19 de dez. de 20194 min para ler

FERRARI F8 TRIBUTO | “Tão fácil quanto uma bicicleta”

“CONDUZ-SE TÃO FACIL QUANTO UMA BICICLETA”, SÃO OS PRÓPRIOS PROJETISTAS DO F8 TRIBUTO QUE AFIRMAM, A PROPÓSITO DA MAIS RECENTE ADIÇÃO À GAMA FERRARI. E FOI ISSO QUE FOMOS VERIFICAR….

ENSAIO FERRARI F8 TRIBUTO - “O V8 no 488 GTB foi eleito o melhor motor nos últimos vinte anos. Acabou sendo muito eficiente, mas utilizável por todos. Mesmo pela minha esposa." Esta declaração de Emanuele Carando, diretor de marketing de produtos da Ferrari, atesta o machismo às vezes atribuído aos transalpinos, mas deixa a assistência a rir. "Você conhece a minha esposa ?!”, acrescenta.

Não, obviamente, não mais do que este recém-chegado, esta berlina chamada F8 Tributo, para pronunciar “effe otto tribouuuuto ” de forma a parecer um verdadeiro amador…

Mas, de fato, existe essa notável facilidade de utilização. Extensão do 488 GTB, o F8 retoma a receita ... e 50% das peças. Isso pode ser adivinhado quando observamos os dois modelos lado a lado ou quando nos sentamos ao volante ... reduzido para a ocasião em alguns milímetros.

A bordo, o Tributo opcionalmente acomoda uma tela sensível ao toque de 7 ″ no lado do passageiro, para ocupá-lo por cinco minutos enquanto o conduzimos, e novas entradas de ar, botões e outras informações. Seja como for, o que importa é que quando este Ferrari rola é que fica interessante…

MUITO FÁCIL DE CONDUZIR,

POUCO COMPLICADO EM PISTA

E pode ser conduzido como uma bicicleta? Sim, exceto que não há guiador. Fácil. Os mais cautelosos podem posicionar a manete em Wet (modo chuva), para regular o torque distribuído às rodas traseiras. Mas este carro italiano, aliviado em 40 kg em relação ao seu antecessor, manobra-se com facilidade desconcertante, trocando de marcha quando necessário e com delicadeza.

É apenas uma vez nos programas Race ou CT Off, pressionando com força os pedais, que fica complicado. O da esquerda, cujo curso foi reduzido em comparação com o 488 GTB, requer menos pressão para gerar mais potência de travagem. Basta dizer que funciona: os discos frontais de 398 mm, picados por pinças de seis pistões, são muito duráveis e eficazes, para tirar os olhos das órbitas.

O pedal da direita causa outras sensações ... e as faz entrar. Também lembra as boas lembranças das aulas de biologia da faculdade, durante as quais estudamos a morfologia humana. O que é esse órgão que sacode os outros, perto da minha barriga? É o estômago, digerindo com dificuldade o seu pequeno-almoço da manhã.

Mais do que uma impressão de performance, cada aceleração firme traz consequências físicas. Não se trata mais de julgar as recuperações, mas de as encaixar no tempo certo, de fazer subir os regimes do V8 sem sofrer, enquanto a cabeça afunda no encosto de cabeça com rebordos a imitar caroços de pêssego.

Não há tempo para apreciar a aceleração, apenas para pressionar a alavanca direita do volante. A velocidade máxima é menor que o tempo necessário para escrevê-la e contribui para o desempenho do F8 Tributo, digno de um supercarro real.

A coisa mais complicada ao conduzir é adaptar o seu ritmo às capacidades do seu cérebro. As curvas são óbvias para você. Boas notícias: o nível de aderência parece prodigioso. O eixo de direção aceita os piores tratamentos, sem nunca subestimar em uma estrada aberta. Realmente nunca. E quando o limite do eixo traseiro, que suporta quase 60% do peso, é atingido, o italiano permanece mais fácil de conter do que um McLaren 720S, seu óbvio rival.

UM BITURBO V8 COM AR ‘DEJÁ VU’...

Mesmo nas estradas esburacadas em torno de Maranello (onde o desenvolvimento foi parcialmente alcançado ...), o herdeiro do F355, fonte de inspiração em termos de design, parece imperturbável, perfeitamente amortizado por um bom conjunto de suspensões. Além disso, também é, de acordo com o Sr. Carando, o mais confortável de todos os Ferraris de motor médio produzidos até agora. Um pormenor que a sua esposa apreciará.

O F8 exibe uma potência idêntica à do seu irmão 488 Pista. O seu V8, aberto a 90 °, também leva cerca de 10% das peças, para finalmente exibir características semelhantes, com 720 cv disponíveis entre as 7.000 e 8.000 rpm.

Brutal quando provocada, essa joia exposta sob uma janela de policarbonato, cujos turbos são montados em rolamentos de esferas, sofreu os piores tratamentos: na Ferrari, ainda não estamos falando de uma versão híbrida, mas, como em outros fabricantes estão falando agora sobre filtros de partículas durante conferências, de consumo e emissões de CO2.

Mas Isso não impede que este motor brilhe, e sem dúvida vocaliza as suas ambições por via de um tubo de ressonância para amplificar o som dos escapamentos e válvulas nos canos para modular a partição, os 3,9 litros uivam e rosnam mais do que fazem cantar. Mas não vamos amuá-lo: um dia, talvez não tão longe, até os Ferraris serão elétricos ...

BALANÇO FINAL

Uma mistura de uma centrífuga e um estilingue, o F8 Tributo conduz-se a baixa velocidade como uma bicicleta. O seu som pode decepcionar, mas esse transalpino com performances semelhantes aos raios de uma tempestade, demonstra uma eficiência incrível quando carregamos o pó no acelerador.

Ainda não são conhecidos os detalhes exatos do preço, mas sendo este o sucessor do Ferrari 488 GTB, os preços (em Portugal) deverão começar perto dos 275 000€.