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RICARDO FERREIRA

TECNOLOGIAS | Saiba como é um automóvel a GNC


São ecológicos, usam um combustível mais económico e são tão seguros como um automóvel comúm, a gasolina ou Diesel. Mas sabe, de facto, como funcionam os automóveis a gás?

Em primeiro lugar, hoje já não se precisa de ter a clássica botija de gás no porta-bagagens do seu carro, perdendo um considerável espaço no seu carro. O Seat Ibiza TGI vem preparado de fábrica para o uso do gás natural comprimido (GNC); vamos conhecê-lo:

Para começar existem dois pontos de reabastecimento no mesmo bocal de combustível. Ao abrir a portinhola do local de reabastecimento, de imediato poderá ver os bocais de abastecimento para os dois combustíveis.

O reabastecimento é semelhante ao de um automóvel a gasolina ou Diesel. A posição do bocal é a mesma e demora praticamente o mesmo tempo. Além disso, por se tratar de gás, não escorre nem pinga como o combustível líquido.

No caso do Seat TGI, preparado para o GNC os depósitos herméticos estão por baixo do piso da bagageira, onde habitualmente se encontra a roda suplente. São fabricados em aço de elevada resistência com tratamento anti corrosão. As electroválvulas de segurança mantêm o gás no interior de forma totalmente estanque e apenas abrem quando se liga a ignição.

O estado de conservação destes depósitos é certificado a cada 4 anos e foram testados para suportar condições extremas.

Os depósitos do gás suportam uma pressão de 200 bares, mas são fabricados para resistirem a mais do dobro desse valor


Um motor e dois combustíveis

Os automóveis a GNC têm um motor de combustão interna de última geração que funciona indiferenciadamente, com gás natural ou gasolina. Por norma, o carro circulará sempre com recurso ao gás até este se esgotar. A mudança para gasolina efetua-se automaticamente e é impercetível para o condutor porque as prestações do motor são idênticas com os dois combustíveis. “O motor integra muitos componentes especificamente reforçados para a combustão de gás natural. Cumpre com as normas de emissões mais exigentes e a prova disso é o selo ECO concedido pela DGT aos veículos a GNC”, explica Andrew Shepherd, responsável de produto GNC da SEAT.


Os veículos movidos a GNC cumprem os padrões mais exigentes da indústria, não sendo demais dizer que são praticamente à prova de choque. Os carros passam por diversos testes durante toda a fase de desenvolvimento, como os crash-tests, para garantir que são totalmente seguros. “Num caso mais extremo de temperaturas elevadas provocadas por um incêndio, o gás é libertado a um ritmo constante e controlado graças a fusíveis térmicos colocados em cada depósito, evitando assim uma acumulação excessiva de pressão”, explica Shepherd.


Pressão adaptável e controlada eletronicamente

O gás natural está armazenado nos depósitos a cerca de 200 bares, mas é injetado no motor a uma pressão que não ultrapassa os 10 bares. Um regulador de pressão de dois andares, colocado na baía do motor, reduz a pressão e assegura uma injeção perfeita do gás em todas as situações. A centralina do motor controla o regulador de forma eletrónica em todos os momentos.

Ao volante, a sensação de conduzir com gás natural ou gasolina é igual. Por isso, o condutor apenas consegue distinguir que combustível está a usar se olhar para o aviso luminoso no painel de instrumentos. Aceso, está a funcionar com gás natural; apagado, com gasolina. Além disso, há outros indicadores que disponibilizam informação sobre o nível de cada combustível, enquanto o computador de bordo mostra ao condutor os dados da viagem, incluindo o consumo e a autonomia de cada combustível.

Em resumo, um automóvel a GNC é um automóvel como os outros. Os automóveis a gás são desenvolvidos, fabricados e homologados segundo os mais elevados padrões de qualidade da indústria. Nem durante a sua produção, ou muito menos na condução, existem diferenças.

Um automóvel movido GNC não é uma “ave rara”, mas sim um automóvel tão fiável e seguro como qualquer outro.


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