O piloto de Almada foi obrigado a desistir na ligação para a 8ª etapa, na sequência de uma fuga de óleo no radiador. Uma desistência inglória, face à determinação com que a formação do Duster número 315 nas portas tinha superado a primeira semana da prova.
Se bem que o problema havia sido detetado na especial de ontem, foi impossível de resolver pela equipa, pelo facto de numa etapas-maratona (como a de ontem) só os pilotos estarem autorizados a fazer reparações e pelos seus próprios meios. Um desfecho insólito para a máquina mas raro para o piloto, que em muitas participações - desde a estreia no Dakar em 2013 - apenas abandonou a prova por quarto ocasiões.
A desistência consumou-se na curta ligação para a 8ª etapa, a escassas centenas de metros da partida para o troço cronometrado. “Foi quando constatámos que a fuga de óleo no radiador era maior do que pensávamos, o Duster perdera três litros de óleo em apenas 30 quilómetros”, esclarece Carlos Sousa.
“Com 500 quilómetros de ‘especial’ pela frente, é evidente que íamos ficar pelo caminho com o motor partido e para evitar males maiores, em conjunto com a equipa tomámos a decisão de abandonar.”
O problema técnico no Duster havia sido diagnosticado ontem, mas esta era uma etapa-maratona (com assistência proibida) e o piloto de Almada e o navegador Pascal Maninon não conseguiram fazer a reparação sozinhos.
Uma desistência de sabor amargo
Depois do esforço e determinação que foram necessários para superar a dureza da primeira semana, Carlos Sousa admite que a desistência teve “um sabor ainda mais amargo. Mas, a verdade, é que a edição deste ano já fez um número incrível de vítimas, até mesmo entre os candidatos à vitória das diferentes categorias.”
O que o português também lamenta é que nunca ter tido "uma etapa isenta de percalços pois gostava de ter demonstrado o verdadeiro potencial do Duster."
Com um bom programa de desenvolvimento e de testes, e com o envolvimento da ‘casa mãe’, não tenho dúvidas que o Duster pode ser um futuro candidato à vitória do Dakar.”
A dupla Carlos Sousa/Pascal Maimon ocupava a 23ª posição da geral quando foi obrigada a desistir, tendo garantido como melhor resultado o 13º lugar conquistado durante a 4ª etapa.
"Teria sido possível fazer melhor nalguns dias, não fossem alguns ‘atascanços’, um ou outro percalço técnico e uma ou outra dificuldade de navegação.
Mas também teria sido importante eu realizar mais do que um simples ‘shakedown’ antes da prova, até para tentar readquirir o ritmo perdido em dois anos de ausência das competições.”
“Gostaria que a Renault ‘casa mãe’ olhasse para este projeto do Duster como uma excelente base para um futuro envolvimento oficial da marca. Repito: o potencial do Duster é enorme! Só precisa do apoio e envolvimento oficial da marca para ser ganhador."
Carlos Sousa e Pascal Maimon, velhos conhecidos do Dakar, querem repetir a experiência em 2019
Quero agradecer a confiança que a Renault Sport Argentina depositou em mim, o empenho de todo o Duster Dakar Team, o trabalho e a amizade do Pascal (o meu navegador) e o apoio da Renault Portugal em acolher e divulgar o projeto. Muito obrigado a todos! Não tenho palavras para exprimir o que sinto…”