MIGUEL OLIVEIRA ENFRENTA UM ANO SEM PRESSÃO NA ESTREIA NO MUNDIAL DE MOTOGP. O PILOTO DE ALMADA É O MAIS VITORIOSO DOS 4 ESTREANTES NA CLASSE RAINHA DA VELOCIDADE!
Terminar corridas e evoluir a KTM RC16 será o grande objetivo do português Miguel Oliveira no ano de estreia em MotoGP, categoria rainha do Mundial de motociclismo de velocidade, que arranca este fim de semana, no Qatar.
O piloto de Almada, que terminou a temporada de 2018 com uma vitória em Valência, na despedida de Moto2, faz este fim de semana a estreia de um piloto português na categoria rainha desde que Felisberto Teixeira participou no Grande Prémio de Espanha de 1998, em Jerez de la Frontera, aos comandos de uma mota a dois tempos, de 500cc.
Miguel Oliveira é o mais vitorioso dos quatro estreantes na classe principal do campeonato, com 12 triunfos, seis em Moto3 e outros tantos em Moto2, contra os 11 do espanhol Joan Mir (Suzuki), 10 do italiano Francesco Bagnaia (Ducati) e um do também italiano Fabio Quartararo (Yamaha). Mas também o que terá a missão mais espinhosa pela frente, pois tem nas mãos uma das motos menos competitivas do pelotão.
A KTM, marca austríaca com grande experiência no fabrico de motas de fora de estrada, iniciou a presença na velocidade pelas categorias inferiores e só em 2017 fez a estreia em MotoGP e apenas na última corrida de 2018 conseguiu o primeiro pódio, graças ao terceiro lugar do espanhol Pol Espargaró, no GP de Valência, disputado debaixo de chuva.
Miguel Oliveira, apesar de ser piloto oficial do construtor sediado em Mattighofen, foi colocado na equipa francesa Tech3, de Hervé Poncharal, que mantinha uma ligação de largos anos com a Yamaha.
O ano de 2019 será, portanto, de adaptação a vários níveis para o piloto português, a quem foi pedida a evolução da moto, e que teve inclusivamente de trocar o número que habitualmente utilizava (44) pelo 88.
OLIVEIRA COM A TECH3, EQUIPA SATÉLITE DA KTM
Foi, precisamente, no desenvolvimento da KTM que o português se concentrou nos quatro testes de pré-temporada, realizados em Valência, Jerez de la Frontera, Sepang e Losail.
De último classificado em Valência, chegou a ser o 16.º mais rápido no segundo dia de testes na Malásia. A diferença para os primeiros reduziu-se para cerca de 1,5 segundos e conseguiu rodar já muito perto dos dois pilotos da equipa de fábrica, o espanhol Pol Espargaró e o francês Johann Zarco, mais experientes em MotoGP.
"Ainda não estamos em posição de desafiar os mais rápidos, mas queremos reduzir as distâncias ao longo do ano", avisou Hervé Poncharal ao longo do inverno.
O próprio Miguel Oliveira não escondeu que será difícil conseguir resultados dentro dos dez primeiros posicionados em cada corrida, sobretudo na primeira metade do campeonato.
O objetivo de carreira do piloto português, de 24 anos, continua a ser chegar "a campeão do mundo". Um sonho que persegue desde 2011, ano de estreia no Mundial de velocidade, tendo sido já duas vezes vice-campeão: em 2015, de Moto3, e em 2018, de Moto2. Soma 34 pódios e quatro pole positions.
O Mundial de MotoGP arranca este fim de semana com o Grande Prémio do Qatar, no circuito de Losail, em Doha, primeira das 19 provas do calendário e única disputada à noite. Sexta-feira, realizam-se duas sessões de treinos livres, enquanto para sábado está prevista a terceira sessão e a qualificação. A corrida disputa-se no domingo.