A DUCATI ESFORÇOU-SE BASTANTE PARA TORNAR A STREETFIGHTER MAIS UTILIZÁVEL DO QUE A SUA ‘PRIMA’ PANIGALE, MAS PARECE TER PERDIDO POUCO DA INSANIDADE DO V4 NESSA TRANSFORMAÇÃO.
A base de partida para a Streetfighter V4 é a Panigale V4: uma Panigale despida das suas carenagens e equipada com um guiador elevado. Um conceito simples, mas cativante, uma nova naked Ducati extrema, que eleva as emoções a novas fasquias sempre que sai para a estrada.
A minimalista ótica full-LED captura perfeitamente o espírito da Streetfighter V4: remetendo-nos para a zona frontal da Panigale V4, ela evoca igualmente a expressão do Joker (o personagem de banda desenhada que serviu de inspiração ao designer desta nova naked). O autêntico design Ducati é também evidente na DRL em forma de V, que já encontramos na Panigale V4 e na SuperSport.
Aplica-se bem neste caso o provérbio ‘gato fora do saco’, e depois de a conduzir, percebemos o quão selvagem a Streetfighter V4 S da Ducati será quando chegar às ruas. Como suspeitávamos, ela compartilha muito com a sua prima totalmente carenada, mas é diferente em alguns aspectos significativos.
MOTOR V4 MAIS GERENCIÁVEL
Para começar, precisamos conversar sobre o coração raivoso da Streetfighter: o motor Desmosedici. Nesta situação, produz 208 cavalos de potência e 123 Nm de binário. Para termo de comparação, a concorrente mais próxima da Streetfighter é a Aprilia Tuono 1100 V4: debita 175 cv.
Somando a estes números, há alguma engenharia interessante acontecendo dentro do Ducati V4 que afeta muito a dinâmica de pilotagem da moto. Primeiro, o motor Desmosedici possui um eixo de manivela contra-rotativo. Isso tem o efeito de reduzir o efeito giroscópico das rodas da moto em alta velocidade, e torna-a mais disposta a se inclinar e virar. E também possui um total de oito injetores de combustível (dois por cilindro) que fazem a faísca acender a cada 90 graus de rotação do eixo de manivela. Isto ajuda no fornecimento de energia e o torna o motor um pouco mais gerenciável do que é na Panigale.
PARTE-CICLÍSTICA
As alterações mais significativas da Panigale V4 vêm na forma de geometria. Para passar da configuração de uma moto desportiva totalmente carenada, que obriga o condutor a dobrar-se, para um perfil naked onde o condutor fica mais vertical, normalmente os engenheiros ‘relaxam’ o ângulo de direção da moto e esticam o braço oscilante para aumentar a estabilidade.
A Ducati também fez isso com a Streetfighter, mas em menor grau do que poderia ter feito. E foi assimreu porque p fabricante optou por empregar winglets (aletas aerodinâmicas ao estilo MotoGP) para ajudar a reduzir o impacto que um motociclista vertical provoca na estabilidade da moto a alta velocidade.
Em termos gerais os engenheiros de Bolonha apenas alongaram o braço oscilante em 15 milímetros e mudaram o ancinho da direção em cerca de um grau.
EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA E PERFORMANCE
Como previamos, a Ducati colocou a versão mais recente e melhor do seu "Ducati Safety Pack" na Streetfighter, e isso significa algumas coisas. O mais significativo é que a moto recebe o novo sistema preditivo de controle de tração que vimos pela primeira vez na Panigale. Isso permite que a moto reaja mais rapidamente à perda de tração e intervenha de maneira menos invasiva.
Falemos agora do Cornering ABS EVO, DTC EVO2, etc. A moto também recebe controle de tração, controle de lançamento, ABS e uma série de outros sistemas que são precedidos pela palavra "dinâmico". O resultado líquido de tudo isso deve ser uma moto que não parece assassina na rua, mas ainda é implacável na pista.
Outra coisa relativamente nova é a maneira como a Ducati está a lidar com o mapeamento do acelerador ride-by-wire. Está se a aprofundar no gerenciamento eletrónico de torque - como a tecnologia de aceleração que vemos nos carros turbo da Ferrari – em que ajusta a resposta de torque da moto para se adequar às marchas individuais e à posição do acelerador. Isso efetivamente suavizará o acelerador e a tornará menos instável na estrada, especialmente ao fazer a transição de um estado estacionário.
ERGONOMIA E PREÇO
Outra coisa extremamente importante a dizer quando se fala de uma moto naked é a ergonomia.
Como uma moto principalmente para ser conduzida na estrada, coisas como conforto do piloto e altura do assento, importam muito mais do que numa moto projetada para viver principalmente na pista.
Para esse fim, a Ducati reduziu a altura do assento no Streetfighter para um valor mais razoável (para a classe, de qualquer maneira) 845 milímetros. Para fins de comparação, a Tuono tem uma altura de assento de 822 mm.
A Streetfighter também tem os seus apoios de pés muito mais baixos que os do Panigale para ajudar a esticar as pernas do condutor, e torná-la mais confortável nas viagens mais longas.
Agora, certamente perguntas quanto custa ter uma Streetfighter destas na garagem, e quando poderá fazer isso? Bem, as notícias que temos são boas e... 'assim-assim': a Ducati Streetfighter V4 S já pode ser encomendada mas, quanto a preço… precisas de desembolsar 20.345 €!
Ficha TÉCNICA
MOTOR
Tipo: Desmosedici Stradale, V4 a 90º, cambota contrarrotante, 4 válvulas p/cilindro c/distribuição Desmodrómica, refrigeração líquida
Cilindrada: 1103 cc
Potência: 208 cv (153 kW) às 12.750 rpm
Binário: 123 Nm às 11.500 rpm
Alimentação: Injeção eletrónica, dois injetores por cilindro, corpos elípticos, Full Ride by Wire
Escape: Sistema 4-2-1-2 com 2 conversores catalíticos e 2 sondas lambda
Caixa: 6 velocidades com Ducati Quick Shift (DQS) up/down EVO 2
Transmissão final: Por correntE
Embraiagem: Multidisco em banho de óleo com comando hidráulico, deslizante e servoassistida
PARTE-CICLÍSTICA
Quadro: Em alumínio, tipo "Front Frame"
Suspensão dianteira: Forquilha Öhlins NIX30 de 43 mm, totalmente regulável, com tratamento TiN. Ajuste eletrónico de compressão e extensão com sistema Öhlins Smart EC 2.0
Jante dianteira: Em alumínio forjado, de 3 braços, 3.50'' x 17''
Pneu dianteiro: Pirelli Diablo Rosso Corsa II 120/70 ZR17
Suspensão traseira: Amortecedor Öhlins totalmente regulável; ajuste eletrónico de compressão e extensão com sistema Öhlins Smart EC 2.0, monobraço em alumínio
Jante traseira: Em alumínio forjado, de 3 braços, 6.00'' x 17''
Pneu traseiro: Pirelli Diablo Rosso Corsa II 200/60 ZR17
Curso das suspensões (fr/tr): 120 mm / 130 mm
Travão dianteiro: 2 discos semi-flutuantes de 330 mm, com pinças monobloco de 4 pistões e fixação radial Brembo Stylema® (M4.30), Cornering ABS EVO
Travão traseiro: Disco de 245 mm, pinça de 2 pistões, Cornering ABS EVO
Instrumentação: Unidade digital de última geração com ecrã TFT a cores de 5''
Peso a seco: 178 kg
Peso em ordem de marcha: 199 kg
Altura do assento: 845 mm
Distância entre eixos: 1488 mm
Ângulo da coluna de direção: 24,5º
Trail: 100 mm
Capacidade do depósito de combustível: 16 litros
EQUIPAMENTO
Equipamento de segurança: Riding Modes, Power Modes, Bosch Cornering ABS EVO, DTC EVO 2, DWC EVO, DSC, EBC EVO, auto-calibragem dos pneus
Equipamento de série: Ducati Power Launch (DPL), Ducati Quick Shift (DQS) up/down EVO 2, iluminação full LED com Daytime Running Light (DRL), Ducati Electronic Suspension (DES) EVO com suspensões e amortecedor de direção Öhlins, botões de ajuste rápido, piscas auto-off, Ducati Multimedia System (DMS). jantes Marchesini em alumínio forjado
GARANTIA E PREÇO
Garantia (meses): 24 meses, sem limite de quilometragem
Intervalos de serviço (km/meses): 12.000 km / 12 meses
Preço: a partir de 20.345 €