YAMAHA MT10 | Bem-vindos ao maravilhoso mundo Master Torque da Yamaha. Com muitas das caraterísticas da super desportiva R1, muita adrenalina a bombear o coração, mas ao mesmo tempo dócil e ágil como uma onça na condução, a Imperatriz das MT vai dar muito que falar. Tem 160 cv de potencia e fica bem abaixo dos 200 kg!
Por Mike Rodman
A matriarca das roadster desportivas da Yamaha, dá agora pelo nome de MT-10 . O seu design de ponta e opticas penetrantes não deixam nenhuma dúvida sobre o seu carácter dominante. As suas especificações também podem intimidar iniciantes, uma vez que este modelo herda o motor de quatro cilindros e 998 cm3 da super desportiva Yamaha R1. Além disso, para reduzir o seu custo de fabricação, o bloco desta motorização foi alterado fica-se por hastes de aço, em vez das de Titanium que encontramos na R1.
Nesta super naked a potência máxima perde 40 cv e o peso aumenta 9 kg. Porém, com 160 cv e 190 kg a seco, a nova imperatriz continua bem ‘armada’ para enfrentar a concorrência. Para uma melhor utilização na estrada, o binário máximo de 111 Nm está disponível a partir das 9000 rotações por minuto, ou seja, 2500 r.p.m. mais cedo do que na R1.
QUADRO SEMELHANTE À DESPORTIVA YZF-R1
Já no que concerne à parte ciclística, a Yamaha MT 10 segue fiel à geometria da estrutura de alumínio e suspensão ajustável da rainha de circuitos, mas tem configurações flexíveis, e uma distância entre eixos mais curta.
E também o sub-quadro traseiro oferece mais espaço e ‘reserva’ um espaço de lado para alojar duas malas.
No meio do seu estilo agressivo, a MT 10 recebeu um equipamento generoso, com instrumentação digital e toda a informação necessária, uma tomada de 12 volts, cruise control (velocidade de cruzeiro estabilizada), controle eletrónico de tração com três modos (Chuva, Sport, Normal), facilmente comandável a partir de um botão muito acessível no guiad, funcionamento ainda os mesmos para a reatividade do acelerador electrónico, ajustável nos mesmos três modos.
No que respeita a dimensões, embora pareça uma moto grande com as enorme tomadas laterais de admissão de ar ao motor e que lhe dão uma medida XXL na zona do depósito, na verdade é uma moto estreita e muito acessível na condução. A posição que oferece é muito mais confortável que na R1, com um guiador elevado, apoios para os pés bem colocados e para o e encosto fácil do joelho no depósito, mesmo para pessoas altas.
DELICIOSA A CURVAR
A embraiagem é flexível o suficiente, e tem um bom ponto, mas o raio a que somos obrigados para engrenar cada marcha, pode-se tornar cansativo no dia-a-dia. Também não é um motor muito amigável para o uso urbano, uma vez que ‘pouco’ existe para retirar dele abaixo das 2000 rotações.
A exemplo da unidade gémea da R1, é um motor que precisa de espaço para se expressar.
No entanto, quando a estrada está livre, o controle eletrónico de tração é muito útil e reconfortante, sobretudo para conter o ardor da mecânica.
A nova Yamaha MT10 mostra-se confortável e oferece uma boa relação preço/performances/equipamento...
mas o seu motor está mais à vontade em estradas rápidas e sem trânsito, que no exigente quotidiano urbano
Usando o modo 1, é possível levantar a roda dianteira, inclusive os mais acrobatas podem até mesmo desligar por completo a eletrónica. Depois, é as 5000 r.p.m. que sentimos a primeira batida forte do motor, a segunda, sente-se entre as 8000 e 11.000 rotações, quando expele por completo o seu potencial.
O seu som lembra de imediato um motor V4, sonoridade que foi relativamente suprimida - como na maioria das motos atuais – para cumprir a normativa Euro4 de anti-poluição.
ARGUMENTOS A FAVOR E CONTRA
Em conclusão, posso dizer que, se o desempenho e alongamento deste motor é algo surpreendente, já o seu carácter a baixas rotações provoca algum desapontamento se o compararmos com o bloco maravilhoso de 3 cilindros da MT-09, flexível e explosivo a quase todos os regimes.
Na parte ciclística a MT10 distingue-se da R1 sobretudo nos diferentes materiais utilizados, o desenho do quadro é parecido, tem suspensões à frente muito incisivas e perfeitamente calibradas, que convidam a divertirmo-nos a velocidades altas, contando com o sistema anti-dribbling que impede a roda dianteira de bloquear prematuramente.
Jà quanto a consumos, o melhor é estarem atentos ao nível de combustível, a proteção ao ar é praticamente nula mas, o que maravilha qualquer um é a extraordinária agilidade da MT10, que permite endireitar com uma facilidade encantadora a trajetória da moto em curva. Uma estrada de montanha com curvas encadeadas é delirante de percorrer… venham elas para este derradeiro espécime da saga Master Torque.
Com um preço de compra (Pvp) de € 13.495, a Yamaha MT 10 é uma concorrente direta da BMW S1000 R, que com polivalência equivalente se ‘cobra’ um pouco mais no stand para a levantar. Durante este teste em estradas de sonho na Andaluzia que bem conhecemos e ao lado de colegas experientes, registámos um consumo médio na ordem dos 8,0 l / 100 km, o que permite ter uma autonomia próxima dos 200 km. Não é muito, implica alguns cuidados redobrados a viajar, mas é o espaço suficiente para nos divertir de forma louca na condução.
VEREDITO FINAL
MAIS
-RELAÇÃO PREÇO/QUALIDADE
- EQUIPAMENTO
- CAPACIDADE DE AMORTECIMENTO
- MANEABILIDADE DO QUADRO
- PERFORMANCES ELEVADAS
MENOS
- SONORIDADE ‘CIVILIZADA’ NO MOTOR EURO4
- POSIÇÃO DA ALAVANCA DA CAIXA DE VELOCIDADES
- MOTOR RUIDOSO ATÉ MÉDIAS ROTAÇÕES
FICHA TÉCNICA
Cilindrada 998,0 cc
Potência/RPM 118,0 kW (160,4CV) @ 11.500 rpm
Alimentação Injeção de combustível
Transmissão caixa sincronizada, 6 velocidades com transmissão final por corrente
Altura do assento (sem carga) 825 mm
Capacidade útil do depósito 17 L
Peso em ordem de marcha 210 k
Pneus, dianteiro 120/70 ZR17 M/C (58W)
Pneus, traseiro 190/55 ZR17 M/C (75W
Cores Night Fluo, Race Blu, Tech Black
Preço € 13.495