A DECO considera intervenção da Volkswagen na correção de emissões como ineficaz. A intervenção que a Volkswagen está a realizar nos automóveis com emissões falsificadas é inútil, e até agrava as emissões de óxido de azoto, considerou a DECO Proteste.
A associação DECO considera, com base num estudo de uma congénere italiana, que a intervenção que a Volkswagen está a realizar nos automóveis com emissões falsificadas é inútil e até agrava as emissões de óxido de azoto (NOX).
Bruno Santos, da DECO Proteste, explicou à Lusa que a associação congénere Altroconsumo submeteu um veículo Audi A5 (motor 2.0) da Volkswagen a uma “bateria de testes num laboratório independente italiano, antes da intervenção da marca alemã e depois dessa intervenção.
“A única alteração detetada em laboratório, para os valores das emissões de NOX, é o seu aumento em mais de 13% relativamente aos valores medidos antes da intervenção realizada nas oficinas da marca alemã. Ou seja, o problema inicial não é de forma alguma corrigido. Pelo contrário, agrava-se”, acusa a associação para a defesa dos direitos dos consumidores.
Apesar de a intervenção técnica não ser benéfica em termos de emissões, a DECO, por precaução, e porque desconhece se essa chamada à oficina é obrigatória, recomenda aos proprietários de veículos a chamar para intervenções nas oficinas a darem resposta positiva. “Era bom que o Estado português esclarecesse se esta chamada para intervenção da Volkswagens é, ou não, obrigatória”, defendeu Bruno Santos, condenando ainda o facto de o Audi A5 sujeito a testes em Itália, depois da intervenção técnica para corrigir o problema das emissões, ter recebido um certificado de conformidade, apesar de essa conformidade não ser confirmada pelos testes no laboratório italiano.
Em 18 de setembro de 2015 foram conhecidos publicamente os resultados de testes a emissões poluentes de viaturas equipadas com motores diesel do grupo Volkswagen, relativamente às marcas Volkswagen, Audi, Seat e Sköda, concluindo-se pela existência de viaturas equipadas com um dispositivo que permite a manipulação de informação relativa a emissões poluentes.
O grupo alemão admitiu a existência de 11 milhões de carros nestas circunstâncias, e em Portugal, de acordo com informação divulgada pela SIVA, estima-se que existam cerca de 94 mil viaturas afetadas, mais 23 mil da marca Seat, totalizando 117 mil veículos.