EXPERIMENTÁMOS EM ITÁLIA A NOVA MAXI-TRAIL DA BMW, A R 1250 GS DE 2019. PROPOSTA EM TRÊS VERSÕES - BASE, EXCLUSIVE E HP - É IMPULSIONADA PELO NOVO BOXER COM DISTRIBUIÇÃO DE VÁLVULAS VARIÁVEL DE 1254cc, UM AVANÇO IMPORTANTE.
Após a apresentação estática nos salões de outono da R 1250 GS e da ‘irmã’ viajante R 1250 GS Adventure, chegou a hora de colocar as mãos no novo motor de distribuição de válvulas variável de 1.254 cc.
Experimentámos a versão mais impressionante da nova maxi trail alemã nas belas estradas da Ligúria, em Itália, redescobrindo uma moto que - sem qualquer alteração do chassis - mudou significativamente face ao passado. Sem medo de contradição, podemos dizer que o novo motor alemão (de 1.170 cc a 1.254 cc) não está um, mas sim dois passos à frente do instalado na antiga R 1200 GS, seja na versão base ou Adventure.
Em equipa que ganha...
Como pode ser visto nas imagens, do ponto de vista estético as mudanças são de pormenor. São novas as tampas que escondem os radiadores do líquido de arrefecimento e que protegem o motor lateralmente. Pequenas diferenças até perto do bico da frente, onde novas bocas de sucção se destacam. Tudo o mesmo para o resto. O quadro é exatamente igual, e as suspensões, que podem ser equipadas com o Dynamic Esa da “Próxima geração", permitem que a pré-carga seja ajustada de forma contínua e automática.
Como no passado, dois modos de condução (Chuva e Estrada) são fornecidos como padrão; os outros (Dynamic, Dynamic Pro, Enduro e Enduro Pro) estão incluídos no pacote "Pro" opcional juntamente com o controle de tração DTC (o equipamento padrão fornece apenas controle de estabilidade). O farol cheio do diodo emissor de luz e a instrumentação de 6.5 "TFT devem igualmente ser destacados.
Existem três versões da R 1250 GS Adventure: base, Exclusive (sela bipartida de 890/910 mm e cor Kalamata) e HP (visual motorsport, pára-brisas baixo, sela curta monolítica com uma altura de 880 mm).
Tanto torque e fluidez
Do ponto de vista de manejo e estabilidade, a nova R 1250 GS Adventure tem as mesmas características do modelo anterior: Telelever e Paralever garantem uma estrutura irrepreensível em qualquer situação e em qualquer condição de carga. A estabilidade também é máxima em inclinações mais altas e transferências de carga são praticamente nulas, até mesmo exagerando com os travões ou com o acelerador fora de curvas lentas. A espetacular distribuição de peso garantida pela estrutura Boxer e o posicionamento longitudinal de todas as partes rotativas fazem o resto. Mesmo na versão Adventure, a R 1250 GS roda como uma bicicleta e num encadeamento de curvas requer um esforço mínimo para mudar de direção.
O aspeto mais marcante na nova 1250 é, sem dúvida, o motor: em comparação com a versão anterior, estamos noutro planeta.
A entrega que a nova unidade oferece roça a perfeição: em sexta, podes descer mesmo abaixo de 2.000 rpm e depois retomar na mão o gás com decisão graças à chegada, em alguns momentos, de um golpe de kgm (binário) só vagamente apreciável no boxer anterior. Já algumas centenas de rotações depois, e mesmo com as marchas mais longas, o puxão que recebemos do moto é continuo, tornando-se por vezes difícil perceber que está na altura de baixar uma mudança.
Beneficia com esta nova reação de força do boxer a condução. Conduzir torna-se puro prazer e a maior beleza, é que tudo é fluído. Mesmo a aspereza do suprimento que previamente registámos no anterior boxer, entre as 4.500 e 5.500 rpm, desapareceu, tornando a aceleração suave e fluida até ao limitador. Tudo isto traduz-se numa condução suave e relaxante. O novo Boxer poupa ao motociclista muitas mudanças, mesmo na estrada mais tortuosa, ou no caso de andar de moto com a carga total. O resto são controles ativos: mas aqui, nada de novo.