COMPARATIVO | Fomos comparar duas motos nakeds de grande sucesso. Uma austríaca, outra japonesa, cada uma com as suas manhas e manias, provocam um visceral desafio de sensações.
Por Mike Rodman
A KTM Super Duke GT deriva de uma naked desportiva, mas treme de nervos, ansiosa por entrar em pista. A Yamaha MT-10 não lhe fica atrás. Tem a silhueta de uma rebelde híper-naked mas, apesar disso, desempenha um surpreendente papel como moto de turismo. Ambas se destacam no complicado xadres das motos desprovidas de carenagem, sobretudo devido aos furiosos motores: um tetracilindrico japonês de 998cc contra um V-twin de 1301cc. Qual o melhor?
O QUE AS DISTINGUE
A diferença básica entre uma e outra moto, reside na configuranção do motor, na configuração da parte ciclistica, (extremista da 1290 Super Duke GT e hyper-radical da Yamaha, porque a substância é praticamente igual. No entanto, a KTM ganha alguns pontos no conforto porque ‘imita’ na perfeição alguns argumentos de uma grand tourer, tendo sido projetada para devorar quilómetros e, consequentemente, enfeitada com as ‘vestes de guerra’ da Casa austríaca.
Embora derivada diretamente da extrema Super Duke R, a carenagem é muito mais complexa e possui componentes sofisticados para facilitar um uso polivalente.
Já no caso da Yamaha MT-10 é uma moto ‘pura e dura’ que no formato mais agressivo da saga Master Torque (MT), possui um leque de acessórios projetados para melhorar o conforto em longas distâncias, "bricando" um pouco às GT.
A KTM Super Duke GT debita 173 cavalos de potência e 143,9 Nm de binário, sendo justo receber as pinças Brembo M50 no travão dianteiro.
Com o Hill Hold Control ativado, as pinças de travão permanecem pressionadas durante cinco segundos após soltarmos a manete de travão dianteira.
O QUE AS APROXIMA
Ambas são motos para condutores com determinação, especialmente os mais experientes e menos conservadores, que ‘aceitam’ ter na garagem a mais sofisticada mecânica de um construtor, numa moto radical mas ao mesmo tempo generosa na condução.
Este é um argumento partilhado por estas duas motos naked, com algum conforto escondido num perfil de moto race-réplica. E também, a crise no mercado dos automóveis desportivos fez despontgar estas motos como polos de atração nos stands, às quais nada lhes falta em termos de poder e personalidade. Mas a isto junta-se uma versatilidade desconhecida das motos mais desportivas.
Uma última consideração diz respeito aos preços.
A Yamaha ganha claramente esta batalha, porque colocar a radical MT-10 no mercado com um valor a partir de 13.895 euros, enquanto a KTM sobe a pico para os 19.672 euros (glup!), o que se deve em grande parte à maior riqueza no equipamento e custo do motor V-twin de 1301cc.
Para 2017, a MT-10 apresenta de série o novo sistema de mudanças rápidas (QuickShift) QSS.
O motor debita 160,4 CV de potência às 11.500 rpm, contando com um binário monstruoso como a sua silhueta: 111,0 Nm (11,3 kg-m) às 9.000 rpm.