CONTACTO KIA PICANTO | O novo Picanto tem “ginástica” suficiente para vingar com sucesso na cidade, surgindo agora mais refinado e fácil de conduzir. Os preços começam nos 11.729 euros e a potência no mais deportivo GT line sobe aos 85 cavalos.
O Picanto foi um dos carros que colocaram a Kia no mapa mundo das vendas dos principais fabricantes automóveis. Compacto, económico e acessível, foi o responsável por milhares de consumidores passarem a conhecer a marca coreana, brindando-os depois com carros maiores e melhores como o Sportage - mas o pequeno utilitário não ficou esquecido – surgindo agora um Picanto renovado e que chega ao mercado em Junho de 2017.
Esta terceira geração do mais compacto Kia é um concorrente direto do não menos curto VW up, e o objetivo no desenvolvimento foi fazer mais e melhor para terem como oferta um city-car urbano e apelativo que nas gerações anteriores vendeu 1,4 milhão de unidades em todo o mundo, 300 mil dos quais na Europa.
ESTILO DE PRECISÃO
O novo Picanto segue o estilo germânico de precisão associado ao novo chefe de design da Kia, Peter Schreyer. As linhas são limpas, com cortes precisos e janelas maiores para torná-lo mais equilibrado visualmente e a distância entre eixos alongada ajuda a esta percepção. Os técnicos conseguiram-no sem alterar sequer um milímetro do comprimento total, seguindo assim com uma carroçaria curta e limitada a 3.595 mm. A encurtou um pouco, aumentando a parte traseira ligeiramente, o que resulta num estilo sólido, reforçado pelos arcos de roda destacados que adicionam robustez ao conjunto.
A versão GT Line é a mais arrojada. Conta com rodas de 16" e uma “roupagem” diferente que inclui o escape duplo e difusor traseiro, além do para-choques dianteiro com desenho bem mais agressivo.
Este componente inclui "cortinas de ar" nas tomadas de ar inferiores, para aumento o fluxo de ar entre as rodas dianteiras de modo a melhorar a aerodinâmica, ao que se somam os faróis com forma de U e luzes de LED… o que resulta num mini-desportivo de 5 portas bastante atraente.
Aparentemente, as pessoas que compram carros urbanos ganham mais do que as que compram compactos. É verdade, mas não é uma escolha baseada no orçamento na maior parte das vezes… Respondendo a isso, a Kia fez um Picanto mais refinado, principalmente por dentro. A qualidade foi significativamente elevada, com superfícies mais inteligentes, acabamento mais agradável e maior nível de atenção aos detalhes. O acabamento prateado no painel é bonito, os volumosos mostradores do quadro de instrumentos lembram os Audi e o “black-piano” do display do ar-condicionado é muito BMW.
A tela sensível ao toque é grande e nítida, além de possuir conexão Apple CarPlay e Android Auto. O navegador em 3D está para chegar e existe um interessante sistema de áudio como item de série. Se nos dias que correm a inter-conectividade e a central multimédia são critérios de compra, o Picanto agora lidera a categoria entre os carros urbanos mais compactos.
MAIOR BAGAGEIRA
A Kia admite que um problema do Picanto anterior era seu o porta-bagagem pequeno. Sendo assim, os engenheiros decidiram minimizar esse inconveniente e elevar o compartimento traseiro para 255 litros, espaço que com os bancos rebatidos facilmente para criar um espaço de 1.110 litros. Além disso, e a exemplo de outros modelos da marca, existe um piso de dupla altura para facilitar a acomodação de objetos.
Segundo a Kia, dois em três compradores do Picanto são mulheres - o que se traduz na maior proporção feminina do segmento. A marca diz que foi esse o motivo para desenvolverem um novo espelho com múltiplas fontes de luz, para replicar um espelho profissional de maquiagem.
Para lhes facilitar a vida, os comandos são de uso fácil e natureza descontraída, tudo parece leve, preciso e simples, mas não parece barato, frágil ou feito com economias. O carro é surpreendentemente refinado em velocidades, tem um rodar silencioso e os bancos são cómodos e estáveis em todo tipo de estrada.
A CONDUZIR...
O GT LINE É PURA DIVERSÃO
O novo Picanto é realmente muito mais refinado que o anterior, encarando a maioria dos pisos com elegância – transmitindo menos ruídos ao interior como em anteriores versões. Conta também com um diâmetro de viragem reduzido, que ajuda nas manobras mais curtas e que se torna vantajoso e confortável na batalha com os buracos na versão mais simples com rodas de 15 polegadas. A direção elétrica é comunicativa e bem acertada em termos de peso, enquanto o pára-brisa profundo colabora na visibilidade ao reduzir os pontos cegos.
Com estas rodas de 15” a dinâmica é segura, mas o carro fica um pouco macio no limite. A versão GT Line, com pneus 195 em rodas com jantes 16", oferece maior grip no contacto com o solo, e surpreende ao mostrar uma comunicação eficiente da direção, tanto em condução normal como numa condução mais desportiva. É diversão pura, quando estamos em curtas e sinuosas estradas de serra. A carroceria oscila mas mantem-se firme e os pneus mais largos garantem uma tomada mais incisiva das curvas. O rolamento é firme “batendo” um pouco no mau piso, mas o Picanto não perde a compostura.
Experimentamos os dois motores disponíveis. A unidade de 1.0 litos e 3 cilindros oferece uma funcionamento suave e com alguma força em baixas e médias rotações. A entrega de potência não é muito linear, embora produza um som agradável, e também não existe ponto na gama de rotações em que falte força. Porém, deve-se dizer que o acelerador é um tanto sensível na primeira marcha, o que torna a aceleração à saída de cruzamentos com algumas “sacudidas”.
Na versão de 84 cv do GT Line, o motor 1.2 de 4 cilindros é um pouco mais vocal e fica mesmo estridente em altas rotações, porém a elasticidade abaixo das 1000 rotações é praticamente nula. Mas a partir dai é uma unidade motriz "redonda" de forma geral, com uma boa entrega de torque acima das 3.500 rpm e um entusiasmante esticão quando trocamos de caixa antes das 5.500 rpm. E também o seletor manual de cinco velocidade é mais ágil nas passagens de caixa no motor de 1.0 litros, no entanto, pode sempre optar pela transmissão automática (opcional) disponível para o motor 1.2 da Kia.
Em auto-estrada se no Picanto 1.0 se sente alguma falta de fôlego para manter velocidades acima de 110 km/h, já o 1.2 nos reserva algo mais, o que faz do Picanto um carro mais completo em todas as suas tarefas. Nesta nova geração, mostra-se um carro urbano que não precisa de ficar restrito às zonas urbanas, até porque é surpreendentemente espaçoso à frente e sem apertar dois adultos atrás.
Os níveis de equipamento são três – LX, EX e GT Line -, e mesmo no mais acessível LX, a lista é extensa. Ar condicionado manual, kit Bluetooth ou ligação USB destacam-se.
EQUIPAMENTO E PREÇOS
A versão EX acrescenta volante e punho da caixa de velocidades em pele, jantes em liga leve de 15 polegadas, faróis de nevoeiro dianteiros, vidros traseiros elétricos e cintos de segurança ajustáveis em altura. Os preços começam nos 11 720 € para o 1.0 LX, 12 420 € para o 1.0 EX e 14 170 € para o 1.2 GT Line. As versões com caixa automática estão disponíveis nas versões 1.0 EX, 1.2 EX e 1.2 GT Line, a que correspondem 13 870 €, 14 920 € e 15 920 € respectivamente. Como sempre, a Kia apresenta uma garantia de 7 anos ou 150 mil quilómetros.
FICHA TÉCNICA
Kia Picanto GT Line
PREÇO BASE 14.170 €
MOTOR 1.2 lt., 4 cilindros, transversal
POTÊNCIA 84 cv
ACLERAÇÃO 12,0 s (0-100 km/h)
VELOCIDADE MÁXIMA 171 km/h
TRANSMISSÃO Caixa manual de 5 velocidades
DIREÇÃO Elétrica, com tração dianteira
VOLUME DO PORTA-BAGAGENS 255 litros
PESO 976 kg
DATA DE COMERCIALIZAÇÃO Junho de 2017