F1 | O 'caçador' da Mercedes conseguiu o seu primeiro triunfo em Interlagos, num GP interrompido por bandeiras vermelhas. Rosberg foi segundo e Max Verstappen deu um verdadeiro ‘show de bola’ e deixou a ‘galera’ eufórica.
“I’m hunting, i’m hunting!”, exclamou o ‘caçador’ de títulos Lewis Hamilton no pódio de Interlagos. Pole no dia anterior e primeira vitória no Brasil no domingo, Lewis rejubilou de alegria. "Voltarei em Abu Dhabi e vou dar tudo o que tenho” – continuou o piloto da Mercedes – mas agora eu quero aproveitar este momento porque ganhar aqui era o meu sonho de quando cresci assistindo às corrida do Ayrton".
Foram quase 3 horas de corrida com duas de neutralização por bandeira vermelha para se chegar ao final do Grande Prêmio do Brasil. A vitória, essa foi inquestionável desde o primeiro minuto de Hamilton, apesar das condições meteorológicas difíceis. Rosberg não evitou a recuperação do inglês no ranking da F1 de 2016, ainda assim viu a sua vantagem para Hamilton ficar mais magra, 12 pontos. O herói do dia e do publico de Interlagos foi mesmo o jovem holandês Max Verstappen, 3º no final depois de uma corrida brilhante e de uma recuperação fantástica.
A falta de visibilidade e o ‘aquaplaning’ foram os fatores mais críticos no Grande Prémio, mas Verstappen deixou todos de boca aberta quando reclamou a saída do safety car da pista na 6ª volta: "Eu acho que nós poderíamos começar, há apenas o spray". Só disse isto, contrariando todo o pelotão de pilotos. Verstappen ia em terceiro quando foi à box para trocar para pneus intermédios, manobra que não resultou e o catapultou para fora dos dez primeiros; no entanto seguiu-se uma recuperação impressionante do jovem holandês – a lembrar um certo Ayrton Senna – até ao terceiro lugar nas últimas 8 voltas.
Fora do pódio quase à vista da linha de chegada ficou o mexicano Sérgio Perez, quarto, com Vettel a conseguiu subir para quinto depois de uma corrida com um carro muito difícil, como já tinha demonstrado o acidente de Raikkonen na recta da meta a quase 267 km/h.
Sainz levou o Toro Rosso Ferrari ao 6º lugar, à frente de Hulkenberg e Ricciardo (penalizados por um retorno anormal ai pitlane). Mas ainda mais importante para a equipe foi o nono lugar de Nasr, levando a Sauber 2 pontos decisivos para ultrapassar a Manor e terminar em 10º lugar o campeonato de construtores. Porque Ocon não poderia fazer muito para contrariar Alonso e Bottas levou o 10º lugar no final.
Agora, a próxima ronda e última corrida da temporada de 2016 é o Grande Prémio de Abu Dhabi, dentro de duas semanas nos Emirados Árabes.
O acidente de Raikkonen…
que podia ter acabado mal
Um acidente de outros tempos e que poderia ter acabado mal. O terceiro lugar na fase de qualificação e as esperanças de Kimi Raikkonen para uma boa corrida, foram frustradas por um incidente violento e que poderia criado uma verdadeira tragédia. O acidente do piloto da Ferrari, entre outras coisas, resultou na suspensão da corrida e na amostragem da bandeira vermelha na volta 21 para remover os detritos, espalhados por toda parte na reta da meta.
O problema aconteceu na chegada em linha reta, num momentos em que Kimi prolongou demasiado trajetória, colocou as rodas direita na zona molhada do asfalto e perdeu o controle do carro, ficando atravessado na pista a 90 graus contra a parede das boxes - felizmente não no meio da pista.
" As condições estavam realmente no limite, mesmo com full wet” - explica Raikkonen - especialmente na curvatura da grande subida (do acidente) e, em seguida, na curva 4.
“A explicação é simples” - continua Kimi – “O carro atravessou-se tudo no pior lugar para o fazer e, felizmente, ninguém me bateu " Raikkonen simplificou o acidente mas teve realmente muita sorte. Isto porque o Ferrari cruzou a totalmentre pista e os tres monolugares que o precediam somemte o viram no último instante. Primeiro Verstappen, em seguida, Hulkenberg e finalmente o Manor de Ocon, que passou a escassos centímetros da Ferrari SF16-H com Kimi dentro.
Isto foi praticamente uma repetição fiel do acidente dramático na Lausitzring com Alex Zanard, que atravessado na pista levou a meio do carro com o carro de Tagliani a 300 km/h. E no caso de Raikkonen, não foi muito diferente , porque ele estava parado e aqueles que passaram junto dele fizeram-no a velocidades em torno dos 260/270 km/h. E entre eles, Verstappen apenas a algumas dezenas de metros do Ferrari tinha acabado de perder a frente do seu Red Bull, que tinha começado a balançar, mas felizmente o holandês conseguiu recuperar o controlo do carro pouco antes de passar ao lado de Raikkonen. Porém, caso não o fizesse poderia ter havido um choque de consequências desastrosas.
Permanecem também algumas dúvidas sobre as causas da perda de controlo de Raikkonen, pode ter sido um fenómeno de aquaplaninga ou, mais provável, um pequeno erro do piloto da Ferrari que colocou as rodas na calçada molhada escorregadia. Mas o finlandês tem outra explicação. Segundo ele, foi consequencia do defeito crónico habitual do Ferrari que demora a aquecer os pneus rapidamente. "Correr no molhado assim? Definitivamente não são as melhores condições para nós, mas quando há tantas voltas com o ‘safety car’ e os pneus demoram a aquecer torna-se muito difícil controlar o carro".
Ironia do destino, a poucos minutos do acidente de Raikkonen vários pilotos tinha pedido pela rádio para a box pneus intermédios, e o seu engenheiro tinha-lhe perguntado se também os queria, ao que respondeu irritado: “Se já quase fiz um peão, como posso querer os intermédios?” E volvido poucos quilómetros sobre esta conversa… Kimi teve o acidente.
"Chove chuva, chove sem parar..."
Existe um samba no Brasil, cuja letra diz "Chove chuva... chove sem parar", e isto foi exatamente o que sucedeu no Circuito de Interlagos, no estado de São Paulo.
Duas bandeiras vermelhas, três de safety car a reiniciar a corrida longa, quase quase 4 horas e menos de 1 hora sem incidentes. Tudo por um pouco de água, chuva, mas não inundação e por isso o publico de Interlagos começou a vaiar os irganizadores! Não foi uma chuva tropical que inundou quase todo o circuito de Interlagos no domingo de manhã, ma sim, persistente e contínua. No entanto, não falamos de uma monção, derramando toneladas de água que tornassem as condiões proibitivas. Foi uma chuva como tantas outras, já surgiu em muitas corridas de F1 e nunca provocou tantas interrupções na corrida. E tanto assim, foi que vários pilotos escolheram pneus intermédios para melhorar a sua performance.
Já muito piores corridas com chuva na história da F1. Mónaco 1984, quando a vitória de Prost foi salvo pela direcção de corrida (Jacky Ickx que rompeu com a bandeira vermelha retorno de Senna). Zeltweg 1975 , quando Brambilla venceu e bateu toda a gente, porque ele havia levantado a mão do volante e em seguida acelerou para a vitória. Estoril 1985, um verdadeiro dilúvio se abateu sobre o circuito quando Senna ganhou o seu primeiro GP em condições quase impossiveis, com os carros a patinarem na sexta velocidade em linha reta quando aceleravam. Donington 1993, a primeira corrida da história de Senna com cinco ultrapassagens na primeira volta. E a pior de todas, Austrália 1991, em Adelaide, com tanta água na pista que Nakajima tocou de leve num carro à sua frente porque não o tinha visto - a corrida foi suspensa após 14 das 81 voltas e não foi recomeçada.
Felipe Massa despediu-se emocionados dos fãs