14 de abr. de 20184 min para ler

BMW X2 | Um pugilista peso-médio... surpreendente

Desportista, lutador e compacto, o novo BMW X2 é um genuíno ‘BM’ com vários argumentos para enfrentar um ringue onde não faltam outros bons lutadores.

Pioneira na linha dos "SUV Coupé" com o X6 e o X4, a BMW fez um novo ataque entre os modelos compactos com o X2. A filosofia é semelhante, combina-se a versatilidade de um SUV e o espírito desportivo de um Coupé. Fomos conhecê-lo, desde Lisboa até às estradas da região de Grândola, em Portugal.

Os preços do novo X2 começam nos 41.050 euros do da versão sDrive 18i.

O caráter desportivo da BMW sempre fez parte do DNA da marca. Mas, desde 1999, os SUV têm cada vez mais louros: 5,4 milhões de modelos "X" vendidos, representam um terço das vendas da marca bávara. Os modelos da gama X são os mais vendidos, em França e no mundo. É lógico, assim, que queiram dobrar a oferta com um produto complementar.

Nesse âmbito, os modelos da moda são o Range Rover Evoque e o Mercedes GLA. Não serão os modelos mais racionais no mercado, mas conquistam gostos devido ao seu estilo e lado moderno. Não sendo pioneira neste campo, a BMW acabou por dar uma resposta mais tardia, mas que chega finalmente. Desportista, aventureiro e compacto, chama-se X2 .

Combinação de géneros

Em primeiro lugar vejamos o que é um X2? Um sedan um pouco alto, um SUV ligeiramente musculado? Na verdade, é um crossover, uma verdadeira mistura de géneros. Existe um lado SUV, a sua elevada altura ao solo e a carroçaria bastante musculada. E existe um lado "Sport Coupé" com a superfície de vidro afilada, e a as linhas esguias e aerodinâmicas… um lado de grande dinâmica!

Tem muito caráter e ritmo, e para isso a BMW introduziu um monte de coisas sobre este X2. Primeiro detalhe visível: a nova grelha dianteira, mais larga na base para acentuar o caráter da frente. Uma ideia que lembra a BMW dos anos 50. Outro aceno para os modelos que fizeram a história da BMW foi a integração de um emblema no pilar traseiro. É um legado dos coupés desportivos dos anos 60 e 70, como o CS 2000 e o CSL 3.0. E assenta muito bem.

Outros dois aspetos que constituem novidade, a cor exterior "amarelo / dourado" (Galvanic Gold Metallic) - muito ousada – e o espírito M-Sport com escudos amplamente abertos, muito agressivos, as bordas de no mínimo 18 polegadas e a altura do solo reduzida em 1 cm.

O X2 é no entanto 8 cm mais curto que o X1 (4,36 m) e a sua base é 8 cm mais baixa (1,53 m). Dai resulta que os assentos traseiros e altura do teto diminui cerca de 5 cm. Contudo, a habitabilidade continua correta para dois adultos. O limite do X2 é maior, menos prático e também o volume da bagageira perde 35 litros (470 litros). Nada realmente incapacitante, apenas lamento que o assento não seja mais deslizando para modular o espaço a bordo.

Mas nos bancos da frente nada parece diferir do X1, nem mesmo o ‘mobiliário’. O X2 conta com um novo estofamento Alcantara, amarelo na costura, e um novo painel de instrumentação, chique o suficiente para agradar… a elas e eles! O mais interessante é a posição de condução reduzida de 2 cm. Devemos, portanto, menos dominar o tráfego. Por outro lado, isso deve beneficiar o centro de gravidade e, portanto, o comportamento.

Aos comandos… um genuíno ‘BM’!

Isto foi o que confirmámos desde os primeiros quilómetros. O X2 tem um espírito claramente mais desportivo que o X1. Percebe-se de imediato que tem uma direção muito mais firme mas que, no entanto, seduz pela sua precisão.

Essa sensação de firmeza vem também da suspensão (o modelo que conduzimos tinha o sistema opcional Select-Drive (550 euros), algo firme para um veículo urbano mas que assenta bem com o nível de acabamento M-Sport X com rodas de grande diâmetro.

Também ficamos surpresos com a capacidade de absorção. A suspensão do X2 é firme, mas a grande deflexão permite absorver obstáculos impressionantes, conforme verificámos numa ligeira saída para fora de estrada. Além do lado esportivo tem um bom lado "all way". Uma boa surpresa!

Infelizmente, ficamos menos convencidos com o motor que empregava o nosso modelo de teste: um 190 cv de 4 cilindros (20d xDrive). O desempenho é muito honroso, como evidenciado pelos 0 a 100 km / h realizados em 7,7 s.

A tração às quatro rodas também lhe falta algo mais para digerir o potencial do motor. Por outro lado, o trem dianteiro assenta muito bem em curva mas, a sua ‘sonoridade agrícola’ e as acelerações às 4,000 rpm, não correspondem de todo ao que se espera de um carro com pretensões dinâmicas. Sem hesitar, preferia o 20i Sdrive de 192 cv !

Conclusão

No geral o novo BMW X2 revelou-se uma agradável surpresa: o caráter, as boas sensações que transmite na condução, faz com que tenha tudo o que um verdadeiro BMW tem. Agora, só resta saber se as versões de nível de entrada vão ser tão bem sucedidas, tanto esteticamente como dinamicamente.