FÓRMULA 1| O atual motor Honda debita menos 50 CV e Fernando Alonso espera e desespera com a situação. A parceria McLaren/Honda parece de volta ao grau zero.
De todas as equipas que fazem parte da grelha de F1 de 2017, a equipa que mais tem sofrido nas últimas duas semanas de pré-temporada, é a McLaren Honda.
A equipa de Fernando Alonso parece que volta a amargar como em anos anteriores, num teste carregado com problemas de vibração, problemas elétricos e de energia que estão a ‘castrar’ o desempenho do carro no início da temporada.
Especialmente foram os problemas elétricos que fizeram com que a nova máquina de Woking desse menos voltas na Catalunha que qualquer outro monolugar.
Como se observou, desde o segundo dia em Barcelona, a principal causa deste problema proveio das vibrações do motor Honda, afetando os contatos dos conetores das cablagens elétricas, algo que se espera estar resolvido na primeira prova em Melbourne.
CAUSA DO PROBLEMA: AS VIBRAÇÕES ESCESSÍVAS DO MOTOR
A situação atual é tão preocupante, que dentro da equipa existem duvidas se o carro vai conseguir ser capaz de terminar a primeira corrida, quando estamos a menos de uma semana do arranque da época na Austrália. O motor, redesenhado em 2017 e em príncipio mais potente, mostrou afinal menos 50 CV nos dados recolhidos devido a estas vibrações maciças , o que também impede o aumento de rotações.
Assim, neste momento, Fernando Alonso dificilmente vai estar sequer a meio da grelha de partida na primeira corrida. À imprensa espanhola, o piloto das Asturias já disse estar intrigado se dentro do motor existe realmente o potencial que os engenheiros japoneses dizem. E depois do último dia de testes em Barcelona, deixou a porta aberta a muitas dúvidas. "É preciso desbloquear essa potência, se é verdade que ela existe lá dentro”, disse sobre o motor.
Já pelo lado da equipa, a McLaren agarra-se a um ‘chavão’, afirmando que as definições utilizadas para resolver os problemas elétricos têm impossibilitado de ver o verdadeiro rendimento do motor, esperando que uma vez solucionados esses problemas, a unidade de energia poderá então soltar ao máximo o seu potencial.
E Alonso afina pelo mesmo diapasão, quando denuncia a existência de “menos energia do que no ano passado e também o ‘set-up’ que temos não é minimamente parecido ao de corrida devido aos vários problemas no motor. De certeza não vamos ter a potencia que precisamos enquanto estes problemas não forem resolvidos".
YUSUKE HASEGAWA: “O NÍVEL DE DESEMPENHO É A NOSSA MAIOR DECEPÇÃO”
Por agora, o diretor da Honda F1, Yusuke Hasegawa , tem algumas dúvidas quanto a saber se vão conseguir solucionar este déficit rapidamente." O nível de desempenho é a nossa maior decepção, especialmente em termos de potência, em que não estamos competitivos.”
A eventualidade de tudo isto soar a um ‘bluff’ para esconder a potência real do McLaren MCL dos adversários, não parece muito credível, sobretudo num momento em que se aproxima rapidamente o início da época, em que todos os minutos de pista são preciosos para aprumar máquinas, corrigir problemas… seria um risco demasiado perigoso, mesmo para as três equipas de topo, e não nos parece que a McLaren esteja em condições do fazer…
A situação chegou a um ponto tão crítico, que Ross Brawn já terá entrado em conversações com a Mercedes AMG F1, no sentido de 'alugarem' provisoriamente um motor alemão para as primeiras provas... se o problema se mantiver.
Claro que ninguém o deseja... e muito menos a Honda, certamente!