A Motor Racing Developments Ltd., conhecida como Brabham, foi uma equipa fundada em 1961, pelo então bicampeão mundial de Fórmula 1, Jack Brabham, em sociedade com Ron Tauranac. Foi anos mais tarde adquirida por Bernie Ecclestone e Nelson Piquet conquistou dois dos seus três títulos mundiais com a equipa.
Ricardo Ferreira
Quando Jack Brabham fundou a sua equipa em 1961 fora colocada uma limitação na Fórmula 1 para 1500 cc nas cilindradas dos motores, o que não foi bom para a estreante equipa que não venceu qualquer corrida. A primeira vitória surgiu em 1964, com o norte-americano Dan Gurney. Mas em 1966 as regras mudaram para os 3000 cc; Jack Brabham venceu o campeonato com o seu próprio carro (Brabham BT 19) e um motor Repco V8.
O vitorioso Brabham BT 19 V8 de Jack Brabham (1966)
Em 1967 o título chegou com Denny Hulme e em 1970 Jack Brabham reitrou-se em definitivo das corridas, vendendo a equipa à Tauranac e regressando à Austrália.
Nelson Piquet, o primeiro campeão da Era Turbo
Em 1972, Bernie Ecclestone comprou a equipa e trouxe com ele um novo engenheiro para a equipa, Gordon Murray.
Em 1981 e 1983, o brasileiro Nelson Piquet venceu os seus dois primeiros títulos mundiais correndo pela Brabham. Piquet sairia da Brabham em 1985, selando o fim da boa fase da equipa, consolidada com a retirada de Bernie Ecclestone em 1987.
Em 1992, a Brabham correu inicialmente com a italiana Giovanna Amati e com o belga Eric van de Poele. O campeão mundial de 1996, Damon Hill, iniciou a carreira na Brabham no Grande Prêmio da Grã-Bretanha, em Silverstone, substituindo Giovanna.
O piloto inglês conseguiria participar por mais uma corrida, o Grande Prémio da Hungria em Hungaroring, o que acabou sendo a última participação no Mundial da equipa Brabham.
Os carros vitoriosos de Gordon Murray
Brabham BT45 (1976)
O Brabham BT45B com o motor Alfa Romeo ‘flat’ de 12 cilindros competiu entre 1976 e 1977. Este foi o primeiro carro vitorioso da Era Bernie Ecclestonne, após este adquirir a equipa em 1972.
Brabham BT49 / BT49C / BT49D (1981)
O BT49 foi apresentado no final de 1979 e o carro com motor Ford Cosworth V8 aspirado mostrou-se imediatamente competitivo - Nelson Piquet qualificou-se na primeira fila da grelha em Watkins Glen.
O brasileiro ficou perto de vencer o campeonato de pilotos no ano seguinte, mas foi derrotado pelo Williams de Alan Jones. No ano seguinte, conduzindo uma versão modificada 'C' do carro, Nelson Piquet venceu Carlos Reutemann no campeonato de pilotos e foi campeão do mundo no campeonato de pilotos, embora de novo a Brabham viesse a perder de novo o título de construtores para a Williams.
A equipa continuou a usar o monolugar, agora em configuração 'D', e em 1981 Riccardo Patrese marcou a sétima e última vitória para um BT49 no Grande Prémio de Mônaco. Pilotaram este carro Niki Lauda, Ricardo Zunino, Nelson Piquet, Hector Rebaque e Riccardo Patrese.
Brabham BT52 (1983)
Com o chassis BT52B, Nelson Piquet torna-se campeão em 1983. O carro foi projetado por Gordon Murray e utilizava pneus Michelin e era movido pelo poderoso motor BMW M12/13 com turbocompressor, à época produzindo cerca 850 cavalos de potência na qualificação, e por volta de 640 cavalos em condições de corrida.
Brabham BT53 (1984)
A equipa Brabham conquistou dois triunfos com o BT53 em 1984, triunfando Nelson Piquet em Montreal e Detroit. Muito veloz numa volta rápida, o carro alcançou nove pole positions, mas a falta de fiabilidade, particularmente com o BMW Turbo Engine, impediu a equipa de reconquistar o campeonato. O carro contava com uma caixa Hewland de 5/6 velocidades.
Se o motor BMW M12 com turbo tivesse sido mais fiável, o bi-campeão do mundo Piquet poderia ter dado mais luta aos McLaren's de Lauda e Prost, embora se duvidasse que o BMW tivesse a economia de combustível necessária para cumprir os 222 litros permitidos por corrida pela FIA.
Brabham BT54 (1985)
O Brabham BT54 conseguiu uma única vitória na temporada de 1985, nas mãos de Nelson Piquet, em Paul Ricard. Quando a equipe lutou com seu sucessor no ano seguinte, o BT54 foi trazido de volta para uma única rodada na Brands Hatch.
Piquet conseguiu vencer em Paul Ricard, mas, depois dos testes de pré-temporada, ficou claro que tanto a Renault, como a Honda e os McLaren TAG Porsche eram cada vez mais um ‘osso duro de roer para a equipa’.