TIAGO MONTEIRO FOI O ÚLTIMO PILOTO PORTUGUÊS A PARTICIPAR EM PROVAS DE F1, SENDO HOJE UMA DAS REFERÊNCIAS DO WTCC. CONFINADO EM CASA, DEIXA UMA MENSAGEM DE ESPERANÇA AOS FÃS DO DESPORTO AUTOMÓVEL.
Tiago Monteiro, natural do Porto (24 de Julho de 1976 – 43 anos) disputou 36 Grande Prémios na Fórmula 1 entre 2005 e 2006 com as equipas Jordan, Midland e Skyper. Como melhores resultados em 2005 um 3º lugar nos EUA e um 8º em Spa , no GP da Bélgica. Em 2007, visto não ter conseguido um lugar em nenhuma equipa de Fórmula 1, ingressa no campeonato WTCC pela Seat Sport, onde ainda corre atualmente mas com a Honda.
Casou-se a 16 de agosto de 2008, com a modelo Diana Pereira, e separaram-se em outubro de 2019. Tem uma filha Mel, nascida em 2008 e um filho Noah, nascido a 23 de novembro de 2009.
De que modo é que esta pandemia, que levou ao adiamento das provas desportivas, vai alterar o futuro do desporto automóvel nacional?
- “Vai alterar com toda a certeza e não será pouco. Não é apenas a questão de adiar ou cancelar provas, é toda uma componente económica que está neste momento a ser arrasada. Vai ser difícil recuperar e certamente muitas equipas, empresas e projectos desportivos vão ficar pelo caminho. No meu caso especifico, o campeonato não chegou sequer a começar e sinceramente não sei em que moldes irá regressar. Não se vai perder tudo mas uma grande parte vai ficar pelo caminho...”
Neste período de confinamento o que tem feito para passar o tempo?
- “Actividade não falta. Para além de um sem número de corridas virtuais, preparação fisica, projectos de solidariedade, reuniões, etc, etc, há ainda a questão familiar. Duas crianças em idade escolar e em casa obriga a uma enorme gestão. É bom estar em casa e poder acompanhá-los mais mas ao final do dia a sensação de cansaço é grande!”.
Também já aderiu, como a maioria dos pilotos por todo o mundo, ao SimRacing?
- “Sem dúvida. Não é que fosse um grande adepto mas dadas as circunstâncias e as solicitações tenho passado cada vez mais tempo sentado no simulador. E tenho desfrutado bastante e melhorado a performance corrida a corrida. É uma modalidade interessante”.
Acha que esta é uma modalidade que deve ganhar espaço no nosso desporto?
- “Claro que sim. Não se compara às corridas propriamente ditas, mas não podendo estar nas pistas esta é uma forma de manter a proximidade e o nível de competitividade activo”.
Acha que o convívio social futuro, vai ser diferente do atual ? Vamo-nos passar a comportar de forma diferente?
- “Acredito que sim, sobretudo até encontrarmos uma vacina. O povo português é muito de afetos e de toques mas penso que nesta fase, já todos reconhecem que para já isso não é possível. No futuro, acho que regressaremos todos à normalidade”.
Alguma mensagem que queira deixar?
- “No fundo a mensagem que quero passar é de confiança. Temos todos de acreditar que vamos ultrapassar este período, uns melhor e outros pior, mas que a normalidade irá regressar a seu tempo. E as corridas vão voltar às pistas com certeza. Talvez em moldes diferentes mas o nosso desporto vai ultrapassar mais este percalço e gradualmente recuperar!”