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Por Ricardo Ferreira

NACIONAL | Velocidade ao rubro em dia de nevoeiro


O ‘ESTORIL SUPER RACING SÉRIES’ MARCOU O INÍCIO DA TEMPORADA DESPORTIVA DE VELOCIDADE. HOUVE EMPOLGANTES E VARIADAS, NUM FIM DE SEMANA EM QUE O DENSO NEVOEIRO DE DOMINGO FOI O ÚNICO CONTRATEMPO PARA OBJEÇÃO A UM EVENTO DE EXCELÊNCIA.

A primeira jornada do ano da Velocidade Nacional terminou no Circuito do Estoril, com a disputa de seis corridas promovidas pela ANCAP (Associação Nacional de Pilotos de Automóveis Clássicos), que contribuíram para animar o fim-de-semana do “Estoril Super Racing Series”.


Contudo, o programa inicial contou com um inesperado contratempo: o denso nevoeiro que abateu sobre a Serra de Sintra, e que impediu que os motores se fizessem ouvir antes da hora de almoço.

Dissipada a contrariedade, foi tempo do Motor Clube do Estoril, responsável pela organização da prova, “acelerar a fundo” a sequência das corridas previstas, e recuperar, de forma hábil e determinada, o longo atraso do programa.


OPEN DE VELOCIDADE:

BATISTA (OPEN) E MORA (TCR) REPETEM VITÓRIAS

Com duas corridas agendadas (uma Sprint e outra Endurance), o Open de Velocidade confirmou a identidade dos principais favoritos à vitória nas duas categorias em liça, a “Open” e o “TCR”, que terão campeões distintos no final das quatro jornadas do campeonato.


Depois da na primeira corrida de sábado Nuno Batista (Porsche 997 GT3 Cup) e Francisco Mora (Cupra TCR) terem vencido entre os concorrentes do “Open” e “TCR”, no domingo os dois pilotos hoje voltaram a associar os seus nomes aos triunfos, assumindo-se, para já, como sérios candidatos aos títulos de 2019.

Se no primeiro “round” de sprint do novo Open de Portugal, Nuno Batista no Porsche foi um claro vencedor, aliando a vitória “absoluta” à da Classe “G3” (mesmo se perdeu o comando momentaneamente ainda na primeira volta), já na segunda corrida de domingo foi Francisco Mora o primeiro a ver a bandeirada de xadrez, depois de Batista ter recebido uma penalização de “drive through”, aquando a paragem obrigatória a meio da corrida de Endurance. Contas feitas, tanto Batista como Mora somaram o máximo de pontos possíveis nas três corridas que compuseram a primeira das quatro jornadas.

Menos contente terão ficado Miguel Lobo e Patrick Cunha. A dupla de pilotos do Porsche Cayman GT4 averbou um honroso terceiro lugar na Corrida 3, mas teve que se contentar com o oitavo posto na Corrida de Sprint de hoje, num fim-de-semana em que se debateram com problemas de caixa e de travões que limitaram um melhor resultado, mas que deram, ainda assim, para triunfar na Classe “G3”.


Mas emoções raramente faltaram em pista, mesmo se o novo Open apenas ainda “afinou” a competitividade para as próximas jornadas que se esperam mais concorridas. Para já, foram pequenos focos de interesse a servir de ignição à nova disciplina da Velocidade.

Um deles acabou por ser vivido na segunda corrida de domingo, a prova de Endurance com um total de 17 voltas ao Circuito do Estoril, uma corrida onde Daniel Teixeira (Seat Leon Supercopa Mk 3) não se coibiu de fazer uma excelente recuperação. Depois de um pião nas primeiras voltas do Seat Leon da Bom Piso Racing Team, Daniel Teixeira chegou ao segundo lugar na Categoria “TCR”, ultrapassando a jovem de apenas 16 anos, Gabriela Correia (SEAT Leon Supercopa Mk 3), que logrou, apesar de tudo, terminar em terceiro da categoria e vencer a Classe “T1” no fecho deste primeiro “capítulo” do dia.


Nessa “Corrida 2”, que serviu para lançar algumas das referências em pista, também estiveram em destaque Paulo Martins (VW Golf GTI R35), que triunfou na classe “T2”, Miguel Mota (Honda Civic Type-R EP3), vencedor entre os “T4”, e Manuel Valente (Mazda MX-5), mais eficaz na classe “T5”.


A acumulação de vencedores nas classes prosseguiu, de resto, na Corrida de Endurance, onde pouco mais de 31 minutos ou 17 voltas e algumas incidências foram suficientes para coroar os já referidos Nuno Batista, Francisco Mora e Miguel Lobo/Patrick Cunha com triunfos nos “G2”, “TCR” e “G3”, respetivamente. No mesmo “palco”, Gabriela Correia (“T1”), Paulo Martins (“T2”), Miguel Mota/André Tavares (“T4”) e Manuel Valente/José Fafiães (“T5”) reforçaram o êxito, voltando a carimbar o passaporte do triunfo nas classes onde concorreram.


CLÁSSICOS E CLÁSSICOS 1300:

TRIUNFOS PARA MACEDO SILVA (H75), LUÍS CARLOS (GR5), JOAQUIM SOARES E BRUNO PIRES (H71), PEDRO POÇAS E FERNANDO XAVIER (H81)

Concentrando quase três dezenas de equipas, entre o pelotão de carros que animou o fim-de-semana do “Estoril Super Racing Series”, os Campeonato de Portugal de Velocidade de Clássicos e Clássicos 1300 brindaram o público presente nas bancadas com aguerridas corridas (conjuntas), apimentadas com o tradicional espírito nostálgico.


E, na verdade, tanto no primeiro “round” (leia-se corrida), como no segundo, o triunfo foi assinado, com mestria, por Macedo e Cunha (Porsche 911 RSR). A única diferença é que enquanto na primeira corrida o vencedor da Categoria “H75” teve que recuperar de uma má partida, na segunda liderou de fio a pavio.


Com o seu Porsche a ser uma “carta fora do baralho” para todos os concorrentes perseguidores, as duas corridas tiveram muito mais “sumo” e tornaram-se bem mais emocionantes, “extrapolado” o binómio Macedo Silva/Porsche.


Foi o que aconteceu na primeira, onde Pedro Bastos Rezende (Porsche 911) chegou em segundo (da geral e entre os “H75”), depois de se desembaraçar da legião de Escort´s, liderada por Rui Azevedo, Joaquim Jorge, Rui Costa (a braços com problemas de pneus) e Jorge Areia. Contudo, nesta categoria de “H75”, Bastos Rezende não foi tão eficaz na segunda corrida (sendo apenas 4º), deixando o protagonismo da luta pelo segundo lugar para os Escort’s de Costa e Jorge (com problemas de direção), que aqueceram as hostes nas bancadas e que acabou favorável a Costa.

Regularmente os mais rápidos em pista a seguir aos “H75”, os carros da Categoria “GR5” também deram o seu contributo para o sucesso da prova dos Clássicos. Neste particular, parte da responsabilidade recaiu sobre Luís Carlos, que levou o seu Ford Escort RS Mk II, duas vezes à vitória, com exibições de luxo. E se na primeira corrida deixou atrás de si, Marco Pinto (BMW 1600 1.9), na segunda foi secundado por Jorge Leite (Mazda RX-2 S122A), com João Cruz (Ford Anglia de Luxe) a fechar o pódio da categoria em qualquer uma das corridas.

Nos “Históricos 71”, Bruno Pires (Datsun 1200) não conseguiu fazer corresponder o tempo mais rápidos dos treinos à vitória na Corrida 1, que ficou, com todo o mérito, para o Lotus Elan de Joaquim Soares, enquanto João Vieira (Porsche 914-6 GT) completou o pódio. Mas, vingou-se no segundo “tira-teimas” do dia, pisando o lugar mais elevado do pódio, com larga margem de vantagem para João Vieira e Bruno Duarte (Alfa Romeo 2000 GT Veloce GTAM).

Quanto aos “Históricos 81”, os triunfos acabaram repartidos por Pedro Poças (Porsche 924) e Fernando Xavier (VW Scirocco), com qualquer um deles a não conseguir terminar a corrida que não venceu. Mais regular, Nuno Augusto colecionou dois segundos lugares, ao volante do Ford Escort Mk 2.


Referência merecem ainda os Clássicos 1300, onde os Datsun 1200 (“H75” e “H71”) foram reis e senhores e Bruno Pires inscreveu, por duas vezes, o seu nome no quadro de honra dos vencedores, na primeira corrida, de forma isolada, e, na segunda, já sob maior pressão de José Fafiães. O derradeiro lugar do pódio foi preenchido por Paulo Miguel (MG Midget) na Corrida 1 e por João Braga (Datsun 1200) na Corrida 2.


LEGENDS:

TRIUNFOS DE LUÍS BARROS (L90), MIGUEL MONTEIRO E EDUARDO MONTEIRO (LIVRE), NUNO FIGUEIREDO (L99), JOÃO SERÓDIO (ESPECIAL) E TIAGO MONTES (FEUP 2)

Conservando o espírito dos automóveis clássicos que fizeram a história do automobilismo, o Campeonato Portugal de Velocidade Legends proporcionou duas boas corridas, com um denominador em comum: a vitória, sem oposição, de Luís Barros e do seu magistral Ford Sierra RS500, que não encontrou adversários à altura, capazes de lhe fazerem frente e importunar os triunfos também agregados entre os “Legends 90”.

Falando em termos de Categorias, uma vez que nos “Legends” não há vitórias, nem títulos absolutos, ficou evidente que algumas categorias precisam ainda de reunir mais concorrentes para poderem proporcionar melhores corridas, mas outras há que ditaram já animados duelos e mostraram que o Campeonato de Portugal de Velocidade Legends está a caminho da plena saúde.


Entre os “Legends 90”, se nas duas corridas Luís Barros se mostrou inalcançável, Abel Marques (Fiat Tipo 16V) e António Zenha (VW Golf GTI 16v) ocuparam os restantes lugares do pódio nas duas corridas, mas, compreensivelmente, a “anos-luz” do Sierra RS500.

Já entre os “Legend 99”, enquanto na primeira corrida António Barros (BMW M3) ainda começou por dominar, acabaram por ser Nuno Figueiredo (Volvo 850 T5 Estate) e José Meireles (Toyota Carina E 2.0 GT) a ocuparem as duas primeiras posições, após interessante contenda pelo triunfo. Na segunda corrida, o mesmo BMW M3, mas agora guiado por Joaquim Soares, esteve a um passo da vitória, mas a falta de gasolina com a meta à vista, permitiu que Nuno Figueiredo e a carrinha sueca repetissem o trunfo da primeira “manga”.


Na Classe “Livre”, em qualquer uma das duas corridas o feudo da vitória foi para os irmãos Monteiro, com Miguel Monteiro a colocar o Volvo 850 no lugar mais alto do pódio (2º absoluto) na primeira corrida e Eduardo Monteiro a repetir a mesma dose de supremacia (também 2º da geral) na derradeira contenda. Só que enquanto na primeira corrida, foi Sérgio Pinto (Honda Civic Type-R EF9) a pisar o lugar intermédio do pódio, na segunda foi Filipe Ferreira e o seu Toyota Corolla GTI AE92 a instalar-se confortavelmente no segundo posto.


A Classe “Especial” também teve os seus momentos mais “picantes”. O BMW 320 d de Manuel Pedro Fernandes ainda tomou conta dos acontecimentos nas primeiras voltas da Corrida 1, mas acabou por abandonar, deixando a discussão do triunfo para os BMW 320 is E30 de Jorge Serôdio e Tito Gomes, que terminaram por essa ordem. Na segunda corrida, com Fernandes ausente, as posições repetiram-se e os antigos carros do Troféu voltaram a “passear” nostalgia.


Rodando de forma notoriamente mais lenta, Tiago Montes (Fiat Punto 85 Sport) correu sozinho nas duas corridas da FEUP 2, averbando, naturalmente, dois triunfos, pese embora, na segunda corrida ainda tenha tido a companhia de Pedro Ferraz.


Caiu, assim, o pano sob a primeira jornada da Velocidade Nacional. Novo encontro fica marcado para o próximo dia 18 e 19 de maio, no Circuito de Braga.

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