top of page
REDAÇÃO

Dakar: 7 diferenças entre África e a América do Sul


Marc Coma, diretor desportivo do Rally Dakar, explica as diferenças entre competir no Dakar em África e na América do Sul.

Há uma década, parecia que o Dakar tinha atingido o fim da linha: a 30ª edição da prova mais popular e difícil de longa duração teve de ser abandonada por motivos de segurança. Ao longo dos anos, a prova africana enfrentou todos os tipos de desafios e ameaças, mas foi a ameaça terrorista que finalmente obrigou à interrupção.


Agora, na sua nova casa na América do Sul, a temível reputação do Dakar permanece intacta para a edição do seu 40º aniversário.

Todos os envolvidos afirmam que os traçados do Dakar são hoje tão duros como costumavam ser em África e, com as areias do Perú de regresso ao menu, assim como a altitude da Bolívia, e o calor da Argentina, tudo indica que a edição que começa em 2018 vai ser atrativa.


Marc Coma, cinco vezes campeão do Dakar e atual Diretor Desportivo da competição, explica as principais diferenças entre os dois Dakar: o anterior disputado em África, e o atual, realizado na América do Sul.

1. Infraestruturas

“As estradas, cidades e serviços estão bem mais desenvolvidos na América do Sul, por isso o transporte das equipas é facilitado. Por exemplo, nos percursos entre uma etapa e outra em África, o deserto é... completamente deserto. É uma situação complexa do ponto de vista logístico.”

2. Conforto

“A rede de estradas é tão boa na América do Sul que as equipas de fábrica e até as particulares podem usar os seus motorhomes. Para deslocar toda essa estrutura em África era exigido demasiado esforço, o que obrigava os concorrentes a dormir em tendas.”

Dia de descanso do Dakar 2017 em La Paz

3. Popularidade

“Basta olhar para as audiências televisivas: o mercado sul-americano é muito mais atrativo nesse aspeto. Pelo caminho existem várias cidades e, como tal, as pessoas apoiam bastante os pilotos. Em África, as pessoas também eram maravilhosas, mas o Saara é substancialmente diferente do Atacama.”

As Motorhomes apareceram com a chegada do Dakar à América do Sul

4. Aventura

“Em África era mesmo épico. Hoje em dia, a segurança é também muito importante. Mas, mesmo com estas considerações, não há mais nenhuma aventura nos desportos motorizados como o Dakar.”

5. Autenticidade

“África terá sempre um lugar no meu coração, mas é preciso ser realista – continuar lá significaria muitas mudanças. A prova africana teria evoluído muito, mas seria igualmente difícil.”

Troféu ganho por Mathias Walkner na última edição


6. Velocidade vs navegação

“Nas primeiras edições na América do Sul, as etapas especiais eram mais uma corrida contra o relógio. A velocidade tinha maior importância do que a habilidade de encontrar o caminho certo. Felizmente, nos últimos anos tivemos um Dakar como nos velhos tempos: difícil.”

7. Altitude

“O Saara é único, mas a América do Sul tem um novo e perigoso elemento: a altitude. Alguns locais estão situados a mais de 3 mil metros acima do nível do mar e (ainda) não há treino específico para esta situação.”

A 40ª edição do Dakar

Stephane Peterhansel e Marc Coma, junto somam numerosos triunfos,

ainda nas edições africanas do Dakar


O mais difícil teste de resistência regressa à América do Sul no dia 6 de janeiro. O Rali Dakar de 2018 irá desbravar novos terrenos em solo peruano, com o regresso deste país sul-americano ao trajeto, após um interregno de cinco anos, para receber três etapas deste icónico evento.


Para além dos novos desafios que os pilotos irão encontrar, há um potencial enorme de haver algumas armadilhas escondidas na Bolívia e na Argentina, que já fazem parte de uma experiência lendária no Dakar.

Integrado na equipa oficial da Honda, Paulo Gonçalves volta uma vez mais à ação em 2018

O traçado de 10.000 quilómetros que dista de Lima a Córdoba, via La Paz, cobre alguns dos territórios menos acolhedores de todo o planeta. As temperaturas elevadíssimas e a altitude vão tornar a competição ainda mais desconfortável para os pilotos participantes, e com isto o ‘sabor a aventura’ regressa ao mais difícil rali-maratona do mundo.

Carlos Sousa participa com a equipa da Renault Argentina

0 visualização0 comentário
bottom of page