FORD FIESTA ST 200 | Coincidindo com os 40 anos do lendário utilitário da Ford, a marca da oval lançou esta edição especial, que se torna o mais poderoso Fiesta até hoje produzido. "Desembolsa" 200 cv e tem uma melodia que o vai fazer desfrutar como uma criança.
Mike Rodman
Em abril de 2013 tive a oportunidade de testar exaustivamente o Ford Fiesta ST, um devorador de curvas que me surpreendeu pelo seu acerto e diversão que transmitia. O Fiesta ST ainda é comercializado e permanece atraente. Contudo, esta nova versão é o Ford Fiesta mais poderoso de sempre, e o facto é que ST 200 atira para fora o dobro da potência de um Fiesta XR2 de há 20 anos atrás. Além disso, apenas vem disponível na cor Storm Grey que vê nas imagens, está equipado com pneus específicos e destaca-se num ou outro pormenor estético. Mas apesar de tudo, continua a parecer-me demasiado discreto.
Por outro lado, sem se entrar no ST 200, é impossível imaginar-se do que é capaz de fazer. Acomodado nos assentos – algo estreitos – e pondo uma marcha no 1.6 EcoBoost, otimizado para fornecer 200 cv e 29,6 motor mkg, percebe-se de imediato que existe algo diferente do 'normal' Fiesta ST, que fornece 182 cv e 24,5 mkg no binário.
É surpreendente na suavidade e 'conforto' que transmite, mas conta com umas suspensões mais firmes.
Não apresenta o ‘economizador’ Start&Stop, mas chegando às 1.800 rpm recomenda de imediato subir uma marcha para minimizar os gastos, é até bastante contido nos consumos, a menos que se dê livre curso às nossas emoções.
Caixa magnífica e direção muito precisa
E o que o ST 200 nos convida é mesmo a soltar as emoções, ganhando este pequeno desportivo de bolso ‘outra alma’ assim que passamos das 6.500 rpm e inundando o habitáculo de sensações desportivas. O tacto da caixa é magnífico - seria melhor que deixassem o descanso de braço central para as versões TDCi – porque é muito suave e a direção oferece uma precisão que permite ‘desenhar’ de forma milimétrica cada curva.
Para a diferença de preço de um ‘normal’ Fiesta ST, não teria sido de mais ter um autoblocante, conformando-se o sistema de eTVC que trava a roda dianteira entra no interior da curva.
Seria sem duvida bem vindo o sistema autoblocante, sobretudo para transmitir fielmente ao asfalto os 215 cv e 32,6 mkg que debita durante 20 segundos com a função overboost ativa.
Depois, o ST 200 impressiona na sua forma de acelerar! Ganha dois décimos ao ST na progressão de 0 a 100 kmh. E também nas recuperações! Tira dois segundos numa recuperação de 80 a 120 km/h em sexta velocidade e com uma relação mais curta.
Mas na verdade o ST200 é mais para curvas que para linha reta. Falta-lhe uma outra possibilidade no selector de modos de gestão do motor, e temos que nos contentar com o ESP de três programas, incluindo o 'off' que ao ativar-se torna o ST 200 muito vivo, e há que ter mãos para o segurar, pois embora o chassis seja um verdadeiro deleite, o seu eixo traseiro tende a sobrevirar, ainda que se corrija facilmente para continuar a seguir em 'curva'.
Conclusão
O Fieta ST 200 é um dos desportivo utilitários mais acertado e divertido de conduzir, contando com um eixo traseiro que nos permite desfrutar. Anda o bastante, trava bem, é espaçoso e bem acabado... mas confesso que não pagaria a diferença para o ST 'normal'. Para o fazer, teriam de me oferecer mais tecnologia, travões mais potentes e, vital para dominar os seus 200 cv, um autoblocante mecânico.