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Desvendados no Luso o roteiro do 19º Portugal de Lés-a-Lés | Motores


EVENTOS | Estreando novo formato, com três etapas e passeio de abertura no dia das Verificações Técnicas, em Vila Pouca de Aguiar, o 19.º Portugal de Lés-a-Lés será o mais extenso de sempre.

O Portugal de Lés-a-Lès terá um total de 1100 quilómetros na ligação do concelho transmontano a Faro. Quatro dias com etapas mais curtas, em aventura de acrescida intensidade mototurística à descoberta de um país singular. Foi apresentado no Grande Hotel do Luso e por lá se fizeram as primeiras 250 inscrições. O 19º Portugal de Lés-a-Lés será uma ‘viagem’ a decorrer sempre distante de autoestradas, Itinerários Principais, Secundários e outros sinais de modernidade rodoviária.

O foco da longa maratona motociclistica foca-se uma vez mais nas pitorescas estradas nacionais, regionais e municipais, e até uns quantos caminhos de terra para chegar aos locais mais inóspitos e surpreendentes.

O desafio lançado pela Comissão de Mototurismo da FMP atravessa desde há muito o território português. Depois das 24 horas consecutivas na travessia entre extremos do mapa nacional nos quatro primeiros anos, a quinta edição passou a contar com duas etapas que permitiram descobrir o centro do País, até então sempre atravessado durante a noite. Em 2007, a grande passeata pelo concelho de Arcos de Valdevez. prevista para a primeira etapa, acabou por transformar-se numa espécie de prólogo, mais tarde apodado de Passeio de Abertura, e cujo sucesso ditou continuidade deste formato até 2016.

Agora, e para que o Lés-a-Lés não seja vítima do próprio sucesso, aumentando também a própria qualidade do passeio, foi adotada nova configuração. Que evitará partidas tão madrugadoras como em 2016, quando o enorme pelotão 1500 motos e 1650 motociclistas começou a sair de Albufeira às 5.30 horas com muitas equipas a chegarem ao Luso, no final da primeira etapa, bem depois do pôr-do-sol.


DAS ALDEIAS AGUIARENSES AO DOURO

Divisão em três tiradas que vai recuperar cadência de partida de 3 equipas/6 motos por minuto e que, não menos importante, permitirá visitar muitos dos locais menos conhecidos. E se a regularidade na estrada continuará a ser condições imprescindível neste passeio, a verdade é que o facto de ter sido delineado um percurso equilibrado em termos de quilometragem por etapa, ajudará ao máximo usufruto das valias mototurística da 19.ª edição do Portugal de Lés-a-Lés.

Aventura que, já se sabia, arranca com Passeio de Abertura em Vila Pouca de Aguiar, mostrando, ao longo de cerca 90 quilómetros, praticamente todas as aldeias do concelho transmontano, atravessando grandes carvalhais e soutos de castanheiros centenários. Tempo para subir a pé ao Castelo de Aguiar, para apreciar o lago formado pela barragem do Alvão ou uma enorme pedreira de granito, de visitar a nascente de água das Pedras Salgadas ou de ajudar os dois únicos habitantes da aldeia de Cubas, por sinal irmãos!, a fazerem as pazes depois de anos e anos desavindos.

Ribeirinha, aldeia de xisto no meio de paisagem granítica, ou Trêsminas, minas auríferas exploradas desde o tempo dos Romanos, são outros marcos de relevo em dia que termina… à “força de braços”.


Recuperando tradição aguiarense, os participantes do Portugal de Lés-a-Lés serão desafiados a rebocar com recurso a cordas, enorme bloco de granito de 12 toneladas de peso.

Forma de reforçar espírito de grupo dos mototuristas e ganhar apetite para o jantar, descansando para uma tirada, a primeira, com cerca de 400 quilómetros nas mais sinuosas e exigentes estradas, sempre com o Douro por perto. Do Alto Douro Vinhateiro ou Douro Superior, por onde o Lés-a-Lés nunca andou, por estradas “rendilhadas” e paisagens soberbas, entremeadas por reconfortantes paragens gastronómicas, como em Santa Marta de Penaguião, de onde descerá a caravana até ao miradouro de S. Leonardo da Galafura, onde Miguel Torga buscava tranquilidade e inspiração. Muitas curvas na travessia do concelho de Sabrosa até ao Pinhão, subindo depois até S. João do Mundo e continuando na senda dos miradouros por Ferradosa, S. Xisto, Freixo de Numão e Vila Nova de Foz Côa, com visita ao Museu das Gravuras.


A entrada na Beira Alta faz-se pelas aldeias de Castelo Melhor, Almendra, Algodres ou Vale de Afonsinho, com destaque para os pelourinhos que, como todos os existentes em terras beirãs, destacam-se pela altura elevada e pela elaborada decoração. Paragem em Pinhel, antes das retas rumo ao Sabugal, com receção em festa na aldeia história de Sortelha que o Lés-a-Lés não visitava há vários anos. E ainda antes da chegada ao centro do Fundão, cidade dedicada à cereja e defensora das aldeias de xisto, tempo para ver Alpedrinha e Castelo Novo.


DO ZÊZERE AO ALENTEJO E ALGARVE

Mais rolante, na transição entre as serranias beirãs e as planícies alentejanas, a 2.ª etapa rolará, no seu início, junto ao rio Zêzere, passando o rio Tejo nas Portas do Ródão, entrando no Alentejo por Póvoa e Meadas já no concelho de Castelo de Vide. Aí, visita a Arronches e aos vestígios de pinturas pré-históricas com data estimada entre 4 mil e 20 mil anos AC, passagem por Ouguela, sentinela sobre a fronteira espanhola para, sempre pela zona raiana, chegar à grande surpresa do dia, em Campo Maior. Mais uma petisquice e a visita a duas grandes obras do Comendador Rui Nabeiro: O Centro de Ciência do Café, considerado o melhor museu de Portugal em 2015, e à Adega Mayor, obra do galardoado arquiteto Siza Vieira. “Barrigada” cultural (e não só!) para digerir até à cidade fortaleza de Elvas, com palanque final instalado na Praça da República, mesmo em frente à Sé, onde haverá música e muita animação à espera da longa caravana.


Rumo a Faro que, pela 5.ª vez recebe o Portugal de Lés-a-Lés fazendo jus ao «espírito motociclística que corre nas veias da cidade e dos farenses» como recordou o vice-presidente da Câmara Municipal de Faro Paulo Santos, a 3.ª etapa terá 360 km, quase sempre com o Guadiana à vista. Tirada sem tanta planície como seria de esperar e com a serra algarvia a ditar apurada condução no final da grande maratona, com tempo para apreciar o maior lago artificial da Europa, o Alqueva, e parte dos seus mais de 700 quilómetros de margens. Daqui segue o maior pelotão mototurístico da Europa para Monsaraz, regressando a Barrancos depois de mais de uma década de ausência, passando ainda por St.º Aleixo da Restauração e pelas minas de S. Domingos, desta feita ao lado da albufeira e sem atravessar as paisagens quase lunares do enorme complexo mineiro a céu aberto.


Tirando partido da melhor vista de Mértola em Além-Rio, do outro lado do Guadiana, o rumo segue para sul, até Alcoutim, voltando a olhar para lá do Guadiana, desta vez apreciando a espanhola Sanlúcar do Guadiana. Descendo até Almada do Ouro por uma das mais belas estradas do percurso e sem troços de terra, que esses são para o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, em setembro, chega-se a Faro. Com “receção” na passagem pelo Palácio de Estói e nas Portas da Vila para depois, Viladentro, rumar até ao palanque final na Praça Manuel Bívar. Encerramento de edição que estreia formato de vantagens acrescidas, com maior diversão e aventura, mais refeições e maior animação. E com as inscrições online em www.fmp-live.pt abertas a partir de 15 de fevereiro, o melhor é começar a fazer os preparativos para a grande maratona mototurística.





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