CARLOS SAINZ (MINI) E RICKY BRABEC (HONDA) FORAM OS VENCEDORES DO DAKAR 2020… E DOIS PORTUGUESES SUBIRAM AO PÓDIO DA MAIOR MARATONA DE TT DO MUNDO... PARA ALÉM DE ANTÓNIO MAIO, MELHOR ‘MOTARD’ LUSO, E DE PEDRO BIANCHI PRATA, QUARTO LUGAR NOS SSV.
O sangue luso escorre ao lado dos campeões. Senão vejamos: Paulo Fiuza nos automóveis, como navegador do francês Stéphane Peterhansel, concluiu o rali na terceira posição da geral, a 9m58s do vencedor. Ruben Faria, team manager da equipa Honda Monster Energy impulsionou o triunfo nas motos do norte-americano Ricky Brabec. Estão ambos no pódio do rali Dakar 2020, e de parabéns pelo seu excelente desempenho. ´
O ex-motard Ruben Faria, ao lado direito da foto, foi um dos 'pilares' do sucesso da equipa Honda Monster Energy que venceu a categoria de motos
Pilotos portugueses à partida para mais uma das 12 etapas do rali, com António Maio (#53) e Paulo Gonçalves (#8) a postos para mais um exigente dia, porque o Dakar não é uma prova como as outras: impõe sacrifício, perserverança e a ideia de nunca desistir perante qualquer adversidade, tal como Thierry Sabine idealizou a prova em 1977
MOTOS: 3 FINALISTAS LUSOS E UM DIA NEGRO PARA TODOS OS AMANTES DA AVENTURA
Paulo Gonçalves (Hero) fica para sempre na galeria dos heróis do Dakar. Em homenagem ao piloto português, depois do seu fatal acidente a organização cancelou a 8ª etapa das motos... Um herói de Portugal e do Mundo
Mas claro, Portugal correu de luto nesta edição com a perda de uma das suas melhores ‘pérolas’ de sempre, Paulo Gonçalves, que faleceu vítima de uma queda ao km 276 na sétima etapa do rali, num domingo negro e que deixou de luto a caravana do rali.
Paulo era um cavalheiro, um dos pilotos mais estimados e admirado por toda a caravana do Dakar, especialmente pelos 'motards', fossem eles profissionais ou amadores.
A sua bravura e espírito solidário era uma referência para todos.
"Estou muito feliz por chegar ao fim..."
António Maio
O melhor ‘motard’ luso absoluto na classificação geral foi António Maio (Yamaha), 33 anos, que conquistou o 27º posto na categoria das duas rodas.
António Maio (Yamaha) passou por problemas na moto mas ficou perto do top 20. Depois do abandono na sua estreia em 2019 concluiu finalmente a prova
Maio fez a sua estreia no Dakar em 2019 e quando lutava por um lugar no top 20 foi obrigado a abandonar na oitava etapa. Quatro posições abaixo, na 31ª posição classificou-se outro luso, Fausto Mota (Husqvarna) na sua quinta participação no rali depois de 2011, 2017, 2018 e 2019.
Mário Patrão, 43 anos, com uma KTM oficial classificou-se na 32ª posição. Vencedor da classe Maratona em 2016, o piloto de Seia não foi poupado pelo Dakar nos últimos anos.
Em 2018 foi forçado a desistir do rali na décima primeira hora devido a apendicite, e em 2019 abandonou por causa de um acidente grave na sexta etapa que lhe provocou a quebra de uma vértebra que o manteve fora de ação durante sete meses em 2019.
Na quinta-feira e depois do falecimento de Paulo Gonçalves, o rali Dakar voltou a viver momentos de pânico quando Edwin Straver sofreu uma queda grave e teve de ser reanimado. Mário Patrão passava pelo local e ao ver o piloto holandês (ao km 120 da 11ª etapa) caído prestou-lhe de imediato assistência. "Chamei de imediato a equipa médica e estive a prestar auxílio até à sua chegada. Senti a pulsação nopescoço dele assim que me aproximei, mas de repente deixei de sentir, não consigo verbalizar tudo o que senti: sozinhos no meio do deserto, num cenário absolutamente dantesco. A equipa médica finalmente chegou e realizou com sucesso as manobras de reanimação”.
"Foi um ano difícil, mas conseguir terminar que era o meu principal objetivo"
Mário Patrão
Apesar do acidente em 2019 que lhe provocou a quebra de uma vértebra e a uma paragem de muitos meses, Mário Patrão foi até ao fim na exigente prova
"Dedico este Dakar ao meu amigo Paulo Gonçalves"
Fausto Mota
Fausto Mota (Husqvarna) inconsolável após saber da morte de Paulo Gonçalves. O piloto ficou em sétimo lugar na categoria Maratona
AUTOMÓVEIS: PAULO FIUZA NO PÓDIO DO DAKAR 2020
AO LADO DE PETERHANSEL
Nos automóveis o navegador Paulo Fiuza é um dos mais experientes concorrentes do Dakar e subiu ao pódio. Na sua décima primeira participação no rali, o terceiro lugar como co-piloto do MR. Dakar Peterhansel, Fiuza obteve o seu melhor resultado de sempre, depois do 8º lugar em 2015 com Carlos Sousa e de dois quintos lugares com Orlando Terranova (2013 e 2014).
O navegador mafrense do MINI Buggy #302 foi um dos medalhados na categoria principal do mais exigente rali do mundo
"Não é todos os dias que vamos ao lado do Sr. Dakar"
Paulo Fiuza
Outro português para quem o Dakar não tem segredos do ponto de vista da navegação é o portalegrense Filipe Palmeiro, 41 anos, que terminou a edição de 2020 no 15º lugar dos automóveis como co-piloto do lituano Benediktas Vanagas.
A dupla da Toyota Hilux preparada pela Gazoo Racing/Overdrive manteve-se no Top 10 da classificação geral até à sexta etapa, altura em que um problema na embraiagem os fez ficar parados durante mais de uma hora.
Filipe Palmeiro estreou-se no Dakar em 2005 e no ano seguinte foi navegador de Elizabete Jacinto nos camiões. Co-piloto habitual de Boris Garafulic desde 2015, o português foi oitavo na edição de 2019.
"Não é todos os dias que vamos ao lado do Sr. Dakar"
Filipe Palmeiro
Um problema de embraiagem atrasou irremediavelmente a dupla do Toyota Hilux, que ainda assim não atirou a toalha ao chão e terminou no top 15
Vídeo
SSV's: A BRILHANTE PERFORMANCE DE RAUTENBACH NAVEGADO POR BIANCHI PRATA
"Com a perda do Paulo na prova, não consigo estar feliz, mas saio daqui com a missão cumprida"
Pedro Bianchi Prata
Entre os 31 finalistas da categoria dos SSV, o português Pedro Bianchi Prata como navegador do piloto do Zimbabué Conrad Rautenbach concluiu o Dakar 2020 num honroso quarto lugar. A dupla do protótipo Zephyr da PH Sport chegou a estar no comando de duas etapas, obtendo três terceiros lugares em etapas. Bianchi Prata é um ex-motard habitual do Dakar que este ano cumpriu a décima primeira participação na prova.
“Acabou o Dakar. Não tivemos problemas de maior, só uns furos, mas o Dakar é mesmo assim. Chegámos ao fim. O quarto lugar, não foi mau. A segunda semana foi muito, muito complicada. Com a perda do Paulo, não consigo estar feliz, mas saio daqui com o sentimento de missão cumprida e com o meu décimo Dakar terminado enquanto concorrente. Obrigado a todos os que me seguiram, que estiveram por perto e nos ajudaram neste resultado”.