Foi hoje anunciado o arranque do primeiro mundial com motos desprovidas de motores térmicos... 100% elétricas. O “FIM Enel Moto E” será o pontapé de saída para estreia de uma nova era no motociclismo, com corridas silenciosas que têm Loris Capirossi como seu principal embaixador.
Não pense que é uma novidade as corridas com motos elétricas. Já se fizeram algumas “experiências” com essa nova tecnologia, mas a partir do próximo ano todo esse compromisso com o ambiente vai assumir-se numa forma mais séria e real, provavelmente, antecipando o “futuro elétrico” que aos poucos se foi acercando de uma realidade que já hoje invadiu o nosso quotidiano – ainda que de forma tímida - seja em automóveis ou motos.
Mas, se nos carros essa transformação já se materializou no e-Prix da Fórmula E (apenas disputados em circuitos citadinos), já nas motos será uma novidade absoluta o mundial F.I.M. de motos elétricas – revelado esta segunda-feira em Roma por Carmelo Ezpleta presidente da FIM - o campeonato FIM Enel - Moto E que em 2019 se irá disputar nums dos cenários principais dos Grandes Prémios de MotoGP – os circuitos Europeus.
Loris Capirossi em Vallelunga… a velocidade silenciosa
“Atualmente, há mais de um bilhão de veículos na Terra. Se a taxa de crescimento dentro do setor de mobilidade continuar a aumentar, esse número poderá ascender a três bilhões de veículos nos próximos trinta anos. Isso aumenta consideravelmente a necessidade de mobilidade sustentável e está a levar os fabricantes a soluções economicamente mais amigáveis. Destes, um dos mais importantes é o alvorecer da mobilidade elétrica”. Esta, foi a razão apontada pela promotora Dorna Sports, que com o avalo da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) vai lançar nas pistas o Campeonato do Mundo FIM Enel Moto E.
Na temporada de lançamento da competição, em 2019, vão ser realizadas cinco corridas, em cinco dos circuitos europeus que compõem o atual calendário do MotoGP. “Isso deixa grande alcance para o MotoE no futuro; começando na Europa, com vista a crescer em todo o mundo”, refere em comunicado a entidade promotora do “FIM – Enel Moto e”, competição que tem como figura central Loris Capirossi, um ex-campeão de motociclismo que esteve no circuito de Vallelunga a revelar o arranque da nova competição com motores sem as octanas e o som a que todos estamos habituados.
5 corridas, 10 voltas, 17 motos, pilotos de Moto2 e Moto3
A competição sob a égie da F.I.M. terá ao seu dispor todos os meios de produção de TV que cobrem o mediático campeonato de MotoGP, uma plataforma de comunicação essencial para cobrir este campeonato. As sessões de treino do “FIM – Enel Moto e” terão lugar na sexta-feira, a qualificação será sábado e as corridas no domingo – previsivelmente matinal para não prejudicar as corridas de MotoGP, Moto2 e Moto3.
Antes da inauguração da temporada Moto E, o primeiro teste oficial para pilotos e equipas está previsto para o Circuito de Jerez, em fevereiro de 2019 – estando a Dorna a analisar “como reduzir as emissões de carbono geradas pela infra-estrutura e demandas logísticas do MotoGP”.
As corridas são propostas com um total de 10 voltas de duração.
Qualquer evolução alcançada em termos da potência e autonomia dos motores movidos por baterias elétricas, será usada pela organização para melhorar a performance das motos, assim como a duração das corridas.
Equipas e motos
Haverá 18 motos concorrentes, distribuídas pelas equipas da seguinte forma: cada uma das sete equipas independentes do MotoGP receberá duas motos, sobrando 4 motos que serão fornecidas às atuais equipas de Moto2 e Moto3 que optarem por participar nesta competição elétrica.
De acordo com os organizadores, esta será uma forma de criar-se um nível de competição elevado logo no arranque do campeonato, beneficiando da experiência de pilotos com conhecimentos na esfera da alta competição.
A Michelin como único fornecedor de pneus
A Michelin será o único fornecedor de pneus da Campeonato do Mundo “FIM - Enel MotoE”. A marca francesa, que também fornece a categoria rainha dos Grande Prémios, compartilha os valores desta nova competição elétrica, perfeitamente focada no desporto, competição e com incríveis oportunidades de desenvolvimento tecnológico.
O ambiente silencioso
Se é verdade que o som do MotoGP é único, e até o som de cada moto MotoGP, o mundial de MotoE também terá o seu próprio atrativo, um som exclusivo, reduzido a um ligeiro zumbido e que, também permitirá aos fãs ouvir os sons que normalmente se perdem à volta do rugido de um motor. O som das máquinas que cortam o ar e o ‘grito’ dos pneus serão uma forma completamente diferente de viver as corridas.
Serão motos rápidas, sem dúvida, mas a ‘última palavra’ será sempre… dos fãs dos Grandes Prémios!