No salão de Los Angeles estreou oficialmente o novo 911 RSR da categoria GTE FIA, com o revolucionário posicionamento central do motor.
É a maior mudança técnica na história dos desportivos Porsche 911. Pela primeira vez, o 911 deixa de ter o motor traseiro para ficar numa disposição central. Durante meses, a marca de Estugarda trabalhou em segredo esta enorme mudança estrutural no seu GT mais famoso para as pistas, aproveitando o ‘Auto Show’ para mostrar o novo 911 RSR já de acordo com o novo regulamento FIA GT de 2017. Mas, que razão levou a Porsche a alterar um posicionamento 'atrás' do motor boxer que vem de 1963? ... quando surgiu o original 911.
MOTOR REPOSICIONADO E MELHORIA AERODINÂMICA
A característica do GT alemão foi ter sempre o motor saliente, atrás das rodas traseiras, o que sempre deu ao GT excelente tração - especialmente em superfícies molhadas - mas criava não poucos problemas de equilíbrio do carro, com uma crónica ligeireza no trem dianteiro. Por outro lado, essa posição recuada do boxer, evitava a ‘obrigatoriedade’ de um aileon aerodinâmico volumoso para o downforce na traseira do 911.
Deslocando o motor mais para a frente, alguns centimetros para o habitáculo e logo à frente das rodas traseiras, os engenheiros da Porsche quiseram atacar o problema de equilíbrio do 911 pela raiz. Logo, redesenhando toda a extremidade traseira para essa deslocação o centro de gravidade foi alterado tornando o novo RSR de pista naturalmente mais equilibrado.
“As leis da física dizem que a melhor posição para colocar o motor é central, afim de favorecer a centralização de massas, distribuindo de forma mais repartida o peso por ambos os eixos”
A mudança aplicada permitiu a construção de um avançado spoiler traseiro que altera a saída do fluxo de ar que passar por baixo do carro e permite um melhor comportamento aerodinâmico, mas que obrigou a Porsche a ‘requisitar’ o aileron do híbrido 919 de LMP1.
O desenvolvimento do projeto obrigou a serem cumpridos mais de 35 mil quilómetros em testes durante 2016, anunciando a marca alemã que estas modificações na carroçaria vão gerar uma incrível pressão aerodinâmica que vai trazer melhores resultados ao RSR na provas GTE WEC, onde ele estava bem menos competitivo que os Ferrari, Aston Martin e Ford GT.
máquina de deslocamento, uma vez não seria permitido porque não estava autorizado a alterar o layout design do carro da classe GTE que o modelo standard.
O 911 RSR foi anunciado com uma relação de 510 cv para 1243 kg: um digno carro para corridas, apresentado no ano da surpreendente vitória da Posche em Le Mans
MANTIDO O HISTÓRICO BOXER ASPIRADO
O novo regulamento aprovado em 2016, através da liberalização de certos parâmetros técnicos, consentiu este novo layout radical no design do Porsche da classe GTE e que o afasta da linha mais tradicional.
O motor de 4 litros motor naturalmente aspirado permaneceu inalterado, isto porque a Porsche não quis empregar o motor turbo (presente no 911 de estrada) no RSR, aos contrário do que sucede nos Ferrari e Ford, não considerando uma vantagem o uso de uma motor com turbocrompressor. No entanto, graças a algumas melhorias internas foi conseguindo um aumento da potência para 510 cavalos. O peso do ‘race’ RSR é de 1243 kg, a frente do carro é notavelmente mais larga e também o downforce frontal melhorou com um avental mais largo e com novas fendas de ambos os lados.
Em conclusão, tudo aponta para que o reposicionamento do motor e as alterações de aerodinâmica, possam trazer ganhos de motricidade elevados e um maior equilíbrio com melhor arrasto e mais downforce a agarrar o carro ao solo em uso desportivo.
Hoje as corridas ganham-se ao centésimo de segundo, inclusive na ‘Endurance’ e essa foi a razão para a Porsche tirar do RSR uma das características mais marcantes do 911: o motor em posição traseira.