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Por Ricardo Ferreira

ENTREVISTA | Jonathan Rea: “2019 é o meu ano mais difícil”


O 4 VEZES CAMPEÃO DE SBK JONATHAN REA ESTÁ EM PORTIMÃO. NOS TREINOS OFICIAIS DE SUPERBIKE, CONCEDEU ESTA ENTREVISTA ONDE FALA COMO ESTÁ A SER COMPLICADO REVALIDAR O TÍTULO MUNDIAL.

Fotos: cortesia Donny Photo

Depois de ter sofrido uma série de derrotas - em parte destrutivas - contra o astro da Ducati, Álvaro Bautista, o quádruplo e reinante campeão mundial, Jonathan Rea, assumiu a responsabilidade nas suas próprias mãos, a meio da época. Essa tarefa não foi simples e, só depois da prova de Laguna Seca (EUA) o ranking do campeonato do mundo das Superbikes voltou ao habitual dos últimos 4 anos, com a Kawasaki e Rea no topo mundialista.


O norte-irlandês chega das férias de verão com 81 pontos de avanço sobre o segundo classificado, Álvaro Bautista, e com o seu quinto título cada vez mais perto.

DO PESADELO AO CENÁRIO HABITUAL

As primeiras 12 corridas, incluindo as corridas de Superpole, foram todas vencidas pelo ex-piloto de Motogp e estreante no World SBK Álvaro Bautista; o segundo lugar foi o máximo alcançável para Rea. E mesmo para esses segundos lugares, o representante da Irlanda do Norte sofreu uma pressão crescente dos pilotos da fábrica da Yamaha, Michael van der Mark e Alex Lowes. Por exemplo, na segunda corrida de Assen (Holanda) viu-se Van der Mark ‘empurrar’ Rea para o terceiro lugar num duelo direto entre ambos!


“Sim, a temporada começou muito difícil”, lembra Jonathan Rea. “O Álvaro entrou no Campeonato do Mundo como rookie e foi incrivelmente forte desde o início. Acho que ninguém, inclusive eu, esperava que ele estivesse num um nível tão alto a partir do zero. E tive dificuldade em aceitar isso no começo.”

Da esquerda para a direita: Tom Sykes, Jonathan Rea e Álvaro Bautista que dominou a primeira parte do mundial com a Ducati


Falando nos rivais, o irlandês fala ainda noutros pilotos que podem condicionar o título de 2019. Seja Tom Sykes, o ex-companheiro de equipa na Kawasaki, ou o atual vice-campeão mundial Chaz Davies (Ducati) são no seu entender outros pilotos a ter em conta.

“Em Phillip Island (Austrália) é verdade que tive sempre com a moto, mas perder para o Álvaro foi muito difícil. Mas tive que aceitar o resultado e aceitar esse novo e desconhecido de correr atrás do prejuízo”, admite o atual campeão de SBK, de 32 anos.

“Álvaro vem do MotoGP e já foi campeão mundial (125 cc 2006). Acredito que ele é atualmente meu único rival sério."


“ATUALMENTE NÃO ME SINTO NA ZONA DE CONFORTO”

Depois do título tranquilo de 2018, o #1 da KRT Kawasaki passou por um arranque sabático na atual temporada

Apesar de sua confortável liderança de 81 pontos e ainda com 12 ocasiões para pontuar nas 4 rondas que restam do Mundial de Superbike (Portugal, França, Argentina e Qatar), Rea não se sente numa ‘confort zone’… “Ainda temos quatro encontros pela frente, são 12 corridas, então ainda temos um longo caminho a percorrer. Não sei quem será o campeão mundial.”

Chaz Davies está também a ter uma época abaixo do habitual, demonstrando uma adaptação difícil à nova Ducati V4R, muito ao contrário do colega da Attuba it Ducati, o ex-piloto de Motogp Bautista


Em Laguna Seca, vimos o vice-campeão mundial Chaz Davies pela primeira na forma a que estávamos acostumados com a nova Ducati Panigale V4R. Mas foi o piloto do País de Gales, uma real ameaça para Rea, a exemplo do que sucede com Bautista?

“Chaz está a andar muito rápido e cometeu erros consideravelmente menores do que no início da temporada, mas compará-lo com Bautista é difícil. Embora, conduzam de forma muito diferente, ambos "deslizam" facilmente em curva de bicicleta e ambos aplicam a travagem com muita pressão na roda da frente. Com a nossa moto, não posso travar tão tarde nas curvas, porque simplesmente não temos potência suficiente na saída. Desse modo, eu tenho sempre que ter a certeza de que tomo velocidade suficiente a meio da curva, é esse o nosso problema!"


“GOSTO DA PISTA DE PORTIMÃO

FOMOS MUITO FORTES AQUI EM 2017 E 2018”

Após umas longas férias de verão de oito semanas, o Mundial de Superbike recomeça no início de setembro em Portimão, com testes de todas as equipas duas semanas antes no mesmo circuito


“Estes testes, servem para encontrarmos nas motos as melhores regulações para a corrida. Bom para nós é que podemos conseguir uma volta rápida aproveitando em pleno a quarta velocidade na reta mais longa do circuito. Assim, desde que solucionemos o nosso déficit em velocidade máxima, porque conseguir uma vantagem.”

“Pessoalmente, gosto do circuito de Portimão e as últimas corridas que aqui fizemos fomos muito fortes”, lembra Rea, que subiu ao degrau mais alto do pódio em 2017 e 2018 na pista do Algarve. "Não vejo nenhuma razão especial pela qual Bautista cometeu o primeiro erro em Jerez e caiu. Depois disso ele cometeu muitos erros, mas porquê? Uma parte de mim sente simpatia por ele, até porque sei o quanto difícil é tal situação. Mas tenho que pensar em mim em primeiro lugar, porque estou a lutar pelo título.”

“A Ducati ainda tem uma grande vantagem sobre as longas rectas que nos podem dificultar em circuitos como a Argentina e o Qatar. Temos então que dar o nosso melhor nas 4 próximas provas.”

“VENCER É UM VÍCIO,

POUCO IMPORTA SE TE SENTES BEM OU MAL FISICAMENTE”

Nas próximas corridas, incluindo Portimão, o norte-irlandês só ficará satisfeito com com 2ª ou 3º lugar, se não tiver possibilidade de vencer. “Vencer é um vício, não importa se te sentes bem, ou mal, fisicamente. Vitórias é o nosso foco e objetivo. Como equipa, queremos ser o ponto de referência e vencer todas as corridas”, diz Rea que, aos 32 anos de idade está pronto para vingar as derrotas no ‘carrocel’ de Portimão.


“Ser bem sucedido significa ganhar, mas para mim é mais que isso. Significa manter-me saudável, divertir-me nas corridas sempre acompanhado pela minha equipa e toda a minha família. É como dinheiro para assumir todos os desafios e evitar todos os obstáculos difíceis.”



A IMPORTÂNCIA DO TREINO NAS SBK

Jonathan Rea treina corrida a pé, faz muita bicicleta e ginásio para estar sempre em forma. “Ninguém vê como me esforço até ao limite enquanto treino”, esclarece o piloto da Irlanda do Norte. “Em casa, durante o treino, como eu trabalho nos pormenores de cada circuitos, são coisas que apenas eu sei e que não se veem. Os meus fãs só vêem os belos momentos antes ou depois da corrida. Mas ninguém vê o quão duro temos que trabalhar para as vitórias.”

BICICLETA: A EXCLUSIVA 'VITUS ZX1'

DO 4X CAMPEÃO MUNDIAL DAS SBK

FOTOS: CORTESIA VITUS BIKES COM GEE MILNER

Que bicicleta de estrada um 4x Campeão das Superbike escolheria para treino de estrada antes de conduzir uma estratosférica Kawasaki ZX-10RR? Bem, a Vitus Bikes fez uma bicicleta de estrada com travão de disco semi-aero-carbono, a Vitus ZX-1. E, com essse nome nasceu uma bicicleta personalizada feita sob medida para o bem-sucedido motociclista da Irlanda do Norte, e uma ferramenta valiosa para Jonathan Rea pedalar e ficar apto e fresco para corridas de moto…

O gerente de marca da Vitus, Chris McGlinchey, conheceu Jonathan por acaso em um café local perto de Vitus HQ, logo após seu 4º título consecutivo na World Superbike. "Ficamos conversando e achei que seria uma colaboração incrível criar uma bicicleta de estrada personalizada que reproduzisse o seu campeonato ganhador com a Kawasaki. Sabendo que ele é um bom ciclista, então pensei que seria ótimo dar-lhe algo especial que o deixaria super animado em sair para a estrada! "


Embora a marca Vitus fosse inicialmente baseada em França, é propriedade da WiggleCRC qu está hoje baseada totalmente na Irlanda do Norte, perto da casa de Rea. Sendo ciclista desde há muito, o piloto norte-irlandês diz que andar de bicicleta de estrada desempenha um papel determinante no em seu programa de treinos, deixando-o escapar das intensas exigências físicas e mentais das corridas de Superbike.

O mecânico de Rea abriu uma bancada de trabalho em casa ao lado de sua moto de corrida e dps troféus para montar a bicicleta de estrada personalizada


"Gostaria de agradecer à equipe da Vitus por todo o apoio e comprometimento deles para garantir que eu tenha o melhor produto para realizar o meu treino de ciclismo e garantir que eu esteja na melhor forma na missão de conquistar um quinto Campeonato Mundial de SBK". disse Jonathan Rea - 4x Campeão do Mundo das Superbike.



MUNDIAL SBK 2019 (após 9 jornadas)

1. Jonathan Rea Kawasaki 433

2. Álvaro Bautista Ducati 352

3. Alex Lowes Yamaha 220


4. Michael van der Mark Yamaha 215

5. Leon Haslam Kawasak 202

6. Toprak Razgatlioglu Kawasaki 191


7. Chaz Davies 184

8. Tom Sykes BMW 170

9. Marco Melandri Yamaha 138

10. Alessandro Cortese Yamaha 100


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