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Mais curvas por favor! | Motores


1º CONTACTO | O Renault Megane GT com caixa automática e 205 cv curva especialmente bem, é muito eficaz e certinho na travagem, permitindo por os 'marcadores vermelhos' em várias curvas do Audódromo do Estoril com reduzido esforço de braços! Esta foi uma primeira impressão que colhemos ao seu volante.

Ricardo Ferreira. Fotos: Rui Elias e Renault


A Renault Sport e o Mégane sempre mantiveram uma relação frutífera. Sobretudo para aqueles que buscam as soluções de um compacto com o desempenho de um carro desportivo puro-sangue. Combinação explosiva, que tem nesta versão GT volta a repetir-se.

Conduzi no Autódromo do Estoril o novo Renault Megane GT, ainda que numa série de voltas limitadas e com a caixa automática, deu para perceber que é expcionalmente bom a curvar, que aceita sem vacilar travagens poderosas e que a sua qualidade de construção subiu um par de degraus em relação a outros modelos da marca do losangulo.


Para começar, existem muitos aspectos a destacar. Em primeiro lugar o propulsor, 1,6 litros com injecção directa e turbo, gestiona-se por via de uma caixa de velocidades de dupla embraiagem EDC, um 'imperativo legal', uma vez que não existe nenhuma possibilidade de escolhermos uma caixa de velocidades manual.

Em questão de gostos esse não é muito o meu quintal mas, depois do experimentar no Megane GT, reavaliei essa minha preferência. Escolhe-se uma de duas posições para engrenar o seletor, sem recurso ao pedal de embraiagem (que não existe sequer, apenas temos os pedais de acelerador e travão) e está-se bem.


O EDC É UMA VANTAGEM?

Em todo o caso e depois do que constatámos em circuito, seja bem vinda a dupla embraiagem EDC. É muito eficaz e não tira sensações de pilotagem. Também o motor é ‘refinado’ e dificilmente mostra qualquer vibração. Colocando o motor no modo Sport – também existem os programas, Neutro, Confort e Personalizado – este sobe até às 6.300 rpm e mostra mudanças rápidas, ‘esquecendo’ a sétima relação para ganhar algumas décimas no cronómetro. As alavancas no volante são grandes, mas fixas; prefiro as que estão solidárias com o ângulo de rotação do volante, mas isto é apenas uma questão de gosto.


O sistema 4Control não é uma nova tecnologia no segmento. Procurando, encontramos rivais com tracção total mas não dotados este sistema de direção às 4 rodas que emprega o nosso protagonista. Apesar da sua complexidade técnica ele tem uma funcionalidade fácil de explicar: acima dos 60 km/h -80 no modo Sport- as rodas traseiras giram na mesma direção que as da frante – conferindo um maior apoio; e abaixo dessa velocidade elas giram na direção oposta, ação que facilita as manobras a baixa velocidade e na cidade, tais como as de estacionamento.


Se a isto juntarmos as molas, amortecedores e barras estabilizadoras específicas para este modelo GT, o resultado tornar-se ainda mais 'apetecido'. E porquê? Porque isto nos permite enfrentar curvas com maior confiança, com toda a naturalidade. Além disso, a direção é muito mais direta - 2,3 voltas entre os batentes do volante - do que na restante gama Mégane, assegurando com esse curso uma eficiência dinâmica que é um importante contributo no conforto do dia-a-dia, como é lógico.


O TESTE DINÂMICO NO AUTÓDROMO

O Megane GT com caixa automática e 205 cv curva especialmente bem, é muito eficaz e certinho na travagem, permitindo por os 'marcadores vermelhos' em várias curvas do Audódromo do Estoril com um reduzido esforço de braços! Esta foi uma primeira impressão que colhemos, e outra, respeita à qualidade de construção e insonorização do habitáculo… É, claramente, de 'outra gema', em relação a outros modelos da Renault.


E quanto a outros desempenhos? Em primeiro lugar impressionou-me a sua travagem progressiva e muito eficaz. Apesar de chegarmos a algumas curvas acima da velocidade mais indicada, dai não resultou uma esperada sobreviragem, ou seja, um desvio do eixo traseiro superior ao do eixo dianteiro. Acredito que neste caso o sistema 4Control ‘tratou’ de resolver o problema criado pelo condutor, uma vez que o Megane GT entrou na trajetória de curva ideal sem pestanejar.

Impressionante também a sua saída de curva à saída da parabólica do Estoril, verdadeiramente sobre carris e, uma vez mais, sem sinais de sobreviragem. Quanto ao motor, este acelera com convicção, contando nas reduções de alta para baixa velocidade – como acontece nos últimos 200 metros do autódromo - com uma caixa bem escalonada para nos sentirmos seguros.


O Megane GT acelera de 0 a 100 km / h em 7,1 segundos, e graças à entrada em ação do 4Control a partir dos 80 km/h, apenas precisa de 4,6 segundos para ir de 80 a 120 km / h. Fora de um circuito os consumos podem chegar a uma média de 7.1 litros, mas esse é um aspeto que iremos comprovar numa próxima oportunidade.


CONCLUSÃO

Num veículo de perfil desportivo, o que se exige em primeiro lugar é que este seja um bom ‘corredor’, mas também que nos dê confiança na hora de irmos rápido. O novo Renaul Mégane GT cumpre com essas duas premissas porque enlaça as curvas com tamanha naturalidade que inclusive nos faz sentir ao volante, melhores do que aquilo que realmente somos.

A razão dessa sensação deve-se em grande parte ao sistema 4Control e a um chassis com um extraordinário equilíbrio e apoio, características que sempre foram um dos trunfos da berm sucedida saga do Renault Mégane.

O preço do Megane 1.6 TCe 205 GT para Portugal é de 31.350 euros, um valor perfeitamente aceitável dada a sua construção de qualidade, equipamento e comportamento dinâmico.

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