top of page
motores7magazine

O Iceman falou... e sorriu! | Motores

ENTREVISTA | Ao contrário do ano passado, Kimi Raikkonen não evolui esta temporada na sombra do seu companheiro de equipa, Sebastian Vettel. Em vez disso, o finlandês andou frequentemente perto do seu colega alemão na Ferrari, se não mesmo à sua frente, sejas nas qualificações, nas corridas como no campeonato.



Kimi-Matias Räikkönen de seu nome. Completa no próximo dia 17 de outubro 38 anos de idade. Nasceu e, Espoo, numa terra com um nome estranho para muitos e distante na fria Finlândia. Apesar do seu perfil soturno, ao lado da namorada, Minttu Virtaneniné vive a Ferrari como parte da família, materializou uma das primeiras paixões - o motocross - numa equipa que criou e participa no mundial da especialidade, e considera-se uma pessoa feliz. Nesta entrevista, o Iceman campeão do mundo F1 em 2007, reconhece que agora está a pilotar o Ferrari melhor que nunca. Dúvida? Então leia.


"Estou agora a fazer um melhor trabalho”, admite. Ao contrário das duas últimas épocas em que tive problemas a encaixar as peças do puzzle, este ano tudo se combina muito melhor. É tudo uma questão de pormenor para se conseguir tirar o melhor proveito de um carro e, agora, estou muito mais à vontade nesse aspeto. Temos uma melhor compreensão do que queremos retirar do carro e do modo como o obter, e tudo isto está estreitamente ligado à gestão desse pormenores que não são de grande importância em termos individuais, mas que mudam tudo coletivamente.”


Kimi Raikkonen acrescenta, que o seu relacionamento com Vettel, tem contribuido para melhorar a competitividade da Scuderia.


"O nosso relacionamento é franco, direto e o primeiro beneficiário é a Scuderia, afirma. Nós puxamo-nos um ao outro em pista, sem segundas intenções ou dúvidas, e trabalhamos juntos para a mesma causa. Para a equipa, esta é uma situação ideal. Não existem falsas questões, discursos duplos e falamos a uma só voz, com toda a confiança e franqueza. Em pista, cada um de nós tem a sua corrida para fazer, mas não estamos à espera de nenhum ‘presente’ dado pela equipa, o que não implica que não possamos trabalhar bem em conjunto.”


Contudo, ainda não venceram qualquer corrida em 2016, e dificilmente isso é previsível nas duas corridas que faltam (Brasil e Abu Dhabi)…


“Tínhamos pequenas questões que nos custaram alguns pontos - mas sem grandes problemas. Temos sido rápidos a corrigir essas coisas e agora estamos felizes nesse lado.

Queremos vencer corridas - é claro - e se as pessoas dizem que agora estamos pior do que no ano passado eu respondo: não estamos! O pacote é bom, a equipa está a trabalhar melhor e demos um grande passo em frente este ano. Isto é um facto - o que as pessoas tentam dizer!? Isso é tudo absurdo. Acho é que a F1 este ano e a competitividade está alguns degraus acima de 2015.”


Isto então, pressupõe, que não foi a Ferrari que baixou de nível mas que foi a concorrência (Red Bull) a ter subido de forma. Até porque, no começo da temporada a Ferrari queria colmatar a diferença para a Mercedes e acabou a ser pressionada pela Red Bull Racing. Estão agora numa situação defensiva?


“Não tivemos um início de ano fácil mas, estou certo de que agora temos a velocidade que precisávamos e sei que somos capazes de lutar por vitórias. E queremos vencer. Para mim, a situação ideal é ter um Ferrari no primeiro e no segundo lugar!”


Qual é o nível que então invoca para a equipa?


“Queremos estar onde a Ferrari merece estar: primeiro e segundo! Ser a equipa que todo o mundo deseja bater.”


O presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, está a colocar muita pressão sobre a equipa. Isso é útil?


“Uma equipe como a Ferrari tradicionalmente tem mais pressão do que qualquer outra equipa – isso nunca vai mudar. Então todo o mundo espera que façamos bem - isso faz parte do nosso nome. E se nós pilotos não nos colocamos sob pressão, ninguém na equipe sentirá uma ponta de felicidade se não ganharmos. Então, no final, não importa se ele (Marchionne) nos dá pressão ou qualquer outra pessoa. Sabemos o que queremos fazer e o que queremos alcançar.”


Como Finlandeses, você e Valtteri Bottas podem confiar no princípio de Sisu (vagamente traduzido como uma espécie de determinação estóica) - mas ultimamente Nico Rosberg também afirmou que este Sisu também faz parte do seu ADN e está a impulsionar a sua carreira ...


“ ... (pausa, para pensar) espere um minuto! Eu não! Eu nunca disse que Sisu tem nada a ver comigo! Para mim Sisu é apenas um doce finlandês - e tudo o que as pessoas atribuem a esse lado mental de Sisu eu não o compraria nunca!”





A INCRÍVEL HISTÓRIA DO ICEMAN


Kimi Räikkönen nasceu em Espoo. Teve uma longa linha de sucesso no kart a partir dos seus 10 anos de idade. A sua primeira corrida fora da Finlândia foi no Mónaco, com 15 anos de idade. Durante a corrida, a barra de direção quebrou-se, mas Räikkönen continuou a correr, informando o seu mecânico a chocalhar freneticamente o volante ao passar pela reta principal do circuito.

A corrida seguinte de Räikkönen no Mónaco também foi memorável; atirado para o lado contrário de uma escapatória após uma colisão logo na primeira volta, seguiu em pista com o carro praticamente destruído e a arrastar-se. Confiante, levantou o kart e o colocou de volta na pista e continuou a correr. O seu mecânico achou que ele estava fora de prova, mas Kimi continuou na corrida e terminou-a no terceiro lugar.


Em 1998 foi o primeiro no Campeonato Nórdico de Kart em Varna, na Noruega. Em 1999, Räikkönen ficou em segundo no Campeonato Europeu de Formula Supor A, também competindo na Copa Europeia de Fórmula Ford. Com vinte anos, Kimi venceu a série de inverno do Fórmula Renault Inglesa de 1999, vencendo as primeiras quatro corridas do ano. Em 2000, venceu sete das dez provas do Fórmula Renault Inglesa. Combinados, venceu 13 das 23 corridas - uma taxa de 56% de vitórias.


A CHEGADA À FÓRMULA 1


Os bons resultados na Formula Renault chamaram a atenção de Peter Sauber. Assim, o piloto fez alguns testes com bons resultados no circuito italiano de Mugello e Sauber decidiu contratá-lo como piloto DE reserva em 2000, o que foi o início da sua carreira na F1.

SAUBER - 2001

Assim, com apenas vinte e um anos iniciou-se como piloto titular na Fórmula 1 em 2001. Com apenas vinte três corridas de monolugares no seu currículo, ele conseguiu a licença especial da FIA. Logo na primeira prova do campeonato alcançou o sexto lugar.

MCLAREN - 2002

Em 2002, foi contratado pela equipe McLaren onde correu até 2006 substituindo o seu compatriota e bicampeão do mundo Mika Häkkinen. Foi vice-campeão da temporada de 2003 com noventa e um pontos, ficando apenas a um ponto de impedir o hexacampeonato de Michael Schumacher.


Em 2005, foi novamente vice-campeão com cento e doze pontos e sete vitórias, sendo Fernando Alonso campeão. Foi considerado por críticos de automobilismo e revistas o piloto mais rápido e melhor da temporada. Em 2006, após um carro mal construído pela McLaren, Räikkönen não conseguiu nenhuma vitória e terminou o ano em quinto lugar com sessenta e cinco pontos.

FERRARI – 2007

Em 2007, Kimi Räikkönen foi o primeiro piloto desde Nigel Mansell, em 1989, a estrear-se pela Ferrari com uma vitória! Aconteceu no Grande Prémio da Austrália, que abriu a temporada de 2007. E, após dois vice-campeonatos, o finlandês sagrou-se campeão mundial no dia 21 de outubro de 2007, vencendo o Grande Prémio do Brasil, no Autódromo de Interlagos – curiosamente, a próxima etapa do Mundial 2016.



CAMPEÃO DO MUNDO COM A FERRARI

Räikkönen era o que tinha menores chances entre os três pilotos que disputavam o campeonato: Lewis Hamilton e Fernando Alonso eram os mais cotados a levar o título, já que Kimi precisaria de uma combinação de resultados para se tornar campeão mundial de pilotos em 2007.

No entanto, Kimi Räikkönen contou com os erros cometidos pelo inglês Lewis Hamilton na corrida, que logo na segunda curva da corrida perdeu o controle do carro, chegando a ficar no décimo oitavo lugar, e pela estratégia adotada pela Ferrari, que fez com que o finlandês assumisse a liderança da prova, que era do brasileiro Felipe Massa na volta de número cinquenta e dois. Com essa vitória, Räikkönen conquistou seu primeiro título no campeonato mundial de F1, consolidando a Ferrari como a líder mundial de construtores da Fórmula 1 em 2007.

Talvez por tudo isto, Kimi não só é muito respeitado na equipa de Maranello, como venerado por muitos tiffosi em todo o mundo.


0 visualização0 comentário
bottom of page