COMPARATIVO ABARTH 695 BIPOSTO vs. ABARTH 595 1 4 T JET | Com o Abarth 695 Biposto parece que estamos na moda da alta costura, carbono, magnésio, turbo… No 595, a ideia que deixa é que entramos num pronto a vestir ´normal´ de uma grande superfície comercial… Ou seja, tem tudo o que precisamos para o quotidiano mas falta-lhe charme para uma gala.
Quando Carlo Abarth montou a sua oficina em 1949, não fazia a mínima ideia de que o emblema do (seu signo do zodíaco) Scorpion iria brilhar de novo em 2015, depois de saltar de novo para a ribalta em 2007. As criações mais famosas do mago italiano permanecem os 595 SS e 695 SS, carros que tinham o capô semi-aberto para melhorar o arrefecimento do motor. São essas mesmas figuras que são tomadas para iluminar os nomes dos nossos dois 500 muitos especiais. Dito isto, o nome Abarth é muito especial, ponto final, parágrafo.
Mas o próprio Carlo ficaria emocionado ao ver o "nosso" 695 BIPOSTO armado até os dentes, pronto a atacar.
Veja: quatro cilindros habilmente preparados, completados com um turbo Garrett emprestado pela Ferrari, um grande intercooler, filtro de ar especial, escape Akrapovic em titânio com válvula ativa, amortecedores ajustáveis em altura da Extreme Shox, rodas OZ de 18 polegadas em magnésio coberto com pinças de travão Goodyear Eagle F1, Brembo com quatro pistões na dianteira, bacquets em carbono (magnificas), cintos com quatro pontos de fixação, uma caixa de velocidades desprovida sem sincronização, com majestoso comando em alumínio e um diferencial auto-blocante, tudo isto pela módica quantia de 10.000 €.
Se a versão "normal", com os seus 140 cv e os acabamentos de simples 500 têm uma face triste face a este Abarth Biposto, por outro lado, tem o mérito de não o sobrecarregar no preço com os seus 18.000 €! Por outro lado, o 1.4 Biposto cospe 190 cv e um binário de 270 Nm (250 com caixa standard) e tem um peso de cerca de uma tonelada. Fornece no entanto uma boa aceleração, acompanhado por uma voz rouca, ainda mais expressiva no modo Sport, que deixa a ideia de que um quatro-cilindros, finalmente, pode muito bem dar guerra.
ABARTH 595 1 4 T JET: ‘NA ESTRADA MANDO EU’
Pelo contrário na cidade, muitos o vão olhar de lado e com uma caixa nada doce de acionar, as coisas complicam-se. E não só. Também em estradas de piso irregular o Biposto lembra-nos a cada momento que o que ele quer mesmo é uma pista para andar. As suas suspensões são muito firmes, mas recompensadas com um grande torque nas rodas dianteiras.
Por outro lado, o "pequeno" Abarth cívil supera o mesmo exercício de forma muito mais confortável, as suas suspensões são firmes mas (relativamente) mais confortáveis, enfrenta as mudanças de piso de modo mais sereno, tendo a caixa a vantagem de ser bastante mais macia e sincronizada (embora demasiado esponjosa na nossa opinião). Os seus 140 cv servem para algum entretenimento, mas claro, deixam-nos ‘a léguas’ do divertido Biposto que permite trocar de velocidades de forma mais rápida e a aproveitar melhor o motor.
São muito semelhantes, quase irmãos gémeos, mas o Abarth 695 Biposto é muito mais radical, divertido, e mais caro do que o 595
Por exemplo, na necessidade de ser muito rápido na aceleração, o Abarth Biposto permite trocar de marchas quase instantaneamente a meio da embreagem, sem nenhum ‘prego’… aquele ‘crack’ que se escuta e leva qualquer um a torcer o nariz. Melhor que isto? Só se tivesse sido escolhida para o Biposto uma caixa de velocidade sequencial da F1.
O CIRCUITO É A ‘CASA’ DO ABARTH 695 BIPOSTO
Boxes, grelha de partida, pista… o Biposto batea as asas de satisfação. Na faixa plana de asfalto, ele grita de alegria provocando a zona vermelha do conta-rotações, para realçar um comportamento exímio, as suspensões estão perfeitas e faz as curvas com uma naturalidade espantosa, sem o menor sinal de subviragem e com um ‘rapport’ de caixa perfeito. De vibração em vibração, este 695 leva-nos a outra dimensão!
É um regalo ao volante e dá prazer travar a fundo, colocá-lo de curva para curva de modo perfeito… um deleite. O modo Sport requer um pouco de brutalidade na ação e pede uma concentração real quando dosado, mas fizemos isso sem surpresas.
Já a condução do outro Abarth, civil, é uma outra estória e os seus 140 cv deixa-nos em pista submetidos a uma justiça cruel. Apesar de alguma firmeza que sentimos na estrada, e que impõe excessiva flexibilidade na hora de travar, aqui as coisas tornam-se ainda mais complicadas. Tomando como referencia as sensações que nos tinha transmitido o Biposto, devo dizer que todo o conjunto se torna em pista muito menos preciso, ficando a a sensação do puxão na aceleração perfeitamente diluída. Em suma, nada melhor que equipa o Abarth com alguns condimentos mais apimentados, para se sentir alguma ‘felicidade’ em circuito. Quanto ao seu querido irmão militar, sente-se no paddock em casa própria, embora, o preço para o ter seja significativamente superior. Enfim, no final do teste, tivemos que trocar de novo para o Abarth Biposto, para assim deixar este circuito francês com um ar feliz no rosto e na alma.
ABARTH 695 BIPOSTO
MOTOR 4 cil. em linha, turbo Garrett, 16V, 1368cc
POTÊNCIA 190 cv
BINÁRIO 250 Nm
TRANSMISSÃO Dianteira
TIPO DE CAIXA BVM
ABARTH 595 1 4 T JET
MOTOR 4 cil. em linha, turbo, 16V, 1368cc
POTÊNCIA 140 cv
BINÁRIO 206 Nm
TRANSMISSÃO Dianteira
TIPO DE CAIXA BVM sincronizada