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Noções para utilizar um SUV em Off-road | Motores


AUTO | Fará algum sentido adquirir um SUV ou crossover, a pensar prioritariamente num uso Off-road? Nenhum. Um SUV tem alguns dotes para esse efeito, e mesmo, algum feitio de aventura, mas jamais será um puro veículo de todo-terreno 4x4 como o Land Rover Discovery ou o Jeep Wrangler. No entanto, aqui deixamos algumas dicas para usar o seu SUV fora do tarmac.


Se você quiser ir para Off-road com o seu SUV existem algumas coisas que deve ter em atenção. No vídeo que aqui expomos, um condutor profissional da-lhe algumas pistas sobre as regras mais importantes a seguir.


UM MERCADO GIGANTE

De acordo com dados oficiais da indústria, os SUVs são agora mais populares do que os carros tradicionais. No ano passado, superaram todos os outros segmentos, com um aumento de vendas considerável. Com uma imagem na moda, características de condução melhoradas e um número crescente de fabricantes a explorar o mercado 4x4, isto não é nenhuma surpresa.

Por exemplo, no Reino Unido os SUV passaram de uma quota de mercado de 7,7 por cento em 2005 para 13,5 por cento (355.118 vendas) no ano passado, de acordo com a Society of Motor Manufacturers and Traders. O SUV mais vendido foi o Ford Kuga, seguido pelo Kia Sportage, VW Tiguan, Range Rover Evoque e Land Rover Discovery, todos capazes, em graus variados, de se aventurar de alguma forma fora do asfalto.


A DIFERENÇA ENTRE SUV E CROSSOVER

SUV significa Sport Utility Vehicle (Veículo Utilitário Desportivo). Inicialmente, os SUVs mantiveram a robustez e a capacidade off-road, mas ganharam conforto, um item que faltava nos veículos originais. Como é próprio da sociedade de consumo, porém, as aparências passaram a contar mais do que os reais atributos e hoje vivemos uma situação em que quase todos os carros com o mínimo apelo “aventureiro” são chamados de SUVs. Mas isso é errado.

Os primeiros utilitários desportivos tinham a carroçaria montada sobre um chassis (duas longarinas que unem os eixos dianteiro e traseiro). Mas esse tipo de veículo é instável, desconfortável; parece um camião. Por isso, alguns fabricantes abandonaram a construção sobre chassis e adotaram a carroçaria do tipo monobloco, isto é, uma peça de aço única montada diretamente sobre os eixos dianteiro e traseiro. Isso deu a estes carros muito mais segurança e um comportamento dinâmico parecido com o de um automóvel normal. A diferença é que tinham grande altura do solo e também o teto bem alto. E suas linhas eram retas, valorizando mais a praticidade do que a aerodinâmica e a beleza exterior.

No final dos anos 1990, a BMW revolucionou o segmento, lançando o X5, o primeiro SUV da marca. Ao contrário de carros como o Mitsubishi Pajero e o Nissan Pathfinder, derivações de pick-ups, o BMW X5 ganhou uma plataforma própria.

Outro carro notável foi o Porsche Cayenne, que reuniu o desempenho do 911, o espaço de um Mercedes e a capacidade off-road de um Jeep. Então, em 2007, a Nissan deu nome a um novo tipo de carro: o crossover. Com o lançamento do Nissan Qashqai, a marca japonesa mostrou que era possível fazer um carro compacto cruzando as características de um SUV com as de um hatch. E então a indústria passou a produzir crossovers de todos os tipos e tamanhos, unindo características de hatches, sedans, coupês, minivans e até conversíveis com as de um Sport Utility Vehicle.

O problema é que muitos departamentos de marketing determinam que qualquer carro desse tipo deve ser chamado de SUV. É verdade que até hoje não existe consenso sobre o que é de fato um utilitário desportivo. Mas como pode, por exemplo, o Dodge Journey ser um crossover e o Fiat Freemont ser um SUV? São exatamente o mesmo carro. Só o logotipo é diferente.

Para alguns especialistas, somente os carros com carroçaria sobre chassis e capacidade off-road merecem ser chamados de SUV. Outros especialistas são mais maleáveis e consideram outros aspectos, uma combinação do ângulo dos vidros dianteiro e traseiro, altura da carroceria e capacidade off-road. Prefiro considerar esta última teoria, para separar o trigo do joio nesta questão de SUVs e crossovers.

Bons exemplos são o Jeep Renegade, Renault Duster, Toyota SW4, Land Rover Discovery, Mitsubishi Pajero, Suzuki Grand Vitara, Land Rover Range Rover, Mercedes GLE e Mercedes GLC. Entre os que podem ser considerados como crossovers (alguns com boa capacidade off-road) a lista aumenta consideravelmente: Honda HR-V, Hyundai Tucson, Mitsubishi Outlander, Mitsubishi ASX, Kia Sportage, Audi Q3, BMW X1, Mercedes GLA, Volvo XC60, Honda CR-V, Land Rover Evoque, Chevrolet Captiva, Toyota RAV4, Volkswagen Tiguan, Kia Sorento, BMW X4, etc. Quanto ao Citroën Aircross, décimo colocado no ranking de SUVs, não é nem uma coisa nem outra – trata-se apenas de uma versão aventureira do C3 Picasso.

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