A alteração à forma como se contabilizam as vendas mensais de veículos automóveis em Portugal, é um assunto que voltou à agenda de alguns importadores e representantes de marcas.
Os importadores e representante estão a negociar com as associações do setor, e em particular com a ACAP (a associação que representa os importadores e representantes de marcas, recolhendo e tratando as estatísticas mensais de vendas), a forma como este processo se poderá desenrolar.
O objetivo é dar maior transparência ao mercado, deixando de contar os pedidos de matrículas e passando a contabilizar os registos de propriedade, à semelhança do que acontece na maioria dos países europeus.
Em Portugal, a opção pelas matrículas permite considerar como vendas os veículos que ainda não têm comprador final, mas para os quais é pedida a matrícula, os denominados “Km Zero”, inflacionando o volume de vendas do mercado e o desvirtuando o ranking geral das marcas.
Estimativas apontam para que o total de veículos “Km Zero’ correspondam a quase 15% do mercado de veículos ligeiros de passageiros. Tendo em conta que estes veículos (sem dono) subiram nos últimos dois anos, de 13% e 18.500 unidades em 2014, respetivamente, para a percentagem referida, faz de facto todo o sentido rever esta situação.
O problema é que, se por um lado, uma revisão em baixa (de 15% do volume de vendas de automóveis) vai dar um maior realismo ao mercado, permitindo contabilizar apenas os registos reais de propriedade, produz-se um efeito estatístico sobre as Contas Nacionais, impactando direta e negativamente o Consumo Privado.