



O seu peculiar “nariz” também foi projetado sob fórmulas matemáticas. E também isso tem uma explicação simples. Dado o desenho da sua asa em forma de Delta, a inclinação e ângulo que conseguia obter na descolagem e aterragem, impedia os pilotos de ver o que estava na frente do aparelho. Assim, surgiu o “Droop Snoot” que tão bem caracterizava a aeronave: o nariz que parecia encolher.


O primeiro voo comercial do supersónico Concorde aconteceu em 21 de janeiro de 1976. O último, a 24 de outubro de 2003 mas deixou uma imensa saudade aos fãs da aviação e não só… Foi, na altura, operado por duas companhias aéreas de bandeira em exclusivo: a “British Airways” e a “Air France”. Resultado de uma duradora parceria estabelecida entre as duas companhias desde 1965 - quando a primeira peça foi construída pela Aérospatiale.

AFINAL, O SONHO AINDA RESISTE


E porque desapareceu o magnífico Concorde, então? Muitas questões se levantam, ainda hoje, sobre as consequências de viajar a velocidades superiores à do som. Recentemente, cientistas descobriram que uns meros seis meses numa Estação Espacial, podem reduzir a espessura da pele em 20%. E outros dados genéticos estão por ser revelados, ainda.

O perfil estreito e longilíneo do Concorde não foi projectado em computador, antes foi o resultado de várias equações matemáticas que tinham o objectivo de reduzir o atrito e o aquecimento nas áreas mais vulneráveis da aeronave e, assim, exponenciar toda a potência dos seus quatro reactores produzidos na Rolls-Royce.


A 25 de julho de 2000, durante uma descolagem a partir de Paris, um pneu estourou causando a queda de um aparelho e provocando a morte de 130 passageiros. Era um problema “normal” na aeronave, que exigia tanto dos pneumáticos que estes sofriam um desgaste incrivelmente rápido. O Concorde ficou, desde logo em terra, para averiguações das autoridades aéreas, até novembro de 2001.

Quando a retirada total foi anunciada, em 11 de Abril de 2003, o consórcio de fabricantes alegou que “as alterações, melhoramentos e upgrades do modelo, custariam demasiado para o projeto de recriação do Concorde ser financeiramente viável”. E assim, um sonho que a início se materializou, também, como uma fantasia, ficava adiado e guardado a sete chaves à espera de melhores soluções e ideias... Mas, parece que veem aí novidades...



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