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O bólide de Le Mans - Motores


Embora até pareça, o Ford GT ‘66 Heritage Edition não é um supercarro tirado dos livros de BD da saga Michel Vaillante. Nada disso! É um genuíno desportivo, recriado em homenagem ao lendário GT40 Mk II das 24 Horas de Le Mans de 1966.

Foi no começo do verão, no certame Detroit Auto Show, que se desvendaram as mais recentes novidades do desportivo Ford GT de 2017, a réplica (quase) perfeita do vencedor das 24H de Le Mans em 1966: Ford GT ’66 Heritage Edition.

O Ford GT é alimentado por um motor V6 de 3.5 litros, capaz de deitar para fora mais de 600 cavalos de potência. Esta unidade segue a arquitectura do protótipo de resistência IMSA Daytona. E facilmente se coloca a preceito em qualquer pista. A potência desse V6 Ecoboost chega ao solo através de uma transmissão transaxial de dupla embraiagem, com sete velocidades.






São a pintura, o grafismo e pequenos detalhes (no interior e exterior) que fazem a diferença entre o Ford GT 40 básico e o GT'66 Heritage

Exteriormente o novo Ford GT é mais do que uma romântica ‘carta de amor’, isto porque o seu perfil renuncia agora à nostalgia do modelo de 2005 em prol de uma maior eficiência aerodinâmica.

Cada uma das suas superfícies foi criada para gerenciar o fluxo de ar, existindo ainda diversos componentes ativos que melhoram a direcção e a travagem, caso do spoiler traseiro ativo. E por último, o pára-brisas curvo (inspirado no lendário GT40 Mk II), melhora o Cx aerodinâmico e a visão aos comandos do lutador carro norte-americano.

No seu interior, a posição ao volante é inspirada na posição de um desportivo monolugar de Fórmula 1 (tal como nos atuais protótipos LMP1 do Mundial de Reistência) contando com todos os controles necessários para uma coluna de direcção stalkless, não faltando o paddle shift para mantermos sempre as mãos ao volante. A informação do painel é totalmente digital, transmitindo-nos um feeling perfeito de tudo o que se passa no carro. O desempenho do GT 40 é ainda facilmente configurável para diferentes modos de condução e ambientes.



O chassis tem perfil e construção de um perfeito desportivo no Ford GT. A célula do habitáculo toda ela em fibra de carbono (matéria mais leve e resistente que o aço), sendo toda a parte frontal do carro em alumínio e com sub-quadros traseiros sob os painéis de fibra de carbono. O novo Ford GT está definido para iniciar a produção no final do próximo ano.


GT INTEMPORAL


Feita a introdução, vamos então ao Ford GT que replica na pintura e número estampado na carroçaria, o triunfador Ford GT40 Mk II das 24 horas de Le Mans de 1966. Um dia memorável para sempre na história da Ford, que nessa edição ocupou os três lugares de pódio com os fantásticos GT40, respetivamente de Bruce McLaren e Chris Amon (os vencedores, Nº2), de Ken Miles e Denis Hulme (Nº1) , e de Ronnie Bucknum e Dick Hutcherson (nº5).

A alemã Porsche foi a maior derrotada das míticas Le Mans ’66, com os seus quatro 906 Carrera 6 batidos pelo trio dos GT’s norte-americanos!


Não lhe falta nem a cor negra, nem o ‘2’ sobre o capô e sobre as duas portas, nem a famosa lista que sobe da frente até ao tejadilho. Esta edição limitada do Ford GT segue características exclusivas,gráficos e duas cores exclusivas: preto-brilhante e preto mate.

"Celebrarmos o aniversário de vitórias históricas da Ford em Le Mans, sempre foi uma parte importante do regresso do Ford GT", começou por dizer Raj Nair, vice-presidente executivo da Ford, no desenvolvimento de produto e direção técnica. "O Ford GT 66 Heritage Edition é uma deslumbrante homenagem ao carro que deu início à sequência de vitórias da Ford em Le Mans no ano de 1966."


O Ford GT 66 Heritage Edition apresenta um exterior Black Shadow, em acabamento com brilho ou preto fosco, com listas e diversos componentes que expõem a fibra de carbono. A isto se juntam as rodas com jantes de alumínio de 20 polegadas num verniz cetim dourado e com porcas pretas. O interior não é menos deslumbrante nesta edição limitada, com os assentos de fibra de carbono em couro Ebony, com inserções pillowed e costuras, e com o logotipo Ford GT gravado nos apoios de cabeça dos assentos e no volante.

O painel de instrumentos, colunas e headliner também possuem um envoltório Ebony em couro, com apliques dourado no painel de instrumentos. Como no carro de corrida de 1966, o volante é envolto em couro, com cintos de segurança com o azul Ford.

Completam-se as alterações no Ford GT '66 Heritage com uma placa única da série de identificação, com a gravação no interior das portas do número 2, com as soleiras de porta em fibra de carbono fosco, além da personalizada consola central.

Garen Nicoghosian, responsável pelo design exterior do carro, diz que o projeto do GT ’66 Heritage replicou da forma o mais purista possível o primeiro Ford GT. "Se por um lado demonstra que é claramente baseado no carro de corrida GT40 Mark II, procurámos no entanto realizar uma reinterpretação moderna do mesmo." Refere, aludindo a uma perfeita combinação entre o passado e presente que, curiosamente, resulta (na minha opinião) num efeito intemporal e ao nível dos melhores GT’s da atualidade.


O Ford GT40 foi um carro da Ford Motor Company, criado por ordens de Henry Ford II, neto do fundador, afim de competir nas 24 Horas de Le Mans e acabar com o reinado da Ferrari. Curiosamente, começou por infligir uma forte derrota aos Porsche Carrera 6 alemães de Estugarda

No verão de 2012, um Ford GT40 de 1968 usado pelo ator Steve McQueen, bateu o recorde para um automóvel produzido nos Estados Unidos, ao ser leiloado por 11 milhões de dólares no encontro de Monterrey, na Califórnia, um dos principais eventos de carros desportivos dos EUA.

O modelo com as cores da Gulf/Mirage Lightweight Racing serviu como ‘figurante’ principal no lendário filme "Le Mans", de 1971.


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