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Um SUV  do "outro" mundo | Motores


TESTE | Portas que abrem para o céu, uma aceleração brutal... Não estou a falar de um supercarro, mas do Tesla Model X, um SUV elétrico de 7 assentos com 400 volts e capaz de desenvolver 539 cavalos de potência… tranquilamente. Aperte os cintos!

Por Mike Rodman


O Tesla Model X confirma todos os preconceitos. Os que crêm que os carros elétricos são o futuro, que os fabricantes de carros convencionais são uns reacionários que travam o progresso e que Elon Musk – físico e empresário co-fundador do PayPal, Hyperloop ... e também da Tesla Motors - é um visionário, têm aqui um argumento a seu favor, tal como todos aqueles que acreditam que no Vale do Silício (Silicon Valley) são tão hábeis a reinventar o autromóvel como a criar um novo smartphone.


Musk está a revolucionar os transportes e a mobilidade, tal como a conhecemos. Bate-se nos Estados Unidos por uma legislação que permita num curto prazo a condução de carros autónomos, quer reduzir substancialmente as ‘distâncias’ entre as cidades com o tubular Hyperloop, etc., etc.


Até hoje foram poucos os ensaios realizados com o Tesla Model X P90D e, por esse mesmo motivo, poucas são as referências conhecidas deste modelo. Neste teste exclusivo, fica a conhecer vários dados até agora nunca revelados e que tiramos a bordo deste carro elétrico.


O Model X é um carro impressionante, não apenas face aos 126,250 euros que custa esta versão de topo P90D, aos 539 cv que desenvolve, às suas portas do tipo ‘asa de gaivota’ e grandiosa tela táctil vertical. As suas atualizações técnicas e enorme capacidade de ilusão a partir do interior, também são factos surpreendentes. Como em todos os Tesla X, um motor eléctrico acciona o eixo dianteiro e traseiro, de modo que o Tesla se conduz com tração integral às quatro rodas.

Quanto a preços, o Model X 75D que é a versão de acesso, custa pouco mais de 93.600 euros, podendo chegar aos 126.250 euros na versão de topo P90D. Existe ainda uma versão intermédia, o 90D, por 104.240 euros.


Será um monovolume?

Todas as portas são elétricas e, dependendo da configuração, abrem-se ao aproximar-se o condutor. Em lugares de estacionamento pequenos ou em garagens, por precaução, só abrem até meia altura. Se o condutor levantar as portas até à altura máxima, o sistema eletrónico vai registar isso, e caso volte a estacionar no mesmo local, automaticamente as portas abrem-se completamente.


O que é indiscutível é que permite abrir as portas traseiras ‘tipo gaivota’ sem qualquer problema. Atrás existem três confortáveis assentos individuais, todos reguláveis em comprimento de modo elétrico, mas sem a opção de dobrar.

Claro que vão existir reclamações, até porque assim não há nenhuma maneira de levar para casa uma moderna TV ultra-grande e de tela plana… mas também o mais provável é que o típico cliente do Modelo X já a tenham em casa há bastante tempo e, provavelmente, a ocupar a parede inteira da sala de estar.


Também convem mencionar que os dois bancos rebatíveis da terceira fileira podem acomodar adultos sem grande desconforto, de perferencia em distâncias curtas, e que quando estão sete ocupantes no automóvel sobra espaço para a bagagem, uma vez que sob o capô dianteiro, não existe motor mas sim um porta-bagagens de 187 litros.


A porta do motorista fecha-se automaticamente ao pisarmos o travão. Mas, caso o perfira, poderá utilizar o ecrã táctil para essa operação e para o fecho/abertura das restantes portas.


A grande sensação de espaço que temos no interior, deve-se não apenas ao pára-brisas panorâmico - que dá uma sensação de enorme vazio no interior – como a uma concentração quase total das habituais funções na grande tela táctil vertical. Nem sequer existe um interruptor de luzes independente, sendo as luzes LED reguladas por via de sensores. Isto faz que se leve algum tempo para configurar todos os menus, e inclusive alguém com prática vai levar algum tempo para o fazer.


Fora isto a tela de toque funciona de modo estupendo e reage muito rápido. Além disso, a tela vertical oferece dados de tráfego do Google Maps e em tempo real.

Se tivermos em conta quantos condutores estão sempre à procura dessa informação nos seus telefones móveis, percebemos de imediato a lógica de ter sido intregrada esta função no painel do carro.


Contudo, os acabamentos são um pouco peculiares, ou, dito de outra forma, estão muito abaixo da qualidade dos seus rivais premium Audi Q7 e-tron, BMW X5 40e, Volvo XC90 T8, entre outros.


O Tesla X está preparado para ser conduzido conforme o nosso desejo. Selecionamos a opção "D" do selector, procedente da Mercedes (como a alavanca multifuncional, uma autentica relíquia que existe desde 1975). O indicador promete 375 km de autonomia, que ao final do dia serão 346 com alguma moderação. Isto basta para viajar. Em meia hora, a estação de carregamento rápido é capaz de introduzir na bateria de iões de lítio de 400 volts a energia suficiente para viajar 270 km. Colocamos o cinto, levantamos o pé do travão e o Tesla X começa a mover-se silencioso.


Será um SUV?

Como todos os SUV de cinco metros, desloca-se pela cidade com algum constrangimento. Desde esta altura é possível ativar o piloto automático (que no nosso carro de teste tinha disponível a sua versão mais antiga: 7.1). Mantém a distância, trava, acelera e toma as curvas automaticamente.


O único problema é que nem sempre nos leva como queremos. Ou seja. Quando o Tesla X pisa linhas continuas, passa sobre carris do elétrico ou se movimenta a meio centímetro de distância dos carros estacionados, a sensação que dá é que somos conduzidos por um motorista que acabou de tirar a carta de condução. Ocasionalmente, o sistema pede-lhe para manter as suas mãos no volante, mas se não fizer nada, o Model X continuará a conduzir-se de modo autónomo.

Já em auto-estrada, as coisas mudam completamente e o piloto automático funciona na perfeição.

Sem dúvida, dirigirmos nós próprios um carro tão futurista como o Tesla Model X, resulta muito mais agradável. Mantem-se sempre seguro e tem uma excelente tracção, mas devido ao seu elevado peso - 2547 kg medidos na nossa báscula – e concepção, falta-lhe precisão, tendendo a uma subviragem que abre claramente o trajeto nas curvas.

Por aqui se demonstra que não é assim tão fácil saltar sobre décadas de experiência em ajustes de direção e chassis. A direção do Tesla é artificial e oferece muito menos informações, mas acima de tudo… muito menos precisão do que modelos como o Audi Q7 ou BMW X5.


Acelera como o Millennium Falcon

Com rodas de 22 polegadas, a suspensão pneumática reage com dureza sobre pequenas irregularidades do piso. De resto, oferece um grande conforto de condução, o que também contribui para o seu baixo nível de ruído.

Impressiona a força ininterrupta com a qual o Tesla X acelera para a frente. Ao sair dos semáforos dá a impressão de que somos lançados em frações mínimas de segundo. Inclusive em auto-estrada, a 180 km / h, recomendamos a comprimir os músculos do pescoço antes de pisar a fundo o acelerador.

Quando se pisa o acelerador a sensação é que estamos num carro do outro mundo. Num motor de combustão, é necessário abrirem-se válvulas de retenção e acionarem-se válvulas de controlo, inflamar-se o ar e combustível, empurrar o pistão para baixo e colocar a girar uma uma engrenagem de manivela (cambota) para que a força do motor chegue até às rodas. O desenvolvimento da potência no Tesla X, funciona como um interruptor de lâmpada: pressionamos, e pronto, o carro é lançado. O mais impressionante não são os 4,2 segundos que o Tesla leva para atingir os 100 km / h, mas o imediatismo com que o faz.

Depois de duas ou três acelerações, o Tesla X deixa de ser tão intenso. Os ventiladores refrigeram o sistema elétrico, e durante os trajetos de medição o consumo aumenta tanto que a bateria esgota-se após 100 quilómetros.

Em resumo, a Tesla desbravou um caminho que as marcas tradicionais ainda estão a explorar. Elon Musk não é somente um visionário, é muito mais…



A favor:

É um carro totalmente utilizável, com nenhuma sensação de protótipo.

Contra:

O carro não tem a precisão dinâmica dos fabricantes que desde há muito constroem automóveis.

O carro inteiro gira em torno de conectividade, embora o seu sistema de infoentretenimeinto requeira um bom período de adaptação / aprendizagem para se tirar proveito das suas imensas potencialidades.



O primeiro modelo verdadeiramente familiar da Tesla tem sete lugares (2+3+2), tração integral e portas traseiras tipo “asas de gaivota”.

O funcionamento é automático, assim como as portas dianteiras.


O SUV dispõe ainda de suspensão pneumática, sistema de segurança ativo (à base de câmaras, radares e sonares) que permite travar automaticamente, mesmo em auto-estrada, em caso de perigo e sistema de climatização não-poluente, com filtro bactericida.


Entre as opções disponíveis, destaque para o famoso sistema de condução semi-autónoma Autopilot por 2.775 euros.


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