EM PISTA E NAS ESTRADAS VIZINHAS AO CIRCUITO DE PORTIMÃO, CONDUZIMOS A DENOMINADA “BESTA” DA KTM. A FERA AUSTRÍACA ESTÁ EM TERCEIRA GERAÇÃO E MELHOR QUE NUNCA ANTES, MAS NÃO A SUBSTIMES... PORQUE É UMA BOMBA DE ADRENALINA!
Terceira, quarta e quinta, mas ainda nada a fazer, a nova KTM 1290 Super Duke R não nos deixa de surpreender com ‘cavalinhos’. Damos tudo, levamo-la a todo o gás na reta principal de Portimão, e o coração sobe na garganta… é inevitável! Mesmo assim, a Besta, está mais precisa do que no passado, menos perturbadora. Depois foi a vez de experimentá-la na estrada e entre as calçadas da cidade algarvia…
Na construção, o refinamento dos materiais é admirável, assim como a precisão de todos os pormenores. Duas cores base estão disponíveis: laranja ou preto.
As KTM são mais ou menos assim: ou se amam ou se odeiam. E a Super Duke R reflete-se perfeitamente nesse tipo de julgamento. As suas linhas tensas e nítidas não são para todos, mas certamente para muitos. Ou pelo menos para os motociclistas com tendência para sabores fortes e sem medos de um bom ‘prato´com muita pimenta!
O CONTEÚDO TÉCNICO
Na imagem podem ver a 1290 Super Duke R equipada com o pack pista, de que faz parte o escape mais curto da Akrapovic, a caixa de velocidades com Quickshifter e o MSR
Técnicos e engenheiros e engenheiros de Mathigofen aplicaram-lhe todos os componentes mecânicos e eletrónicos desejáveis. Começamos a partir da parte-ciclística. Esta foi completamente redesenhada, continuando a ter como base principal o quadro treliça em aço, mas agora com um design diferente e um posicionamento mais horizontal, assim como as desportivas semi-carenagens laterais.
Além disso, o motor passou a desempenhar um papel fundamental na rigidez torsional total, que aumentou até três vezes mais. E também muito trabalho foi feito no motor. A intervenção dos técnicos foi geral: cilindros, cárter, injetores (agora com fluxo vertical), bobinas de ignição, cárter, rodas de engrenagem (trocadas com mais cuidado), válvulas (agora em titânio) e corpos de borboleta (56 mm), tudo isto para reduzir peso e aumentar a potência.
De todo esse trabalho o resultado deu uma potência máxima de 180 CV às 9.500 rpm (antes 177 CV) e um torque 140 Nm (antes 141), enquanto o peso total - também graças ao novo quadro - caiu uns bons 6 kg, para um total de 189 kg a seco.
O monstruoso V-twin a 75 graus de 1.301 cc é assistido por uma eletrónica ainda mais avançada do que no passado. Tudo é baseado na nova plataforma inercial de 6 eixos, que possibilitou a implementação de um controle preditivo de tração (MTC), além do agora usual ABS Cornering (que pode ser desativado na parte traseira graças à função Supermoto).
PRAZER DE CONDUÇÃO E FACTOR EMOCIONAL
Se procuras emoções fortes, a KTM 1290 Super Duke R é a moto ideal para ti. Os técnicos conseguiram manter o caráter tempestuoso da versão anterior, aumentando consideravelmente a precisão de condução, principalmente entre os lancis. Na rua, uma moto precisa de espaço.
O cilindro duplo tem expressões bastante mais delicadas, mas lembre-se, neste caso o torque que ele é capaz de gerar é o de um camião pesado! Qualquer marcha, qualquer velocidade, basta girar o acelerador para ter um impulso bestial para a frente. Felizmente, a eletrónica acalma esse espírito de naked de assalto: na rua, o melhor é escolher o modo Street, que não reduz torque nem potência, mas oferece uma resposta muito mais moderada (e utilizável) ao acelerador. O quadro está diferente, mas o projeto inicial não ficou distorcido.
Agora, a Super Duke R é de fato mais precisa, em todas as fases da condução e especialmente ao sair de curvas em pista. Nessa situação, assim que rodamos com vigor o punho do acelerador e a puxamos de novo, nota-se muito menos subviragem - e as suspensões nem são forçadas a fazer horas extras.
Os pneus de origem Bridgestone S22 são muito bons, mas quando começares a olhar para o cronómetro ... bom, eles fazem o que podem! Uma moto de rua fantástica e que também é bastante confortável na estrada, mas que em pista faz ouvir a tua voz num qualquer track day.
EQUIPAMENTO E PREÇO
Sendo certo que pagamos o preço da qualidade na nova KTM 1290 Super Duke R, uma vez que os preços começam nos 19.943,27 €, é sempre bom saber que esse valor já inclui o equipamento quase todo com exceção do Quickshifter + bidirecional (que, a propósito, funciona muito bem), o MSR (Controlo de deslizamento do motor) e o Track Pack, o modo de pilotagem para pista.
BALANÇO FINAL
A Super Duke R foi e é uma bomba de adrenalina. Não perdeu nem um pedacinho do seu caráter lúdico, por outro lado, ficou ainda mais precisa e estável. Mas se a pensas utilizar com frequência em pista, recomendamos vivamente um pára-brisas mais alto (o pescoço agradece) e pneus para performances elevadas. Quanto ao resto… Boa KTM!
26 anos… o percurso histórico da Duke
A linha da KTM Duke arrancou em 1994 com a Duke 620. Mas foi em 2005 que o primeiro (e radical na época) Super Duke 990 apareceu. Uma nova versão foi seguida em 2007 havendo depois um vazio de novidades até ao regresso em força em 2014 com a 1290 Super Duke R.
Seguiu-se uma ligeira atualização em 2017 e agora este regresso ao expoente máximo em 2020.
Ficha TÉCNICA
Preço: 19.943,27 €
Cores: preto e cinza, laranja e roxo
Garantia: 2 anos, peças e MO, quilometragem ilimitada
País de produção: Áustria
MOTOR: Tipo V-Twin a 75 graus (1301 cm3)
POTÊNCIA MÁXIMA: 132 Kw (180 CV)
BINÁRIO MÁXIMO: 140 Nm
QUADRO: Treliça em aço
ANGULO DE DIREÇÃO: 64.8 ° e 108 mm/71 mm
SUSPENSÃO DIANTEIRA: 125 mm de curso
SUSPENSÃO TRASEIRA; 140 mm de curso
TRAVÃO DIANTEIRO: duplo disco de 320 mm
TRAVÃO TRASEIRO: disco de 240 mm
DISTÂNCIA AO SOLO: 160 mm
ALTURA DO ASSENTO: 835 mm
CAPACIDADE DO DEPÓSITO: 16 l
PESO EM SECO: 189 kg
As concorrentes
Aprilia Tuono V4 1100 Factory
Ducati Streefighter V4
Kawasaki Z H2
BMW S 1000 R
Yamaha MT-10 SP
