27 de dez. de 20195 min para ler

PEUGEOT 2008 | Com alma de leão

DEPOIS DO RENAULT CAPTUR, FOI A VEZ DO SEU RIVAL DA PEUGEOT SE RENOVAR. UM 2008 MAIOR, MAIS CHARMOSO, E TAMBÉM MAIS CARO QUE TESTAMOS EM MAIS DE 2000 KM.

O tempo faz bem as coisas. Um provérbio que bem se aplica ao novo Peugeot 2008. Por isso, passamos vários dias ao volante, abrangendo (quase) tudo o que um futuro comprador provavelmente gostaria de fazer.

Partimos da região de Paris na direção de Nevers, atravessámos o Maciço Central a partir do sul, em direção a Bordéus; passámos por Besse-et-Saint-Anastaise, Aurillac e Brive-la-Gaillarde e chegámos a Borgonha, onde estava à nossa espera o fotógrafo que produziria as imagens. Uma viagem de 2.200 km ao volante da versão high-end a gasolina PureTech 155 cavalos, associada exclusivamente a uma transmissão automática de oito velocidades, e disponível apenas na versão high GT.

Ao descobrir o carro de teste, uma primeira observação é essencial. Com 4,30 m entre os pára-choques, o 2008 "2" é 14 cm mais longo que o seu antecessor, 3 cm de largura (1,77 m) e dificilmente perde 1 cm de altura (com barras telhado). À primeira vista, dá a impressão de ter mudado de categoria, ficando agora mais próximo da primeira geração do Nissan Qashqai (2007). Este aumento claro de tamanho beneficia todos os passageiros. Instalados na frente, eles aproveitam um espaço generoso; na parte traseira, beneficiam de 4 cm adicionais nas pernas em comparação com o antigo 2008.

A desvantagem, ao contrário de um Renault Captur. A Peugeot ainda não oferece um banco deslizante e o volume do porta-malas perde até 5 litros (405 litros) em comparação com o modelo rival. No entanto, o piso duplo removível permite um ganho de 29 litros. Como alguns outros modelos da linha Peugeot (208, 508, 308, etc.), a proporção geral de dimensões / habitabilidade também não é, portanto, o ponto forte do novo 2008.

INTERIOR

No entanto, e agora estamos acostumados, é especialmente ao volante que as produções ‘socheauxianas’ revelam os seus maiores ativos. Num cockpit resolutamente moderno, uma vez que o assento e o volante são ajustados corretamente - a borda superior pode realmente esconder as informações de direção - a instrumentação 3D configurável tem o seu pequeno efeito. Dependendo do humor ou código de vestimenta do condutor, as telas central e de instrumentação podem ser coloridas, verde, vermelho ou azul, conforme desejado.

Como a bordo de um Mercedes de alta gama, também é possível escolher uma das oito cores das bordas em execução sob o painel e nas portas. Em termos de qualidade de construção e escolha de materiais, aqui novamente, há pouco a criticar o 2008 , que beneficia de plásticos espumados na parte superior da consola e montagens sem rebarbas. Neste jogo, um Volkswagen T-Roc é, no entanto, melhor e oferece gráficos de GPS e uma reprodução da imagem da câmera de ré digna de um carro moderno, quando as do pequeno SUV francês parecem terrivelmente datadas.

CONDUÇÃO

Com o volante pequeno na mão (um hábito na Peugeot) o prazer é muito real. A marca do leão domina perfeitamente o assunto e até parece melhorar constantemente. Na cidade, o raio de giro bastante curto (10,4 m) facilita a criação de um nicho e a inserção sem restrições, apesar do tamanho. Precisas e incrivelmente suaves, a direção guia um eixo dianteiro insuperável. Na travessia do Maciço Central, bom trem pela rede secundária, com clima terrível (0 °, neve), em estradas muito húmidas, cheias de cascalho e curvas fechando sem "aviso", nunca tivemos a sensação de rolar até o limite.

Os Peugeot estão, portanto, entre os raros carros com os quais, no início de uma curva muito rápida, ainda é possível dar um pequeno toque de volante para seguir o curso da estrada sem desacelerar. E o novo 2008 não é exceção, mostrando um impressionante prazer de condução para a categoria. Mas o mais notável continua a ser o excelente compromisso entre conforto e manuseio. Mesmo a um ritmo muito elevado, nunca fomos incomodados. Muito bem!

Apesar da sua pequena cilindrada, o motor 1.2 PureTech de três cilindros com os seus 155 cv oferece desempenho mais que suficiente para o irmão mais novo do 3008. Ele aproveita ao máximo a excelente transmissão automática EAT8, que combina velocidade de execução e operação suave. No modo Sport, a mudança é mais animada e a redução é mais rápida. Um modo que também atua na firmeza da direção e na resposta ao acelerador, tudo isto embelezado com um som artificial de melhor qualidade do que o de outros modelos da Peugeot, o 308 GTi , por exemplo.

CONSUMOS

No meio da nossa viagem, enquanto viajamos de Aurillac (Cantal), para Bordéus, fica claro que viajar a bordo do mais recente veículo Peugeot nos proporciona um prazer inegável. Com um pormenor menos positivo: o apetite exagerado da unidade de três cilindros, que registou 9,1 l / 100 km a sair de Paris, certamente a bom ritmo, mas a esvaziar rapidamente o pequeno depósito de 44 litros - contra 50 no antigo. Mesmo quando você levanta o pé, parece difícil descer abaixo da marca de 7,5 l / 100 km, um valor muito alto em nossa opinião.

Outro inconveniente, e não menos importante: o preço. A partir de € 32.250 (em Portugal), a versão GT de ponta oferece equipamentos muito completos, mas tem a coragem de ser mais cara do que um Volkswagen T-Roc 1.5 TSI 150 DSG7, com aprovação mecânica superior, mas um, ou até dois pontos abaixo no que se refere ao prazer de condução. Definitivamente, o luxo da Peugeot não é dado.

CONCLUSÃO

Referência do segmento no que concerne ao prazer de condução e conforto, este novo 2008, com linhas resolutamente modernas, é cobrado a um preço alto e consome um pouco demais.