Esta é uma semana de perfeita loucura, sobretudo para os motociclistas. O salão de motos de Milão é um dos eventos mais importantes do ano, e lá estão todas as novidades para 2018, que aqui começamos a ‘dissecar’, uma a uma.
Ricardo Ferreira
Começamos a nossa ronda pela Honda, que propõe como principais novidades para o próximo ano a maxi-naked Honda CB 1000R, agora mais poderosa, com estilo minimalista e ar neo-retro, nova imagem que também transparece nas mais pequenas CB 300R e CB 125R. Outra novidade não menos interessante é a nova versão da África Twin, a Honda CRF1000L Africa Twin Adventure Sports, maior, mais forte e equipada para ir mais além em qualquer desafio.
Honda CB 1000R – Estilo minimalista neo-retro
A nova Honda CB1000R mergulha num estilo minimalista e reduz o corpo até a expressão mínima, dando praticamente toda a proeminência à mecânica e a um reduzido farol redondo com tecnologia LED. As suas linhas são simples, mas robustas, combinando estilo café racer e modernidade, onde o depósito e as laterais do radiador foram alvo de toda a atenção.
A parte traseira do depósito funde-se com o assento e, por sua vez, com a parte traseira que integra o sub-quadro, cauda e assento do passageiro. Por baixo de um braço braço simples de um único braço e um escape curto no lado direito cortado em bisel, termina o conjunto.
As suas proporções são agora muito mais compactas, numa silhueta trapezoidal. A distância da ponta do farol redondo e elegante ao centro do eixo dianteiro diminuiu 90 mm e a unidade formada pelo suporte da chapa da matrícula e o guarda-lamas traseiro de montagem no braço oscilante (uma novidade para a Honda) permite obter uma traseira em alumínio extremamente curta e esculpida, que incorpora pegas para as mãos do passageiro montadas de forma elegante e em posição rebaixada.
É impossível não notar a ausência de plásticos – há apenas 6 componentes externos fabricados neste material, com a maior a ser o guarda-lamas dianteiro elegante. Como contraste, a presença de componentes de acabamento premium em metal por todo o veículo nota-se e bem, inspirada na tradição café racer: componentes tais como o resguardo do radiador e a tampa da caixa do filtro do ar em alumínio de acabamento queimado, a maquinagem nos cárteres e na cabeça do motor, no cubo da cremalheira traseira e ainda o acabamento lustroso do depósito de combustível em aço e sem flanges de união.
Todas as luzes são de LEDs e o farol redondo e delgado (com o seu aro pintado em tonalidade metalizada) usa um aro luminoso em formato de ferradura e um padrão distinto de dois níveis de iluminação. O farolim traseiro também é uma barra semicircular que acende sempre que se aplicam os travões. O painel de instrumentos de formato em T – com acabamento na mesma tonalidade metalizada que o aro do farol – está montado por cima da mesa superior da direcção, minimizando as dimensões também graças à montagem do canhão da ignição à frente do depósito.
Quadro com novo desenho
O quadro em aço da CB1000R tem um novo design monobraço traseiro. Este quadro usa pratos de pivot em alumínio de aperto separado – poupando 2,5 kg – para fixar o monobraço oscilante característico, 14,7 mm mais curto (574,2 mm).
A posição de condução é descontraída e natural, graças aos punhos cónicos em alumínio 12 mm mais afastados um do outro e em posição 13 mm mais elevada do que no anterior design, em conjunto com mais 5 mm (830 mm) de altura do banco. O depósito de combustível de acabamento sem flanges é largo mas muito recortado nas laterais, oferecendo muito espaço para os joelhos.
A forquilha dianteira é uma unidade Showa SFF-BP de funções separadas e pistões de grande diâmetro. Esta unidade tem o amortecimento numa das colunas, o que permite reduzir o peso, mas manter toda a elasticidade, conforto e controlo ao longo de uma vasta gama de condições. O amortecedor traseiro Showa possui afinação da pré-carga da mola e do amortecimento em compressão e em extensão.
À frente, a travagem está a cargo de duas pinças de travão de quatro êmbolos e montagem radial e dois discos flutuantes de 310 mm de diâmetro e atrás, um disco de 256 mm e uma pinça de dois êmbolos; a travagem é complementada por um sistema ABS de 2 canais. A jante traseira de 6,0 polegadas monta um pneu traseiro de medidas 190/55 ZR17, em substituição do pneu 180/55 ZR17. À frente, mantém-se o pneu 12/70/ ZR17.
Motor mais poderoso (145 cv) com três níveis de potência
O motor tetracilíndrico de 998 cm³ da CB1000R de 2018 – que partilha a sua arquitectura e disposição com o motor da CBR1000RR Fireblade – foi redesenhado para oferecer um bom aumento de potência e de binário: 107 kW (145cv) às 10.500 rpm e 104 N·m às 8.250 rpm, em comparação com os 92 kW (125cv) às 10.000 rpm e 99 N·m às 7.750 rpm do modelo que agora termina. O diâmetro e o curso mantêm-se nos 75 x 56,5 mm, mas a relação de compressão subiu de 0,4, para 11,6:1; agora, os pistões são forjados (em vez de fundidos), tal como na CBR1000RR SP.
O motor foi ainda adaptado e optimizado para disponibilizar um binário forte, especialmente na faixa entre as 6 e as 8 mil rpm, onde esta unidade é significativamente mais forte, oferecendo uma experiência de condução entusiasmante e envolvente. Outro dos seus pontos fortes são as acelerações rápidas em condições reais de ultrapassagem no trânsito. O redline situa-se às 11.500 rpm e o corte de ignição aparece logo a seguir, às 12.000 rpm.
O novo sistema de escape da CB1000R aumenta a potência a média rotação e contribui para a redução geral do peso. O design 4-2-1, com 4 catalisadores de curtas dimensões dentro da câmara principal, alimenta depois um silenciador de dupla câmara. Imediatamente antes dos catalisadores, os dois colectores estão unidos por um tubo de ligação que contribui para o aumento de binário a partir das 5.000 rpm. Com 11,2 kg, este sistema é 4,5 kg mais leve. A sonoridade foi aperfeiçoada internamente, o que significa que, quando a rotação sobe acima das 5.500 rpm, o som fica mais profundo e rouco.
Este motor é agora controlado por um acelerador electrónico TBW. Este sistema permite ao condutor controlar da melhor forma toda a potência deste motor numa moto minimalista, graças aos 3 modos de condução pré-seleccionados e ao modo USER (todos seleccionáveis a partir de um botão no punho esquerdo).
Estão disponíveis três níveis de potência (P), travão-motor (EB) e controlo de tracção (HSTC); o sistema HSTC também pode ser desactivado. Estes três modos oferecem diferentes combinações de cada parâmetro. O modo RAIN usa a definição de potência mais baixa, um valor médio de travão-motor e controlo de tracção elevado, o modo STANDARD usa níveis médios de potência, travão-motor e controlo de tracção e o modo SPORT usa o nível mais elevado de potência e os níveis mais baixos de travão e controlo de tracção, oferecendo assim potência a 100% em todas as seis velocidades, com o máximo de binário em toda a faixa utilização do acelerador e com o mínimo de intervenção do controlo de tracção.
Finalmente, o modo USER permite ao condutor escolher entre 3 definições de cada parâmetro e guardá-las neste modo para utilização futura.
Honda Africa Twin Adventure Sports: Para viajar melhor!
Este ano assinala-se o 30º aniversário da chegada da primeira Honda Africa Twin à Europa, e para celebrar esse acontecimento, os japoneses da casa da Asa Dourada apresentam uma nova versão do popular modelo: a Honda CRF1000L Africa Twin Adventure Sports. Oferece maior autonomia, capacidade expandida e melhor equipamento, afim de satisfazer os viajantes mais incansáveis, por mais vastos que sejam os seus horizontes.
Lado-a-lado com a sua irmã, a CRF1000L Africa Twin Adventure Sports é obviamente mais alta, com um banco de perfil mais plano e posição de condução mais a direito. As carenagens e o pára-brisas oferecem agora maior protecção contra o vento e a grande protecção de cárter e as barras laterais protegem o motor na sua totalidade. O depósito com capacidade para mais 5,4 litros de combustível alarga a autonomia para lá dos 500 km e a tomada de corrente para acessórios aumenta a funcionalidade e a conveniência.
As capacidades abrangentes da Africa Twin Adventure Sports começam no seu motor: esta unidade tem de ser igualmente boa na estrada e fora dela, nas tiradas de longa distância e nas deslocações reduzidas casa-trabalho-casa e tudo o mais. Assim, o equilíbrio entre potência, binário, massa e dimensões físicas foi optimizado.
A unidade Unicam de dois cilindros paralelos, quatro válvulas por cilindro e 998 cm³ é muito dócil e utilizável e as suas dimensões extremamente compactas só são excedidas pelas suas performances exemplares. Esta unidade resulta da disposição inteligente dos componentes, por exemplo, a colocação da bomba de água dentro do cárter da embraiagem e a utilização dos veios de equilibrio do motor para accionar a bomba de água e a bomba de óleo. Como resultado, em termos longitudinais, o comprimento é o mesmo que o popular motor de 500 cm³ da Honda e a sua menor altura contribui para os 270 mm de altura ao solo da Africa Twin Adventure Sports.
Caixa de filtro de ar maior, acelerador eletrónico TBW e nova bateria
Para 2018, a caixa do filtro do ar foi modificada e contribui para a melhoria da potência do motor a média rotação, tal como o veio de equilibrio de menor peso. As revisões incluídas no sistema de escape oferecem a este motor um "cantar" ainda mais característico durante a subida de rotação e também contribuem para a melhoria das performances.
A adição do sistema de acelerador electrónico TBW é uma melhoria significativa para a plataforma da Africa Twin de 2018 porque acrescenta 3 modos de condução, ajustando o carácter do motor e a potência de acordo com as condições de condução. Outra novidade é o controlo de binário seleccionável HSTC com gama alargada.
A versão equipada com o sistema exclusivo DCT possui um modo manual normal – onde o condutor pode engrenar as mudanças através dos botões no punho esquerdo – e dois modos automáticos. O modo D oferece o melhor equilíbrio entre economia de combustível e conforto em viagem e o modo S oferece três padrões de mudanças diferentes. A versão com caixa DCT também está perfeitamente adaptada à circulação em terrenos fora-de-estrada; esta funcionalidade é melhorada com a inclusão do botão G . Ao carregar neste botão e G em qualquer modo de condução, o condutor pode modificar o controlo do sistema de embraiagem de forma a obter uma transmissão mais directa.
O quadro de berço semi-duplo em aço oferece o equilíbrio ideal entre estabilidade a alta velocidade complementado por uma capacidade e agilidade genuínas em fora-de-estrada e combinando pura robustez com flexibilidade. O motor está montado através de 6 fixações, mantendo a vibração no mínimo e evita a necessidade de instalar um amortecedor na direcção. A nova bateria de iões de lítio poupa 2,3 kg em relação à unidade da Africa Twin de 2017; a versão Adventure Sports partilha diversas alterações de pormenor que melhoram a capacidade de condução fora-de-estrada e a durabilidade.
Componentes como a forquilha invertida Showa de 45 mm e o amortecedor traseiro, ambos com afinação total, as duas pinças Nissin de quatro êmbolos e montagem radial e os discos ondulados flutuantes de 310 mm permanecem inalterados para 2018. A jante dianteira de 21 polegadas e a jante traseira de 18 polegadas são fabricadas em aço inoxidável. Para além dos pneus dianteiros mistos 90/150 instalados de série à frente e atrás, este modelo também está homologado para pneus de tacos.
Os dois faróis de LEDs mantêm a ligação à Africa Twin original e os 20 mm de regulação permitidos pelo banco oferecem alturas de 900 e 920 mm (50 mm mais alto do que a versão base). Os 24 litros de capacidade do depósito de combustível – e os consumos de 21,8 km por cada litro (4,58 l/100 km) oferecidos pelo motor (medidos em modo WMTC na versão DCT) – permitem obter autonomias superiores a 500 km.
A CRF1000L Africa Twin Adventure Sports de 2018 vai estar disponível no esquema cromático comemorativo do 30º aniversário do lançamento da XRV650 em 1988.
Honda CB125R e Honda CB300R
– Menor peso e o estilo da irmã mais velha
À imagem e semelhança da CB1000R, a Honda também se atreveu a renovar a sua gama de pequenas naked com a inclusão de dois novos modelos: a Honda CB125R e Honda CB300R. Os sinais de identidade com a sua irmã mais velha são claros.
A redução do peso – e a CBR300R é excelente neste domínio, com apenas 143kg em ordem de marcha – confere a este modelo Honda um trunfo e uma vantagem na "guerra das performances" dos modelos de baixo peso. A mistura explosiva de um motor monocilíndrico de rotação livre, refrigeração líquida e 286 cm³, aliado a um estilo e presença únicos, dá à CBR300R uma intenção e um entusiasmo inspiradores para os jovens condutores que são impossíveis de disfarçar.
O novo quadro é uma mistura de aço prensado e tubular e oferece um excelente equilíbrio com feedback muito bom. A CB300R também apresenta uma forquilha USD de 41mm, travão dianteiro de pinça radial de 4 êmbolos e disco flutuante, ABS com IMU e pneus radiais Dunlop.
A qualidade superior e o orgulho do proprietário neste modelo são aumentados por funcionalidades e características normalmente encontradas em motos de cilindrada bastante mais elevada como, por exemplo, o guiador em aluminio, o painel de instrumentos LCD e a iluminação integral por LEDs.
A CB125R pode ter aspecto de moto maior mas, na realidade, pesa apenas 125,8 kg (peso em ordem de marcha), originando uma condução extremamente fácil. O seu motor monocilíndrico de refrigeração líquida sobe facilmente de rotação e oferece acelerações fortes na gama compreendida entre baixa e média rotação, com uma presença única e forte que atrai e inspira os condutores mais jovens.
O novo quadro é uma mistura de aço prensado e tubular e oferece um excelente equilíbrio com feedback muito bom. A CB125R também apresenta uma forquilha USD de 41 mm e especificações elevadas, monoamortecedor traseiro com regulação da pré-carga, pinça dianteira radial de 4 êmbolos, ABS tipo IMU e pneus radiais Dunlop de medidas grandes.
A qualidade superior e o orgulho do proprietário neste modelo são aumentados por funcionalidades e características normalmente encontradas em motos de cilindrada bastante mais elevada como, por exemplo, o guiador cónico, o painel de instrumentos LCD e a iluminação integral por LEDs.