No Teatro Galli de Rimini, na presença dos principais VIPs do MotoGP e de comediantes famosos, o designer romano revelou uma moto especial, uma transformação da Honda VFR 1200 que foi o concretizar de um sonho antigo.
Aldo Drudi apostou num design futurista (mas não muito), na aplicação de componentes de alta qualidade e em dar muita atenção aos pormenores para tornar real esta "tempestade de duas rodas".
A apresentação da Burasca 1200 decorreu em grande estilo no cenário do Teatro Galli de Rimini.
O criador, que projetou e construiu esta preciosidade, é um dos filhos mais ilustres da "terra dos motores", Emilia Romagna, não sendo de surpreender que no foyer do teatro estivessem muitos notáveis de Rimini, figuras conhecidas do paddock de MotoGP : de Ciabatti a Tardozzi da Ducati e a Meregalli da Yamaha, passando por Carlo Fiorani da Honda (parceiro da iniciativa) até Paolo Simoncelli e também muitos nomes da televisão e comédia como Paolo Cevoli, Sergio Sgrilli e Fabio De Luigi.
Já no palco, Aldo Drudi, começou por dizer: "Burasca?” Isto despoletou na plateia uma enorme risada, antes da passagem de um filme de época com o lendário Barry Sheene.
O PROJETO
A Burasca 1200 foi construída em 15 meses numa oficina muito especial, a Air Garage, um ‘container’ de 70 m2 com estrutura desmontável (em material reciclado) colocada no teto do Museu da Cidade de Rimini. Porque, como indicou durante este tempo no seu site, "as ideias voam nas alturas, ligeiras no ar como nuvens brancas."
Aldo Drudi liderou uma equipa de profissionais do ofício, enquanto Paul Picchi, cresceu ao lado de um mestre de design como Massimo Tamburini. Foi responsável pelo desenvolvimento e estilo 3D. Giuseppe De Gruttola supervisionou a montagem, Luciano Guerri prestou assessoria técnica, Thomas e Luciano Betti apoio técnico. Dino Ciarnese apoiou o projeto do design, enquanto Stefano Marchi e Davide Degli Innocenti se ocuparam com os gráficos e cores da moto.
A REALIZAÇÃO
A Burasca 1200 foi desenhada mantendo o quadro de diamante original com uma ponte de alumínio, o motor de 4 cilindros de 1.237 cc em V com 172 cv, e a unidade de eixo da Honda VFR1200F. E foi escolhido este modelo, porque a ideia era produzir um conceito de uma moto desportiva, mas que também pudesse ser usada em viagens.
Graças a impressoras 3D, não foi necessário realizar a maquete mas por design que passou directamente para a criação das várias peças de carbono e de alumínio – alteração que permitiu extrair cerca de 30 kg em comparação com a VFR original.
A Burasca é futurista, mas não muito, é uma moto que olha para o futuro nos componentes, mas que tem muitas fortes raízes no presente, com algumas referências ao passado. Para Drudi o importante no design é perceber-se o ponto onde se começou este projeto(a familiaridade com a VFR é perceptível) e até onde se chegou na versão final.
Também muito importante para Drudi e a sua equipa, foi o tempo utilizado para retirar peso e melhor a ergonomia geral da moto, conseguir-se uma melhor posição de condução (mais avançada do que na VFR original) e superior maneabilidade. E na verdade, esta é uma moto desportiva e muito confortável.
AS PARCERIAS DO PROJETO
Para as jantes especiais da Burasca 1200 foi escolhida a solução em Ergal desenvolvida na Fast Mec, casa que também se ocupou de outros componente particulares como as mesas do garfo dianteiro da suspensão, do sub-quadro traseiro, dos suportes da esplendida instrumentação, dos apoios do pára-brisas, abas laterais e anéis do farol. As suspensões são Ohlins (o Grupo Andreani otimizou o set-up, o ajuste do mono-amortecedor traseiro).
A travagem emprega pinças de travão Nissin (monobloco radiais à frente) e o escapamento duplo tem coletores e terminais de titânio realizados na Akrapovic e com desenho da Drudi Performance. As cablagens (fios elétricos) são obra da Tecno Elettra que elaborou as luzes e piscas de LED, assim como o painel de instrumentos digital com tela LCD.
O VISUAL
Salta aos olhos o visual camuflado conseguido através do carbono trabalhado (obra da CPC) nas placas laterais, na capa do depósito e assento, no bloco que envolve a embraiagem e no guarda-lamas traseiro.
Estes pormenores conseguem "misturar-se" de forma perfeita com as partes anodizadas em Ergal, com o depósito e a carcaça do motor em ouro cinzento-fosco, com círculos negros; o escape de titânio e a única parte em vermelho (cor oficial da Honda Drudi Performance) nas tomadas de ar.
Uma última nota para a disposição dos poisa-pés do passageiro, removíveis (quando necessário) e dispostas debaixo da cauda.