13 de dez. de 20183 min para ler

DUCATI PANIGALE V4 R: Respeito!

OS NÚMEROS FALAM POR SI: 16.500 ROTAÇÕES/MIN., 234 CV E 171 KG DE PESO A SECO. A NOVA DUCATI PANIGALE V4 R É UMA REAL RÉPLICA DE MOTOGP. CONFIRA.

Os números dizem tudo: 16 500 rotações por minuto, 234 cv de potência e 171 kg de peso a seco... A Ducati Panigale V4 R é uma real moto de corrida, pronta para enfrentar o cronómetro e as zebras do circuito. E a tua própria auto-estima, também, porque exige respeito.

Desde o primeiro olhar a Ducati Panigale V4 R dá o tom, e veste-se de modo muito alegre!

A bela carenagem, completamente revista no serviço Corse da Ducati, desafia os deuses com as suas duas imponentes asas em carbono, herdadas diretamente da Desmo GP16 de Doviozioso. Essas aletas prometem oferecer uma carga frontal de 30 kg a 270 km/h para maior estabilidade no início da curva, mas também para limitar aerodinamicamente os movimentos fora de curva, reduzindo a carga castradora.

As ajudas eletrónicas são outro ponto forte. E são numerosas: 3 mapas de motor, 8 níveis de controle de tração (DTC) e anti-wheeling (DWC) e 3 configurações de ABS. Tudo isso não será demais para conter a fúria dos 234 cv do V4, quando combinado com o escape desenhado na Akrapovic.

A primeira impressão

Quando montamos pela primeira vez a Ducati V4 R , de imediato, nos lembra a Panigale S 1100 V4. Oferece uma posição de condução pensada para o circuito, radical e balanceada para a frente. Não há lugar para o ‘pendura’, o rodeio a bordo é uma experiência para se viver sozinho, num binómio laboratorial homem-máquina. O painel de instrumentos, largo e colorido, é legível graças a um grande conta-rotações e a um indicador da relação de transmissão bem avançado.

O que mais impressiona na Ducati Panigale V4 R é a sua potência do motor. Os 234 cavalos respondem a todos os pedidos... lançam-te para a frente com uma força incrível! Passamos a viver não em minutos mas em frações de segundo. A sua capacidade de alongamento é, apenas, excepcional para um motor de série (se assim deve ser considerada...) com o ‘red line’ do conta-rotações situado entre as 16 000 e 16 500 rpm.

Não há necessidade de ‘jogarmos’ com a caixa de velocidades para encontrar os watts necessários, a potência está presente em todas as velocidades, mas a Ducati continua a gratificar-nos com uma relação de caixa quase perfeita. Com um simples movimento da ponta do pé esquerdo, as mudanças entram leves e fáceis, drenando toneladas de prazer. E por fim, o som que sai dos dois "silenciosos" Akrapovic leva-nos ao Olimpo.

Desafiando o cronómetro

Quanto mais tentamos desafiar o cronómetro, mais a Panigale V4 R se torna eficaz e sensacional. As sensações são simplesmente loucas, e o ‘feeling’ geral é um dos melhores que já senti em toda a minha vida. Ao mesmo nível que o da BMW HP4 Race. As entradas de curva são feitas com precisão e, especialmente, com excelente feedback sobre a aderência disponível sob a roda dianteira. Idem durante a aceleração.

A Panigale V4 R comunica perfeitamente com o piloto, algo condicionado, entre outros fatores, pela gestão do cabo do acelerador - muito bom pela ação da eletrónica - eficaz, sutil e transparente. As ajudas de condução tornam possível desenhar na melhor das hipóteses toda a quinta essência desta moto, pensada para as corridas.

Durante a saída da segunda marcha, sentimos que a eletrónica limita a potência apenas o suficiente, de modo que a roda da frente permaneça presa ao solo sem sobrecarregar a aceleração. Por outro lado, quanto mais se tenta ir mais rápido, mais a Panigale se torna física para tripular.