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MICHELIN POWER RS | O novo pneu desportivo de estrada da marca francesa para motos, passou por quatro anos de desenvolvimento e apresenta um novo desenho, prometedor nas performances de pista.
Por Mike Rodman
O gigante despertou da hibernação e está de volta à arena na sua melhor forma. Foi isto em síntese o que ficamos a saber sobre o novo Power RS, o pneu desportivo de estrada, adequados ao uso em pista, onde a Michelin começou realmente sua revolução no campo da produção.
Durante anos, a empresa francesa manteve-se afastada da competição e construiu pneumáticos de série caracterizados por uma notável estabilidade em linha reta e capazes de uma quilometragem elevada. Esses pneus, tinham perdido alguma manobralidade e, especialmente, aderência, essencial para se sentir uma boa sensação entre os eixos dianteiro e traseiro. Mas em Cartagena, Espanha, comprovámos que algo mudou… para melhor.
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Nesta pista, apenas seis jornalistas tiveram a oportunidade de experimentar os novos Power RS e a Michelin, ainda não divulga muitos dados técnicos, porque em março, no Qatar, haverá o teste de imprensa oficial onde os novos pneus vão estar disponíveis.
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No entanto, sabia ao que vinha neste teste com os novos pneus, até porque Piero Taramasso (Chefe do programa MotoGP) já me tinha dito em Mugello que a Michelin iria em breve lançar umas novas ‘borrachas’ com elevado nível de aderência, uma das áreas onde os técnicos franceses trabalharam mais - com experiencias que resultaram bem nos campeonatos nacionais em MotoGP – e na medida de 17 polegadas que são utilizados na maioria das motos desportivas de série. E também fiquei a saber que o Power RS tem, na verdade, quatro anos de desenvolvimento.
Iniciámos o teste com um Pilot Power 3, que em breve vai ser acompanhado no mercado pelo Power RS que substituirá o Pilot Supersport EVO. A moto escolhida para o teste foi a a BMW S 1000 RR. Uma boa estabilidade alia-se à capacidade de sair rapidamente de curva neste pneu, mas perde alguma sobriedade quando se inclina bastante a moto em em curva, ou quando na saída, a traseira tende a escapar-se.
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MAIS ADERÊNCIA E TRAÇÃO
Felizmente, verificámos depois que novo Power RS tem muito pouco em comum com o Pilot Power 3. A única sensação semelhante é na desaceleração da moto, porque de resto, com ele montado na BMW S1000 RR, parece que passámos a conduzir uma outra moto! A sensação que esta nova ‘cobertura’ do Michelin transmite é muito semelhante à de um bom pneu de corridas.
Com o PowerRS é possível utilizar pressões de enchimento bastante baixas (pondo na frente 2,1 bar e 1,9 bar na roda traseira) sem sentir a fastidiosa flexão da carcaça, típica dos pneus sport de estrada que depois se utilizam num ‘track day’ em circuito. O grip oferecido atrás é, literalmente, de tirar o fôlego.
O facto mais surpreendente é que este elevado nível de aderência não implica a ondulação (ou redução em altura) da carcaça , permitindo assim aproveitar em pleno a aceleração da moto e usufruir de uma notável estabilidade (na S 1000 RR com o Power RS usamos o controle de tração de nível desde o nível -3 ao -7, o menor antes da desativação).
LIMITES SURPREENDENTES
A sensação à frente oferecida pelo novo pneu também é positiva. Andando a bom ritmo com a moto, é possível sentir-se uma ligeira subviragem na moto (talvez causada pela aderência elevada do pneu traseiro), mas que de imediato desaparece assim que se aumenta a velocidade. Em pista, quando mais estivermos perto do limite, melhor o RS nos transmite sensações, com o eixo dianteiro a manter a trajetória pretendida e a traseira a permitir acelerar mais cedo na saída da curva… mesmo com a moto bastante inclinada.
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Considerando que estes novos pneus (Power RS) fazem parte das motos desportivas de estrada, mas que conseguem na verdade um desempenho notável em pista, devemos considerá-los bastante melhores que os Pilot Power 3.
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