MIKE RODMAN | A mais equilibrada das naked de três cilindros está mais potente, apetecível e refinada. E não é difícil o coração bater mais forte nesta nova Triumph Street Triple RS, desenvolvida em torno de um compromisso perfeito entre estabilidade e leveza.
Serão 12.500 euros, uma soma exagerada para uma naked de classe intermédia? Em equilíbrio, potencial e para o que são capazes de fazer as novas Triumph Street Triple RS, não.
Esta é uma moto capaz de entreter em todas as circunstâncias, desde a rua ao circuito, colocando à vontade mesmo os com pouca experiência na velocidade. Foi assim que a conhecemos no circuito mundialista de Barcelona e nas suas imedições, com uma ciclística pronta para todo e um motor pleno de energia.
MUITA SUBSTÂNCIA
A unidade de três cilindros demonstra uma suavidade de funcionamento exemplar. É dócil e tranquilo em baixas, tornando-se a partir das 7.000 rpm num típico motor de corrida, e com um som maravilhoso.
Graças aos seus cinco modos de condução e possibilidades de intervir nas regulações do controle de tração, no ABS e na resposta do acelerador, não é difícil de gerir e de adaptar a sua substância ao seu modo de condução, desfrutando da Street Triple RS da melhor forma.
Hoje, um dos pontos mais trabalhados nas motos é o peso, na Triumph sabem-no bem e o resultado nesta moto despida de carenagens foram alcançados 166 kg de peso a seco, o que aliado à sua potencia máxima de 123 CV às 11.700 rpm é… muito bom! Além disso, cumpridos os primeiros metros sobre a moto é fácil perceber que o depósito pequeno, a sua curta largura e o guiador largo, permitem tornar facilmente esta Street Triple numa extensão do nosso corpo.
Além disso, a parte-ciclística vem equipada de uma forma que se torna um regalo para os olhos. Começando por salientar que as versões RS são a escolha mais rica e sofisticada entre as Street Triple, devo sublinhar que aqui é reforçada por componentes de primeira: garfo Showa BPF, mono-amortecedor Öhlins STX 40, pinças de travão Brembo M50 radiais...
E, como constatámos, tudo funciona maravilhosamente bem, agindo a suspensão com uma precisão quase absoluta. A Street Triple RS não é uma moto para saltos e solavancos, e foi precisamente por essa razão que a Triumph decidiu apresenta-la em pista.
ESTABILIDADE E LEVEZA
Nasceu para as curvas do quotidiano mas consegue demonstrar grande estabilidade a velocidade lançada. Demonstra também um invulgar poder de travagem, mas modulável e extensivo o suficiente para travar o impulso forte do motor quando se acelera com vigor.
A estabilidade é excelente, mesmo a velocidades muito altas mas, deixa claro que se queremos permancere muito tempo ‘ligados’ ao guiador a velocidade elevadas, devemos ter a nossa condição física em forma porque não dispomos de nenhuma proteção, mesmo para além dos 235 km/h ...
A posição de condução poderia ser melhorada com um par de peseiras mais recuadas, porém não foi essa a decisão da marca britânica que preferiu antes um bom compromisso entre conforto e distância ao solo.
O ‘quickshift’ responde bem e atua apenas nas passagens de ‘rapport’ na caixa (6 velocidades) e, de resto, o que posso dizer é que a RS, divertida, fácil e com performances altas, perfeita no papel de ‘ponta-de-lança que desempenha no quarteto das Street Triple.
No que se refere a preços para Portugal, estes começam nos 8.900€ da Street Triple S – A2 (com motor de 660cc e 95 CV – 73 Nm, para os portadores da licença A2), subindo progressivamente na cilindrada e potência: Street Triple S (PVPR 9.900,00€), Street Triple R (PVPR 11.200,00€) e Street Triple RS (PVPR 12.500€).