No traçado plano e não excessivamente arenoso de Mantova, em Itália, fomos colher as primeiras impressões com as novas KTM 2018 de motocross.
Mike Rodman
Poder recolher as impressões de grandes campeões com a experiencia de Tony Cairoli, Jeffrey Herlings e Ryan Dungey sobre a nova gama KTM de 2018 é certamente um valor acrescentado. Todos os modelos de motocross do fabricante austríaco, numa gama que varia das 50 2T às 450 4T, foram revistos e atualizados visando a nova temporada que se avizinha.
Também as conduzi nestes dias dedicados a muitos elementos da imprensa e, se é verdade que muita da gama SX laranja já está no mercado, foi importante este primeiro contato com as motos que este ano ganharam quase tudo nas competições mais importantes da Europa e dos EUA.
É também devido a esta supremacia sobre os adversários, que em 2018 não será um ano de grandes novidades, mas sim de pequenas atualizações em todos os modelos. A única exceção é a SX 85, totalmente renovada para ficar tão sofisticada como as irmãs mais velhas... é na prática, uma 125 em menor escala.
Para além dos novos gráficos, a todos os modelos chega o quadro de sabor especialmente racing, beneficiando ao mesmo tempo das novas medidas da forquilha assimétrica a ar WP AE-R. O motor 4 tempos (4T) também passa a contar com uma nova bateria de íons de lítio, que agora não requer mais o ciclo de inicialização de ciclo baixo até agora necessário. No que respeita ao modelo de 125 cc este recebe uma nova centralina com um novo processador mais rápido, uma nova calibração do carburador e novos sino-blocos mais elásticos de fixação do motor à estrutura do quadro de alumínio.
Também quase nem é preciso dizer que como mais desfrutável e divertida de conduzir permanece a 250 F, com um motor poderoso e com um quadro que satisfaz os pilotos amadores e menos experimentados. Para além do perfil esbelto, uma estabilidade que predomina sobre a reatividade e a ampla possibilidade de ajustes no garfo hidráulico são as suas referências.
No traçado plano e não excessivamente arenoso de Mantova, embora a 125 não decepcione, as sua relações de caixa tendencialmente curtas possibilitam um poder de saída a baixos regimes notável mas, em oposição, o seu alongamento não é particularmente generoso, requerendo muitas vezes baixa uma marcha na caixa. A parte-ciclística bem desenvolvida "apoia" a ação de conduzir, mesmo nas passagens mais difíceis e permite galgar os whoppes, entrar e sair de curvas fechadas com uma facilidade impressionante.
Em conclusão, direi que os técnicos de Mattigoffen seguiram à letra aquele velho ditado que diz que ‘em equipa vencedora não se mexe”, mas o pacote SX 2018 está sem dúvida mais competitivo à custa de otimizações importantes nos componentes mais necessários.