Genericamente, é correto dizer-se que os motores conseguem resistir a condições climáticas extremas, muito acima dos valores de temperatura suportada pelo ser humano.
A aldeia siberiana de Oymyakon permanece a 50 graus abaixo de zero durante vários meses do ano, e é considerada o lugar permanentemente mais frio da Terra. Por outro lado, registando um máximo de 57 graus, a cidade líbia de Al Aziziya é considerada a localização mais quente do mundo.
Está provado cientificamente e no terreno que o corpo humano consegue suportar essas temperaturas do nosso habitat natural, ainda que com as devidas precauções e cuidados tomados para não comprometer o funcionamento do corpo humano. Porém, devo dizer que a nossa ‘máquina’ fica muito aquém daquilo que pode resistir um automóvel – indubitavelmente muito mais ‘marciano’ que nós.
A fim de garantir que um carro possa ser confiável em locais com condições climáticas tão diferentes como Oymyakon e Al Aziziya, peças e protótipos são habitualmente expostos a temperaturas extremas. Estas são as variações de temperatura no estágio de desenvolvimento de um automóvel, inclusive quando o mesmo está sendo fabricado.
Os testes de resistência dos motores
Após construído e montado, o motor de um automóvel deve ser testado num período de 12 horas, devendo nessa fase estar preparado para atingir temperaturas acima dos 900 graus.
As mais modernas unidades têm o bloco do motor fundido em alumínio, sendo o bloco de cilindros fundido sob pressão (mais leve) e as cabeças e pistões são fabricadas em alumínio e metais nobres (mais resistentes à corrosão e oxidação que o ferro e níquel) associados normalmente a ligas de alumínio especiais, aços inoxidáveis ou aços aclimáveis que não prejudicam a resistência mecânica.
Em resumo, são muitos os casos em que os metais ferrosos (aço-carbono ou ferro fundido) continuam sendo os materiais mais adequados para utilização em estruturas expostas a atmosferas em geral, restando tão somente, a interposição de uma barreira entre este metal e o meio como uma forma de proteção contra a corrosão: para esta finalidade existem tanto os revestimentos orgânicos (tintas), como os inorgânicos (revestimentos metálicos ou de conversão como a anodização, cromatização) ou uma combinação dos dois a utilizar.
15.000 toneladas de alumínio derretidas…
Já para as caixas de velocidades, cerca de 15.000 toneladas de alumínio são derretidas a 700 graus para as mesmas serem construídas.
Todos estes testes são usados para certificar a qualidade e o funcionamento adequado do automóvel em qualquer condição climática.
Motores incandescentes a 910 graus: esta é a temperatura que os motores alcançam durante os testes de 12 horas antes de sua produção. Eles são acelerados até 6.500 rpm para simular sua vida útil sob todos os tipos de condições. O objetivo é certificar a maior produção, controlando o consumo de combustível e os níveis de emissão