A confirmação veio do vice-presidente de vendas e atendimento ao cliente da Mazda Europe, Martijn ten Brink, em entrevista ao site holandês ZERauto. O motor Wankel vai mesmo regressar à Mazda, mas não será num novo desportivo RX ou numa versão desportiva de um dos seus modelos atuais.
Apesar da aposta contínua nos motores de combustão interna — em 2019 chegará o revolucionário SKYACTIV-X —, a Mazda também terá um elétrico, devido, sobretudo, às exigências de alguns mercados que os requerem. Mas, o que tem um novo elétrico a ver com o novo Wankel?
Como alguns rumores indicavam no passado, o motor de “pistões rotativos” deixa de assumir funções de locomover um veículo, passando a servir apenas como gerador e extensor de autonomia. Não foi só a Mazda que usou motores Wankel, muitas outras marcas o utilizaram no passado.
Utilizado mas não num desportivo
O novo elétrico, a ser lançado em 2019, assentará sobre uma nova plataforma para modelos compactos da Mazda, de onde derivarão os sucessores dos atuais Mazda2, Mazda3 e CX-3, e apresentar-se-á em duas versões, de acordo com as declarações de Martijn ten Brink.
Não foram avançadas especificações sobre o futuro modelo, mas já se sabe que o novo modelo 100% elétrico poderá trazer, como opção, um pequeno motor Wankel como extensor de autonomia.
Porquê usar o Wankel como um extensor de autonomia
A escolha pelo Wankel, já testada num anterior protótipo com base no Mazda2, resulta da sua ausência de vibrações e tamanho compacto.
De acordo com Martijn, o motor de apenas um rotor, ocupa o mesmo espaço que uma caixa de sapatos — com os periféricos instalados, como refrigeração, o volume ocupado não é maior que duas caixas de sapatos, ainda assim, bastante compacto.
Martijn ten Brink refere que a opção pelo Wankel, como extensor de autonomia, não é efetivamente necessária — os condutores não fazem mais do que 60 km por dia nas deslocações casa-trabalho-casa —, servindo, sobretudo, para atenuar as preocupações e ansiedades dos seus clientes.
Motor Wankel empregue no Mercedes-Benz C111. Uma das vantagens do seu desenho peculiar é a não utilização dos pistões e bielas que são utilizados nos motores de combustão interna, reduzindo assim o peso e dimensões, apresentando uma invulgar capacidade rotativa.
Felix Wankel, o pai do motor rotativo
Nascido em Lahr, na Alemanha, a 13 de agosto de 1902 foi um engenheiro alemão, criador do motor rotativo conhecido por motor Wankel.
O seu pai morreu na Primeira Guerra Mundial. Wankel não cursou faculdade, mas mesmo assim concebeu e construiu o motor Wankel. Na década de 1930 teve discordâncias com Adolf Hitler, sendo preso pelos nazis.
Durante a Segunda Guerra Mundial, desenvolveu sistemas de vedamento e válvulas rotativas para aviões da Luftwaffe (Força Aérea Alemã) e torpedos para a Kriegsmarine (Marinha Alemã).