MOTORES | Em conversa com jornalistas do “The Detroit Free Press”, Sergio Marchionne foi mais do que direto, ao soltar um sonoro “sim” quando questionado sobre a possibilidade de dar independência às marcas Jeep e RAM.
O atual presidente-executivo do grupo FCA, admite a possibilidade de desmembrar as duas companhias do grupo FCA e dar-lhe o mesmo caminho seguido recentemente pela Ferrari.
Já é sabido que Marchionne desistiu de procurar um parceiro para fusão com a FCA e também que vai deixar o comando da FCA em 2019, mas a saída da Jeep e RAM é novidade absoluta. A ideia surgiu depois da importância que ambas as marcas ganharam dentro do conglomerado. A Jeep, por exemplo, saltou de 500 mil unidades vendidas anualmente em 2008 para consideráveis 1,4 milhão em 2016 – e deve chegar a 2 milhões em 2018. E o mesmo vale para a RAM, que ampliou a participação e se consolidou como divisão de pickups e veículos comerciais do grupo.
MUDANÇA À VISTA NO GRUPO FCA
Segundo analistas de mercado, a Jeep vale hoje cerca de U$$ 22 bilhões, enquanto a RAM alcança algo em torno de U$$ 11,2 bilhões. Tamanho valor, pode ser usado pela FCA para levantar capital através da venda de ações, exatamente como aconteceu com a Ferrari. Foi por meio da oferta de 10% dos papéis da marca de Maranello na bolsa de valores de Nova York que Marchionne angariou polposos 1 bilhão de euros em 2015.
Vale lembrar que a ideia dessa eventual “separação” não é promover mudanças drásticas de atuação dentro das marcas. As consequências mais visíveis seriam concentradas basicamente nas áreas financeira e contábil – e não necessariamente no setor operacional.