NO PERÍODO DE 1 A 14 DE ABRIL, O MERCADO DE LIGEIROS DE PASSAGEIROS ENTROU EM QUEDA LIVRE COM MENOS 86% DE MATRÍCULAS DE NOVOS VEÍCULOS.
De acordo com os dados da ACAP (Associação do Comércio Automóvel de Portugal) no período de 1 a 14 de abril, o mercado de ligeiros de passageiros teve uma queda de 86%. ou seja, o equivalente à matriculação de 838 veículos nesse período. Há um ano atrás e em igual período tinham sido matriculados 6208.
E há que ter em consideração que a maioria destas matrículas correspondem a encomendas efectuadas antes de 16 de março. Ou seja, a partir desta data, a queda foi sempre na ordem dos 80%. No mercado de viaturas usadas, a situação é mais complicada ainda, porque depois daquela data as vendas estagnaram completamente!
“Esta situação, leva-nos a concluir que o sector automóvel é, sem dúvida, dos sectores mais afectados por esta grave crise. Por outro lado, e como consequência, temos uma perda de receitas por parte do Estado que, só nestas duas semanas, estimamos em 15 milhões de euros”, refere o comunicado da ACAP.
ACAP PROPÕE PLANO DE APOIO AO GOVERNO
A ACAP propôs ao Governo a tomada de medidas para, por um lado, minimizar o impacto desta crise e, por outro, relançar a procura. Estas propostas exigem um Plano de Apoio ao Sector Automóvel, como um dos mais afectados e que, até ao momento, ainda não teve qualquer particular atenção do Governo, tal como aconteceu noutros sectores.
A ACAP propõe um “aumento, imediato, da linha de apoio à compra de veículos eléctricos que deverá ver a sua dotação aumentada em cem por cento”.
“Deve ser já equacionado (como está a acontecer noutros países) um plano de incentivo ao abate de veículos em fim de vida”, propõe a associação do sector automóvel. “Este plano deverá ter uma dupla aplicação. Por um lado, apoiar a retirada de circulação de veículos com mais de doze anos pela compra de um veículo novo de baixas emissões e, por outro, permitir a troca de um veiculo usado por outro veiculo que, embora usado, cumpra uma Norma Euro de emissões mais recente”.
Entretanto, a ACAP continua a aguardar a resposta do Governo à sua proposta de suspensão de pagamento de IUC, apresentada há três anos por esta entidade, e sem resposta até à data do Governo de António Costa.
Por último, esta associação defende a “criação de uma linha de crédito específica para as empresas do sector, com uma parte do capital a fundo perdido".
De salientar que o sector automóvel é responsável por 21% do total de receitas fiscais, por 25% das exportações de bens transacionáveis, representa 19% do PIB e emprega directamente 200.000 pessoas no nosso País.