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POR MIKE RODMAN

MAZDA3: Personalidade e garra em tom diesel


SURPREENDE NAS SUAS LINHAS 'LIMPAS' E ARROJADAS, MAS TAMBÉM NO NOVO MOTOR SKYACTIV-D DE 1.8 LITROS - ENÉRGICO E SILENCIOSO COMO POUCOS OUTROS DIESEL

A Mazda tem na sua gama do segmento dos compactos hatchback este Mazda3, com uma forma que o eleva acima de qualquer concorrente em termos de design, com uma secção traseira cheia de personalidade, com um interior sofisticado e que sob o capô ‘esconde’ o mais recente motor diesel da Mazda, ainda disponível nos modelos 3 e outros que o fabricante japonês vende na Europa.


Com este modelo a marca japonesa soube resistir ao ‘dieselgate’; o Mazda3 é um modelo compacto, não muito potente, mas com um bloco diesel elástico e silencioso como poucos outros


Em termos dinâmicos, o Mazda3 Skyactiv-D de 2019 não se sente tão afiado como o seu antecessor nem é – por agora - o melhor hatchback da sua categoria, mas é muito mais relaxante e refinado do que o modelo que substitui, e exala uma sensação geral de desejo e superioridade. O modelo que substituiu era um grande polivalente, embora sofresse de um ruído excessivo dos pneus, não parecendo o seu interior tão bom quanto o de alguns rivais, e também estava ‘atrasado’ em termos de tecnologia. Agora… isso acabou e acredito que vai despertar muitos olhares de desejo.

O DESIGN KODO

A filosofia de vida dos japoneses é comedida, precisa, tradicional e… bastante discreta, sem a tradicional vaidade do ‘velho continente’ Europeu. Talvez isso derive do que aconteceu em Hiroshima ou qualquer outra maleita política, não sei ao certo, destacando-se na voracidade dos tambores… e na popularização do taiko, tanto no Japão quanto no exterior.

A Mazda optou por continuar com a mesma filosofia de design da Kodo nos seus modelos mais recentes, assumindo essencialmente o mesmo visual de seus modelos da geração anterior, mas melhorada e afiada para 2019. E a ideia funcionou. Realmente, não consegui encontrar qualquer ângulo morto em torno do novo Mazda3, o mais ousado dos dois estilos de carroçaria disponíveis (o outro é o sedan que está longe de ser tão original como o liftback).

O que fica claro é que a Mazda realmente aprecia a simplicidade e minimalismo. Ao contrário de alguns fabricantes que se socorrem de respiradores, entradas, deflectores ou spoilers falsos, a carroçaria que envolve o Mazda3 é lisa e sem detalhes supérfluos.

Ao contrário de modelos de outros fabricantes, o Mazda3 não tem sequer à frente um espaço ‘declarado’ para as luzes de nevoeiro, aberturas falsas, ou alguma forma de plástico para quebrar a monotonia - a Mazda prefere elevar a qualidade escultural do design do novo 3. Os faróis do carro que experimentei eram os básicos, mas claro, você pode pagar mais para obter clusters de LED completos com luzes diurnas de LED.

Por outro lado, o seu teto afunila fortemente na direção da retaguarda, e esse robusto pilar C realmente dá-lhe um certo ar de ‘je ne sais quoi’ que nem os fabricantes de bolos conseguem igualar. E, obviamente, não há aberturas falsas nos lados, nem mesmo aquele vinco extra nas portas que você vê em praticamente todos os carros novos, talento injetado à força e que nem sempre resulta, como as linhas direitas que vemos em qualquer Audi novo.

A escotilha do Mazda3 tem um sutil vinco ascendente que dá profundidade às portas, mas é muito mais sutil do que o que vês na maioria dos rivais. E não precisa de vincos fortes para fazer uma declaração, porque o seu sheetmetal tem muitas curvas sutis que você não notará imediatamente, mas se tornam mais evidentes à medida que observamos o carro de diferentes ângulos e sob diferentes condições de iluminação.

Observando a secção traseira, o Mazda3 mostra ter largas ancas e não perder a tradição da discrição. A zona traseira é tão limpa quanto a frente - nada lá existe que não mereça o seu lugar… Bem, tudo menos os escapes duplos que são simplesmente ridículos num carro que nem sequer chega aos 120 cavalos de potência. Outro pormenor que salta à vista são as luzes traseiras básicas que não têm uma configuração de LED completa. Esta é talvez uma abordagem arriscada para a Mazda, já que o novo 3 está num segmento que está a encolher e a ser ‘tomado’ pelo segmento dos polivalentes crossover.


INTERIOR DESPORTIVO E CÓMODO

A Mazda tem de ser aplaudida pela sensação de qualidade do interior do novo 3. Sendo justo dizer que a qualidade de montagem não é tão alta como a exposta por outros fabricantes que são líderes da classe nesse aspecto - há um pouco mais de reprodução de movimento em alguns dos painéis internos e componentes do que talvez gostes ou esperes. A minha maior queixa é a frágil caixa de luvas que, quando fechada, tem quantidades ridículas. Não choca enquanto conduzes ou algo assim, mas comparado com a impressionante sensação de alta qualidade no habitáculo… destoa.

Há muitas superfícies agradáveis ​​e suaves, o design é minimalista e escultural no seu melhor e sem prescindir do toque desportivo na área ao redor do painel de instrumentos (que tem um speedo digital padrão de 7 polegadas) semelhante em estilo ao que podes encontrar num Ferrari 458 ou 488!

Uma das melhores partes do interior do Mazda3 é o enorme apoio de braços central dianteiro. É simplesmente enorme, podes deslizar para frente ou para trás e é tão macio e confortável que podes aguardar tranquilamente parado que uma fila de trânsito se ponha finalmente em marcha. A posição de condução não é, sobretudo, demasiado cansativa, nem te obriga a mudar constantemente a posição do assento à procura de melhor ergonomia. E, surpreendentemente, encontras nos apoios de braços o mesmo material macio de automóveis bem mais caros e topo de gama. Notei também que, apesar do fato de ficarmos numa posição bem baixa – quase como no icónico MX5 - a visibilidade frontal permanece surpreendentemente boa. O mesmo não é verdade para a visibilidade traseira, pois é um dos, se não o pior, do segmento. Mas é bonito o suficiente do lado de fora… e até posso perdoar isso.


SKYACTIV-D:

UM DIESEL QUE NÃO PARECE UM DIESEL

A Mazda substituiu o anterior motor diesel de 1.5 litros - que costumava oferecer nos 3, assim como o muito mais potente e agradável 2.2 litros - por uma nova unidade de 1.8 litros, que só está disponível numa potência. Expele para as rodas 116 cavalos de potência e 270 Nm de binário, estando a transmissão entregue a uma de duas opções: uma unidade automática de seis velocidades manual, ou manual com as mesmas seis velocidades.

O meu carro de teste estava equipado com este novo Skyactiv-D, diesel, e com a caixa manual de 6 marchas. Nesta versão, o novo Mazda3 percorre os zero a 100 km/h em 10,1 segundos (um tempo bastante respeitável!), o que significa menos 2 segundos (sobe para 12,1 segundos) que o 3 com caixa automática. Comparando com o último Hyundai i20 diesel que tive oportunidade de conduzir, este motor é bastante mais rápido e refinado, muito graças à tecnologia Skyactiv-D. Passo a explicar:


Por exemplo, não tem aquele tão típico ronco surdo e aceleração amorfa de um motor diesel, porque uma vez aquecido, graças em parte ao que a Mazda descreve como “uma técnica rápida de combustão em múltiplos estágios, com super-alta resposta e injetores piezoelétricos multi-furos que encurtam o período de combustão e reduzem bastante os ruídos parasitas. Um único turbocompressor de geometria variável oferece um impulso eficiente de baixa a alta rotação... O motor também apresenta várias outras tecnologias Skyactiv-D, como o Controle de Alta Precisão DE, Som Natural Suave e Controle Natural de Freqüência Sonora, para melhorar controle do torque do motor e reduzir o ruído de combustão. ”

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Não é nem de longe tão mau quanto imaginas se já experimentas-te um diesel moderno na última década – vai-te surpreender. Em movimento, você ouve um drone sob forte aceleração, mas é acompanhado por ruídos turbo mais agradáveis ​​que o impedem de soar completamente aborrecido e desinteressante. E além disso, conseguimos um consumo combinado que rondou os 7 litros/100 km. Assim… o diesel continua a valer a pena!





DADOS TÉCNICOS


Classe Hatchback compacto


Motor 1.8D Skyactiv-D (diesel)

Cilindrada 1759 cc

Diâmetro x curso 79,0 x 89,7 mm

Potência máxima 116 cv / 4.000 rpm

Binário máximo 240 Nm / 1,600-2,600 rpm

Nº de válvulas por cilindro 4

Taxa de compressão 14.8: 1

Aceleração (0-100 km/h em seg.) 10,1 seg.

Velocidade máxima (km p hora) 194,7 km/h


PREÇO E GARANTIA

Preço A partir de 24.990 euros

Garantia 3 anos ou 100.000 km

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