Após uma longa e intensa época, o CNV Moto pisou pela quarta vez este ano o Autódromo do Estoril, numa jornada com razoável moldura humana nas bancadas e paddock e que serviu para a renovação do título nacional por parte de Tiago Magalhães. Também Miguel Oliveira, a testar o seu estado físico para o regresso à Moto2, rodou o maior número de quilómetros possíveis no circuito às portas da capital.
O campeonato nacional de velocidade teve o seu ponto alto no passado fim-de-semana, dia de regresso das motos à pista estorilista e que contou com dois dias ideais para a prática do motociclismo.
Com 15 pontos a separarem-nos na luta pela primeira posição nas Superbike, Tiago Magalhães e Rui Reigoto encetaram o esperado duelo, desta vez ‘arbitrado’ pela presença de dois pilotos de nomeada, Miguel Oliveira e Rafid Topan Sucipto, o primeiro a fazer um teste mais competitivo para analisar o seu estado fisico antes do regresso ao campeonato do mundo de Moto2 em Valência, o segundo a ocupar o lugar de Magalhães na Kawasaki Oneundret Racing.
A presença dos dois 'outsiders' até poderia ter feito pender o prato da balança a favor de um dos interessados no campeonato, o que felizmente acabou por não acontecer.
CAMPEÃO COM MOTO ‘EMPRESTADA’
Na corrida principal, Miguel Oliveira arrancou na frente e na travagem para a primeira curva não vislumbrou Rui Reigoto falhar a travagem, quase tocando no piloto da Yamaha R1 vermelha. O ex-campeão nacional perdeu com esse erro várias posições, o piloto indonésio da Kawasaki Oneundret tomou o segundo lugar, no entanto, apenas 3 voltas bastaram para Reigoto recuperar até ao terceiro lugar, atrás de Rafid Topan e de Miguel Oliveira.
Aos comandos de uma moto totalmente desconhecida, uma BMW S1000 RR, Tiago Magalhães manteve durante quase toda a corrida o quinto lugar, num grupo de três pilotos onde estavam Pedro Monteiro e Rui Marto. Na frente, pouco ou nada se alterou até final das 16 voltas de corrida, excepto a passagem de Miguel Oliveira pelo pit-lane, deixando assim a vitória nas mãos de Rafid Topan, que assim somou os pontos para a sua marca (Kawasaki) se sagrar vencedora do campeonato. O nosso mais expeiente piloto em pista, Rui Reigoto, rodou durante praticamente na sombra do jovem indonésio de 22 anos – participante no campeonato de Moto2 em 2012-13 com uma Speed Up – provando que está pronto para mais uma época em 2017 e concluindo a sua corrida na frente da Superstock 600 de Ivo Lopes, que chegou ao Estoril já campeão na categoria.
Quanto ao novel campeão 2016, Tiago Magalhães cruzou a linha de meta na quinta posição, somando os pontos suficientes para renovar a coroa na categoria Superbikes do CNV.
COPA MOTOVAL, TAÇA LUIS CARREIRA E CLÁSSICAS
Com os campeonatos decididos nas restantes categorias e com a Copa Motoval a ter ainda mais uma prova no seu calendário, animação maior trouxeram os mais de dez pilotos da novidade RAVCup, que ajudaram a preencher a grelha das Pré-Moto3 e Moto4, onde venceram David Ferreira e Diogo Regadas respectivamente, cabendo a Juan Mayoral a vitória nas irrequietas RAV.
Tom Thomson venceu entre as clássicas C1, Joaquim Boavida nas C2 e Rodrigo Amaral veio directamente da Baja de Portalegre, onde também participou, para garantir a vitória na classe C3 que lhe valeu terminar o campeonato na segunda posição global.
O Estoril marcou igualmente o final do animado Troféu Século XX / Taça Luis Carreira - ENI, com vitórias globais para Tony Costa nas SBK, João Curva na Open, José Teixeira nas SS e Armindo Neves na classe Sport. Miguel Sousa foi o vencedor da Kawasaki ZCup neste seu primeiro ano de actividade e na Copa Estoril-Dunlop-Motoval defendem a liderança das suas classes na última prova do ano Francisco Mateos na classe 1 e Gonçalo Ferreira na classe 2.
O campeonato nacional de velocidade de 2016 terminou assim com um bom lote de corridas e com bastante público presente que aproveitou um dia quente e de sol para assistir a uma boa jornada de motociclismo.
CLASSIFICAÇÃO FINAL DO CAMPEONATO
Superbike
1º Tiago Magalhães com 158 pontos; 2º Rui Reigoto, 150; 3º Pedro Monteiro, 116; 4º Romeu Leite, 98; 5º Mário Alves, 89
Superstock 600
1º Ivo Lopes com 200 pontos; 2º Alex Costa, 102; 3º Nelson Rosa, 101; 4º Pedro Nuno, 56; 5º Eusébio Nogueira, 46
Pré-Moto3
1º Paulo Leite com 140 pontos; 2º David Ferreira, 136; 3º João Marinho, 108; 4º Alex Costa, 29; 5º Vasco Esturrado, 20
Moto4
1º Diogo Regadas com 165 pontos; 2º Nuno Ribeiro, 105; 3º Patrick Costa, 89; 4º Tomás Alonso, 50; 5º Marco Mateiro, 48
Clássicas
C1
1º Tom Thomson com 42 pontos; 2º Fernando Martins, 28
C2
1º Joaquim Boavida com 71 pontos; 2º Chris Doremalen, 45; 3º João Leandro, 10
C3
1º Bernardo Villar com 103 pontos; 2º Rodrigo Amaral, 61; 3º Fernando Sousa, 55; 4º Miguel Sousa, 46; 5º Duarte Amaral, 45
Troféu Século XX / Taça Luis Carreira – ENI
SBK
1º Tony Costa com 332 pontos; 2º João Trancoso, 247; 3º António Maximiano, 241; 4º João Ribeiro, 240; 5º Eduardo Cabreira, 222
Open
1º João Curva com 357 pontos; 2º Jorge Afonso, 238; 3º Pedro Flores, 217; 4º Fernando Mercier, 136; 5º João Leandro, 127
SS
1º José Teixeira com 290 pontos; 2º André Capitão, 224; 3º João Vieira, 216; 4º António Reis, 169; 5º Ricardo Guerra, 140
Sport
1º Armindo Neves com 28 pontos
Kawasaki ZCup
1º Miguel Sousa com 246 pontos; 2º Joaquim Boavida, 177; 3º Paulo Vicente, 115; 4º José Almeida, 20; 5º António Morato, 20
Copa Estoril-Dunlop-Motoval
Classe 1
1º Francisco Mateos, com 182 pontos; 2º Jesus Macarro, 129; 3º Fernando Merchan, 102; 4º Luis Branquinho, 86; 5º Péricles Lacerda, 83
Classe 2
1º Gonçalo Ferreira com 182 pontos; 2º João Silva, 123; 3º André Verdasca, 119; 4º José Fernandes, 99; 5º Nuno Silva, 71
