A Volvo Car Portugal, enviou um comunicado a esclarecer que a campanha veiculada por uma marca concorrente nos meios em Portugal, afirma erroneamente que a mesma inventou, entre outros sistemas de segurança, o cinto de segurança de três pontos.
"Essa informação não corresponde à realidade. Gostaríamos de esclarecer que o mesmo surge, no final da década de 1950s graças ao engenheiro sueco Nils Bohlin", esclarece o comunicado da Volvo Car Portugal.
A 13 de Agosto de 1959, foi entregue o primeiro automóvel equipado com um cinto de segurança de 3 pontos. A viatura era um Volvo PV544 vendido num concessionário Volvo em Kristianstad, na Suécia. A Volvo foi o primeiro fabricante no mundo a equipar, de série, os seus automóveis com cintos de segurança de 3 pontos, nos bancos da frente.
No mercado nórdico, para além dos PV544 também o P120 (Amazon) recebeu esta mais-valia em matéria de segurança. A invenção, que se estima ter já salvo mais de 1 milhão de vidas, foi patenteada de forma aberta o que significava que estava/está totalmente disponível para que todos os condutores pudessem beneficiar de um pouco da tecnologia de segurança da Volvo, independentemente da marca que estivessem a conduzir, reforçando a frase dos fundadores da marca sueca que ainda hoje norteia os seus valores:
“Os automóveis são conduzidos por pessoas. Por isso, tudo o que fizermos na Volvo deve contribuir, antes de mais, para a sua segurança."
Assar Gabrielsson & Gustav Larson - Fundadores da Volvo – 1927
NILS BOHLIN
Nils Ivar Bohlin (1920 – 2002) nasceu na localidade sueca Härnösand e licenciou-se em engenharia mecânica na Härnösand Läroverk. Em 1942, inicia o trabalho numa empresa de aviação onde, entre outros projetos foi responsável pelo desenvolvimento de sistemas de ejeção.
Em 1958, inicia o seu percurso profissional na Volvo como engenheiro de segurança. Trabalha no desenvolvimento do cinto durante cerca de um ano, transportando conceitos dos sistemas de ejeção que havia estudado inicialmente.
A sua preocupação principal baseava-se em como manter o condutor seguro durante um acidente. Introduziu o cinto de segurança de 3 pontos em 1959 e, posteriormente, viria a comandar o Departamento Central de Investigação e Desenvolvimento da Volvo onde se manteve até 1985.
CINTO DE SEGURANÇA DE 3 PONTOS
Por vezes as coisas mais simples são as melhores. No entanto, o design do cinto de segurança de 3 pontos só surgiria no final da década de 1950s graças ao engenheiro Nils Bohlin. Antes disso, existiram diferentes tipos de cintos de segurança. Na década de 1930, nos EUA chegaram a haver imposições para equipar as viaturas com cintos.
Nessa altura, um cinto de 2 pontos era a solução mais utilizada. O problema era que estes não protegiam os ocupantes de forma eficiente, especialmente a velocidades mais elevadas. Nils Bohlin havia já compreendido as forças geradas numa colisão. Basicamente, o cinto deveria absorver a força na área correta ao mesmo tempo que deveria ser fácil de usar e de ajustar.
O design desta inovação tinha tanto de simples como de eficiente: A combinação de um cinto diagonal e de outro horizontal, que formavam um “V” e que estavam presos a um ponto de fixação baixa, colocado de forma lateral ao assento, capaz de assegurar que os cintos se mantinham na sua posição mesmo após um acidente. Estes mesmos princípios são aplicados hoje e a utilização deste cinto reduz o risco de fatalidade ou de lesão grave em mais de 50%.
1959 – A ESTREIA
A 13 de Agosto de 1959, foi entregue o primeiro automóvel equipado com um cinto de segurança de 3 pontos. A viatura era um Volvo PV544 e a entrega foi feita num concessionário Volvo da localidade sueca de Kristianstad.
A Volvo foi o primeiro fabricante automóvel no mundo a equipar de série os seus automóveis com cintos de segurança de 3 pontos nos bancos da frente.
No mercado nórdico, para além dos PV544 também o P120 (Amazon) recebeu esta mais-valia em matéria de segurança. A invenção foi patenteada de forma aberta o que significava que estava totalmente disponível para quem a quisesse utilizar. Todos os condutores podiam beneficiar de um pouco da tecnologia de segurança da Volvo, independentemente da marca que estivessem a conduzir. Isto demonstrava bem todo o compromisso da Volvo para com a segurança automóvel.
Estava dado um passo de gigante na melhoria da segurança rodoviária mas não foi imediato o sucesso do cinto de segurança de 3 pontos. Seriam necessários mais alguns anos até que a maioria dos condutores e o resto da indústria automóvel se convencesse que a sua utilização era de facto mandatória.
ESTUDOS DA VOLVO CONVENCEM O MUNDO
Em 1963, a Volvo introduz este cinto de segurança no mercado americano e noutros mercados. Contudo, antes do lançamento, a Volvo conduziu um conjunto de testes a viaturas equipadas com diferentes tipos de cintos de segurança. Os resultados não podiam ter sido mais esclarecedores: O novo cinto de segurança da Volvo era, de longe, aquele que proporcionava melhor proteção aos passageiros.
Alguns anos mais tarde, em 1967, a Volvo apresentou numa conferência de segurança rodoviária nos EUA, o estudo "28.000 Accident Report". Este relatório havia sido construído com base nos dados recolhidos na Suécia relativos a todas as colisões ocorridas no País com veículos Volvo no ano anterior.
Aqui também os resultados foram evidentes – e o mundo finalmente tomava consciência. Os estudos indicavam claramente que o uso do cinto de segurança salvava vidas e reduzia a gravidade das lesões entre 50%-60%.
MAIS DE UM MILHÃO DE VIDAS SALVAS
Não é fácil dar um número exato do número de vidas que já foram salvas graças à utilização do cinto de segurança de 3 pontos. Estima-se que, a nível global, mais de 1 milhão de pessoas deva a sua vida à sua utilização e muitas mais tenham evitado lesões graves.
Mais de 5 décadas após a sua invenção o seu potencial ainda é enorme. A sua utilização ainda é o fator mais eficaz, aquele capaz de garantir a melhor segurança dos ocupantes de uma viatura. A nível global, a sua utilização difere muito de país para país.
Nos EUA, estima-se que cada aumento na percentagem de utilização seja capaz de salvar 270 vidas por ano. O seu potencial em Africa, na Asia e na América do Sul é enorme, regiões onde a percentagem de utilização automóvel tem vindo também a aumentar.