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Todos os 'segredos' do Controle de Tração nas motos | Motores


No presente, tanto os fabricantes de motos como de automóveis, procuram inovar em termos de condução segura, e por isso disponibilizam novos recursos, que ajudam os condutores a movimentarem-se e de uma forma simples ficar fora de perigo o maior tempo possível.


Ricardo Ferreira


Apesar do seu funcionamento ser semelhante ao dos carros atuais, este sistema é um pouco mais complexo, já que ao tratar-se de uma moto, a sua ação deve ser mais refinada, para assim evitar movimentos violentos que possam originar quedas ou acidentes. Tornou-se comum o seu emprego em motos desportivas, turísticas ou naked, por serem estas as categorias que apresentam as motos mais potentes e que podem perder facilmente o controlo sobre a roda traseira.


OBJETIVO

Tal e qual como o nome indica, o propósito do controlo de tracção na moto é manter a tracção constante na roda traseira (zona onde a força motriz é aplicada) para que a mesma não derrape ou deslize e perca a aderência. Isto, tendo em conta factores externos o são acelerações muitos fortes, assim como o estado de algumas estradas e caminhos, a sujidade, água ou outros agentes externos.


Com o controle de tração alcançam-se duas coisas muito importantes: a primeira é que se continue a aproveitar a potência da moto, que a mesma seja constante ao não patinar a roda e mantendo-se a velocidade; a segunda, é a mais importante em termos de segurança, visto que a roda posterior não perde aderência e, assim, evita-se a perda de controlo do motociclo.


FUNCIONAMENTO

Para conseguir este funcionamento e o domínio da tração no pneu traseiro, os construtores e engenheiros de motos, baseiam-se no mesmo princípio tecnológico dos sistemas de travões com ABS, onde o mesmo verifica o movimento independente de cada roda, utilizando uma coroa dentada em cada uma das rodas e um sensor que emite para o ECU ou ‘centralina’ volta de cada roda em todos os momentos.


O ideal numa moto é que as rodas consigam girar a cada instante com a mesma velocidade, a fim de obter o comportamento desejado, tanto em linhas rectas com em curvas.


É por isso que, quando o sensor deteta que a roda traseira está a girar mais rápido, em comparação com a roda da frente, significa que está a ocorrer uma perda de aderência. No momento em que o sistema computorizado - que opera o controle de tração - recebe esta informação e reduz de imediato as rotações no motor, mediante o trabalho com o sistema de injeção, cortando até 100% a entrada de combustível, dependendo do grau de deslizamento.

Isto ocasiona que a roda volte a ter aderência e permite que o condutor saia de uma situação de perda de controle, ou nalguns casos nem sequer entre nessa situação devido à prontidão de funcionamento do sistema.

PORQUE FOI NECESSÁRIA A SUA IMPLEMENTAÇÃO

Assim como há muitos anos atrás chegou aos carros e motos o famoso ABS para controlar e garantir uma travagem segura, o aparecimento do sistema de controle de tração chegou com a mesma finalidade de proporcionar segurança aos condutores, funcionando em sintonia com os demais sistemas de controlo eletrónico da moto.

Se isto tira, ou não, algum prazer à condução, essa é uma outra questão, mas que vos garante mais segurança… é garantido. Eu próprio o senti com várias motos que nos últimos anos conduzi.


A sua maior utilidade nas duas rodas pode ser experimentada em motos com muita potência, tal como acontece em motos desportivas ou em motos trail de maior porte que precisam de maior aderência fora do asfalto. Hoje em dia para se obter um melhor funcionamento ajustado às necessidades do condutor, os sistemas de controle de tração podem ser ajustados no computador de bordo da moto, o que permite ter diferentes níveis de sensibilidade, e até desconectá-los, dependendo da situação.


Em situações de chuva, onde transitamos sobre um piso molhado, é a forma como melhor sentimos o seu funcionamento, uma vez que é uma situação de baixa aderência, evitando este sistema a derrapagem da roda traseira e uma perda de tração – prevenindo a perda de controle e uma possível queda.


Este sistema evita a derrapagem da roda traseira quando o condutor sai de uma curva e abre o acelerador, seja com dobrados ou moto na vertical; que se traduzirá em maior passagem de controlo e curvas de velocidade, evitando a perda de potência usado na roda e reflectir esta na tabela de tempos na parte de trás.


O CONTROLE DE TRAÇÃO COMO ‘FERRAMENTA’ DOS PILOTOS

Há vários anos atrás, era o fator humano - a habilidade de cada condutor - que intervinha na correção de trajetórias, tanto em carros com em motos, mas os construtores acharam que deveriam fazer algo mais pela segurança… E, se virmos bem, por exemplo numa moto atual de MotoGP , com potências avassaladoras e velocidades terminais acima dos 350 km/h, seriam hoje praticamente inconduziveis – e extremamente perigosas – sem controle de tração.


Repare que este sistema evita a derrapagem da roda traseira quando o condutor sai de uma curva e abre o acelerador, seja inclinado ou com a moto na vertical, o que se traduz por uma passagem com mais controlo e velocidade em curvas, evitando a perda de potência usada na roda e resultados superiores na tabela de tempos.


CONCLUSÃO

Com a chegada do controle de tração, a tecnologia nas motos apontou definitivamente na direção de uma maior segurança; diminuiu drasticamente as situações em que um condutor se coloca em perigo a si próprio e aos outros, sendo hoje possível termos motos mais seguras e um numero de mais pessoas a sair para a estrada de moto.

Não existindo os sistemas de ABS, controle de tração de equilíbrio em curva (criado pela Bosch) continuariam a prevalecer na mentalidade os ‘medos’ que tiram da estrada muita pessoas no passado e, nem tão pouco, teríamos as potências que hoje temos em motociclos… porque os construtores não são loucos!


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