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Por Ricardo Ferreira

TT | Nuno Matos levou o Fiat Fullback ao triunfo na Baja TT do Pinhal


NUNO MATOS VENCEU A BAJA TT DO PINHAL E TORNOU-SE NO PRIMEIRO LÍDER DO CAMPEONATO DE PORTUGAL DE TODO TERRENO AM|48, NUMA PROVA EM QUE O CAMPEÃO EM TÍTULO JOÃO RAMOS ABANDONOU COM DUAS COSTELAS PARTIDAS.

A Baja TT do Pinhal abriu, com pompa e circunstância, a temporada do Campeonato Portugal de Todo-o-terreno AM|48 organizada pela Escuderia Castelo Branco. Nuno Matos e Pedro Marcão na estreia ao volante do Fiat Fullback Proto tiveram o melhor desempenho possível e venceram de forma categórica e assumem o comando da tabela classificativa.

Alexandre e João Ré num Volkswagen Amarok foram segundos enquanto Tiago Reis e Valter Cardoso, em Mitsubishi Racing Lancer, terminaram no último lugar do pódio.

"É uma estreia de sonho. O balanço é de sonho. Foi uma prova fantástica para nós, de início ao fim, sem qualquer tipo de percalço. No sábado começámos muito bem com um excelente tempo no prólogo. O início do primeiro sector também foi muito bom. Estávamos todos presos por poucos segundos.

Acho que a corrida começou com um ritmo fantástico. Hoje, depois da vantagem que conseguimos ontem e como beneficiámos com alguns percalços que os nossos adversários tiveram, o andamento foi diferente. Sinceramente, estou surpreendido e muito feliz. Começámos com o pé direito no campeonato, neste novo projecto. Esta prova, seja pela distância, seja pelos pisos, foi uma das mais duras que o nosso campeonato conheceu nos últimos anos", disse Nuno Matos minutos antes de subir ao pódio para festejar.

A prova começou no sábado com o prólogo. O campeão em título, João Ramos, conseguiu, apesar de ter duas costelas partidas, estabelecer o melhor tempo. O portuense esteve na frente durante algum tempo mas, no fim do primeiro sector selectivo, já era Nuno Matos que comandava. Ramos, que tinha terminado o SS1 em segundo, viria a abandonar durante a ligação com problemas mecânicos na Toyota Hilux.


“Não tivemos a sorte do nosso lado, sendo forçados a desistir com um problema numa roda, motivado pela quebra dos pernos de aperto da roda esquerda traseira , que cederam a escassos metros do final do 1° SS", começa por dizer João Ramos.

"Mas não foi apenas isto que aconteceu, pois começámos por sofrer uma queda de moto, que me condicionou fisicamente com duas costelas fraturadas, (conforme exames realizados), quando efetuava o reconhecimento do prólogo, mas mesmo assim vencemos com 10 segundos de vantagem, o que me deu alguma força de vontade, para enfrentar toda a prova, pois sabia que ia ser doloroso.

No 1°SS arrancámos com vontade de vencer e assim íamos a ganhar consecutivamente vantagem sobre os nossos adversários. Ao Km 29.02, liderávamos com 18 segundos em relação ao 2°, até ao momento em que tivemos um furo na roda direita traseira, onde perdemos toda a vantagem, pois na troca de roda foi muito difícil ajudar o Victor, com as dores que tinha. A partir desse ponto era para lutar contra o prejuízo e fomos recuperando, mas como expliquei, com a perda da roda nada podíamos fazer. Agora, é tempo de recuperar fisicamente para dia 12 de Abril estarmos na máxima força para Baja TT de Loulé.”


PROBLEMAS MECÂNICOS ATRASARAM ALEXANDRE RÉ E ANDRÉ AMARAL

Desta forma, Matos partiu para o último dia de prova na frente, com Alexandre Ré e André Amaral, segundo e terceiro, respectivamente, como principais adversários. Amaral entrou bem no SS2. Sem capacidade, porém, de ameaçar o comando de Nuno Matos, ascendeu ao segundo posto. Mas um problema na embraiagem da Ford Ranger levou a equipa a cometer um erro, a capotar, e impediu-a de sonhar com um lugar no pódio. Conseguiu, contudo, terminar em quinto.

Alexandre Ré entrou para a derradeira etapa em segundo. Contudo, alguns contratempos na VW Amarok impediram-no de lutar pela vitória. De qualquer forma, fechou a sua participação em segundo depois de ainda ter caído para terceiro durante SS2.

Já Tiago Reis entrou para o último dia em modo de recuperação. Depois dos problemas mecânicos da véspera, a equipa sabia que tinha de atacar. Neste sector fez o segundo tempo, logo a seguir a Nuno Matos, e no encurtado SS3 (a organização teve de diminuir a distância para 38,17 km devido a um incêndio que lavrou na região) foi o mais forte. Com esta abordagem, começou o dia em nono mas acabou em terceiro.


O vencedor, em 2018, do Desafio Mazda, Pedro Dias da Silva, teve uma prova um tanto atribulada. Agora com um Ford da categoria T1, andou sempre entre os mais rápidos, mas alguns problemas, como furos, fizeram com que terminasse mesmo às portas do pódio.


RATO, CORVO E SANTOS DOMINAM AS SUAS CATEGORIAS

Em T8, João Rato impôs-se ao volante de um Bowler Wildcat. O piloto completou a Baja TT do Pinhal na sexta posição da classificação absoluta e concretizou o objectivo a que se tinha proposto, ganhar a sua categoria.

Nuno Corvo também esteve em destaque, mas entre os modelos mais parecidos com as viaturas de série. Ao volante do Nissan Pathfinder, foi o melhor dos T2.

Tiago Santos, em Land Rover Defender, venceu a Baja TT do Pinhal pontuável para a Taça de Portugal da modalidade.


Esta ronda, que abriu o Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno AM|48 de 2019, ficou marcada pela exigência dos troços sinuosos desenhados pela Escuderia Castelo Branco na região do Pinhal Interior. Entre Sertã, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, os concorrentes tiveram de percorrer pistas muito técnicas, como comprova a média de velocidade inferior a 60 quilómetros por hora do vencedor na geral.


A próxima prova da temporada realiza-se a 12 e 14 de Abril com a Baja de Loulé.

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