Martin Winterkorn, que se demitiu em 2015, foi ontem ouvido no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão) para estudar o escândalo Dieselgate, afirmando que essa foi a decisão "mais difícil" da sua vida, depois de mais de 30 anos na Volkswagen.
Fonte: Lusa
O ex-presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, que se demitiu em 2015 na sequência do caso da manipulação das emissões em milhões de automóveis Diesel, assegurou hoje que não estava consciente da dimensão do caso.
Winterkorn, que falava hoje na comissão de investigação criada no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão) para estudar o escândalo, leu aos deputados uma declaração na qual sublinha que assumiu a responsabilidade ao demitir-se e que foi a decisão "mais difícil" da sua vida, depois de mais de 30 anos na Volkswagen.
O ex-presidente do grupo afirmou que entende que haja muitas perguntas sobre quem foi o responsável e sobre como pode ter ocorrido algo assim numa empresa tão organizada como a Volkswagen - algo que o próprio também se questiona e não consegue explicar.
Aos que defendem que como presidente tinha que saber de tudo, Winterkorn assegurou que não foi o caso e sublinhou que os seus antigos colegas sabem como teria reagido se tivesse tido consciência da dimensão do assunto. Neste contexto, Wintenkorn sublinhou que nunca teve a impressão de que as pessoas tivessem problemas para lhe dizerem as coisas com clareza ou para o informar sobre questões incómodas.
Depois de assumir que o denominado 'caso das emissões' estará sempre associado ao seu nome, o antigo presidente da Volkswagen disse aos deputados que algumas das perguntas poderiam ficar sem resposta para preservar a investigação do Ministério Público alemã.
Perante as sucessivas informações publicadas nos meios de comunicação alemães sobre a implicação de Winterkorn no escândalo, em março do ano passado a Volkswagen explicou que, em maio de 2014, foi deixada uma nota ao então presidente para o avisar da existência de irregularidades.
Contudo, a companhia também clarificou que não é seguro que Winterkorn tenha recebido tal informação.
Winterkorn sustentou hoje que só teve conhecimento pleno do problema em 18 de setembro de 2015. Quatro dias depois, a 22 de setembro, informou o governo alemão, numa conversa telefónica ao telefone, com a chanceler Angela Merkel.