SE QUER SABER O QUE SENTE MARC MÁRQUEZ A 300 KM/H ENTÃO CONHEÇA ESTAS MÁQUINAS! SUPERAR A BARREIRA DOS TREZENTOS NUMA MOTO NÃO É UM PROBLEMA.
O Céu é o limite
Há dez anos, a Honda lançou no mercado a CBR1100XX, a primeira moto de série fabricada para romper a barreira dos 300 km/h. Fui convidado para a apresentação na Alemanha, os ‘súbditos’ de Soichiro Honda mostraram a moto, expuseram placas de transito com um X sobre os 300 mas o objetivo falhou… Levei a CBR 1100 XX à pista militar da Ota, acelerei a fundo mas… 298 km/h, foi o máximo que consegui!
Pouco tempo depois foi a vez de surgir outra caça-recordes. De nome Suzuki Hayabusa, acedi ao convite da Suzuki e foi conduzi-la na pista de Braga, obviamente, o pior sítio do mundo para acelerar esse supersónico falcão até ao limite. Mais uma vez, não cheguei ao objetivo e, só anos depois, com uma Kawa ZX-12R o concretizei.
É uma sensação fantástica superar a barreira dos 300, somos nós, a máquina e o vento. A essa velocidade, moto e condutor transformam-se num único elemento… o homem-bala por excelência! O velocímetro apontou perto dos 340 km/h, o que, mesmo com o erro habitual do taquímetro, dá uma velocidade real acima dos trezentos quilómetros hora.
Aqui aos comandos de uma BMW S1000RR, uma das últimas máquinas voadoras que conduzi
Costumo dizer que já gastei diversas vidas, e não quero desperdiçar noutra loucura como essa as que me restam, portanto, dificilmente repetirei essa experiência montado em cima de uma moto. Mas, esse momento, marcou-me para toda a vida… acreditem!
Na atualidade...
As “fast bikes” passaram por momentos em que não foram tão bem vistas como nos anos 1990.
Com a chegada do novo milénio, os fabricantes japoneses selaram um pacto entre eles para limitar a velocidade máxima real a 300 km/h.
Apesar dessa decisão, a Kawasaki sempre saiu em busca de quebrar as barreiras com motos como a ZX-10, ZX-12, ZZR 110 ou a ZZR 1400, considerada a caça-recordes da marca. Mas o lançamento de dois modelos diferentes e empurrados por um motor com compressor, a Ninja H2 e H2R, chamou muito a atenção. A existência dessas duas máquinas é o motivo principal para reunir as sete motos mais rápidas do mundo aqui. Coloque o capacete e, vamos acelerar!
1. MTT Turbine Superbike Y2K
O fabricante de turbinas de alto rendimento Marine Turbine Technologies é o responsável por esta loucura. Oficialmente, ela tem um recorde no Guinness como a moto mais potente do mundo graças ao motor de turbina Rolls-Royce 250-C20, que entrega uma potência de 320 CV e que permite alcançar os 365 km/h. Desde que foi lançada, em 2000, sairam somente cinco unidades à venda por ano, pela ‘bagatela’ de 150 mil dólares.
2. Kawasaki Ninja H2R
A Kawasaki sempre saiu pela tangente no setor de duas rodas e as novas H2 e H2R com motores alimentados por compressor volumétrico são um exemplo disso. A marca japonesa criou a Ninja H2R, uma moto capaz de ter 326 CV com o Ram Air (sistema usado em jatos militares para tomada de ar nas turbinas) trabalhando no máximo. Para termos uma ideia, uma MotoGP chega a ter uns 260 CV.
É capaz de atingir uma velocidade máxima de 357 km/h e, como era de se esperar, não foi homologada para circular nas ruas. Já a sua irmã mais nova H2, de “somente” 200 CV, foi homologada para circular na via pública.
Suzuki Hayabusa GSX-1200R
Entre as “fast bikes”, a Hayabusa é provavelmente a mais célebre e famosa. A primeira foi criada para ser a moto mais rápida do planeta, com um motor potente e uma aerodinâmica muito bem estudada.
O primeiro modelo criado era capaz de alcançar os 318 km/h com uma potência máxima de 194 CV.
Desde então e durante muito tempo, a GSX-R 1200 Hayabusa foi evoluindo sobre essa base, apenas sendo atualizada com pequenas mudanças estéticas, mais cilindrada, maior potência e algumas ajudas eletrónicas.
3. MV Agusta F4 R312
Outra beldade que faz muitos babarem-se é esta máquina italiana que pode levar-nos até os 312 km/h. O fato de ser uma fábrica pequena e artesanal permitiu à marca de Varese encontrar soluções técnicas bem pessoais e com qualidade em cada uma das peças que compõem a R312. Sobre a base da F41000, buscou-se um rendimento maior, novas válvulas de titânio e distribuição em posição radial, uma característica que lhe é bem peculiar.
4. Ducati 1199 Panigale R
A Ducati 1199 Panigale R custa 35 mil euros e não é uma moto para todos... e não só no preço!. Mas vale por isto: é única entre as desportivas que são genuinas Superbike.
Desenvolvida para competir em circuitos, o seu aspecto simples (pura essência italiana) já emociona, mas além disso, algumas de suas características são excepcionais, como os seus 195 CV para apenas 188 kg consegue ter uma relação peso/potência estratosférica (inferior a 1 kg/CV) e superar os 310 km/h.
BMW S1000RR
Esta foi outra ‘fast bike’ que experimentei na fase de lançamento e que me disparou a adrenalina no corpo. Neste caso a relação é de 193 cavalos para 204 kg. E foi com estes números que a BMW lançou a S1000RR para as ruas, sem dúvida uma das motos mais esperadas dos últimos anos.
Até então, o recorde registrado havia sido de quase 309 km/h naquelas provas de velocidade em Bonneville – BUB Speed Trials – e a nova BMW S1000RR passou várias vezes atingindo os 316,10 km/h.
MV Agusta F4 1000 RR
Desde o seu surgimento, a F4 tinha sido o exponente máximo dos modelos desportivos da MV Agusta e, além disso, também foi o estandarte da marca graças ao desenho de Massimo Tamburini, o Michelangelo das motos.
A F4 RR é a moto mais moderna e eficaz já produzida pela fábrica de Varese. O seu propulsor entrega 183 CV de potência e é capaz de atingir os 308 km/h de velocidade máxima. Além de toda a essência típica das motos italianas, esse modelo possui o que há de mais atual da tecnologia eletrónica.
Conclusão: Ainda não sei quantas vidas me restam, mas, quem sabe, um dia volte a por o capacete, baixe a cabeça e me atire para um novo desafio de velocidade extrema!!!
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